domingo, junho 30, 2002

Anjo da Guarda

Estava a convir comigo que preciso de um anjo da guarda. Não quero um que me impeça de fazer as coisas, pois, teimoso do jeito que sou, daria um jeitinho de quebrar a cara.
Um anjo que tenha um colo bem confortável e que se assemelhe com as nuvens, afinal conforto é uma das coisas que mais preciso.
Um anjo que veja os meus erros, deixasse eu errar por completo, e quando estivesse prestes a levantar a cabeça me desse broncas, criticando-me pelos meus erros, e só depois me desse os conselhos p'rá que eu pudesse definitivamente erguer-me de novo.
Anjo, arcanjo, amigo... entende-se anjo por qualquer alguém que me faça bem. Entenda...


sábado, junho 29, 2002

Surdez

Deus, permita que eu faça uma pergunta. Não vos quero ofender de maneira alguma, mas acredito que você não tenha entendido exatamente os meus pedidos.
Eu pedi a você que as coisas fossem realmente difíceis, assim poderia eu lutar por elas e valorizar cada vitória. Mas parece-me que o senhor não entendeu direito. Ao invés de pôr barreiras em meu caminho, você colocou pedras e muralhas como a da China.
O que o senhor quer de mim? Que lute pelas coisas impossíveis, e assim ser um santo por ter vitórias em causas impossíveis? Isso eu não quero. Não peço que quebre as barreiras por mim, mas pense bem no que eu poderei encontrar depois dela, minha alma é pequena, e sei que tudo pode não valer a pena.
Espero que eu esteja errado em tudo o que eu digo. E uso meu eu profeta pra fazer disso uma verdade absoluta.


sexta-feira, junho 28, 2002

Essência

Interessa-me muito passar a observar o mundo em sua essência, a existência faz-me sofrer. Basta analisar a comparação entre essência e existência: a chegada de uma pessoa em algum lugar, é simplesmente a chegada de uma pessoa a um lugar, segundo a essência... se insistir na existência saberá que está pessoa mudou sua vida, e ida dela te fez sorrir, e bem como te fez feliz quando chegou, fará triste quando ela se for, ficará triste por saber que a existência é diferente da essência.
Pode ter certeza que não escreveria isso se não fizesse exatamente o oposto do que aqui prego.
As pessoas são as pessoas, elas vão e vem e são todas iguais, não adianta tentar colocar qualidades ou defeitos, no fim das contas são todas iguais. E de tanto pôr qualidades nas pessoas, ficará deprimido quando olhar ao lado e saber que tem uma outra pessoa com a mesma qualidade que colocaste em um outrem. É a existência, esqueça que o mundo é mundo e que pensamos, esqueça de tudo o que já pensou, não serve p'rá nada senão mais depressão. Viva!


Decisão

Decidi-me hoje amar simplesmente o amor. Afinal, depois de tantas vezes ter um fiasco de amor platônico e ficar vagando pelas ruas procurando um canto aconchegante, precisava concluir alguma coisa.
E hoje minha mente pôde achar alguma conclusão, apesar de olhar-me no espelho, ver meus olhos, e saber que estes estavam distráidos a observar a rua. Cantando e tocando violão a observar os carros correndo, e ao mesmo tempo não ouvir ruído algum. Ora que confusão é essa que pode me trazer paz?
A decisão é amar platonicamente o amor. P'rá mim ele não existe e idealizado sendo, faz-se platonismo amá-lo.
É só isso, amo o amor platonicamente. Tão simples.


quinta-feira, junho 27, 2002

Aconchego

As lágrimas que hoje caem, são diferentes das outras. Não petrificadas podem estar, fiz o que eu pude pra mudar o mundo. Egocêntrico demais, fiz do mundo a minha vida.
O choro escorreu pelo rosto, aqueceu-o, não me empenhei tanto como nessas lágrimas, não seria surpresa se fossem de ouro. Eram tantos sentimentos de euforia e carinho, que seria negligente se falasse que eram frias, e que não tinham motivo para escorrer.
Ainda vos peço desculpas por serem de ouro, poderiam ser de algo mais valioso, ou então mais belo.


quarta-feira, junho 26, 2002

Angel

Ingredientes:
- 200mL de leite
- 100mL de café (Feito né, duh!)
- 1 dose de licor de menta
- Gelo e açucar ou adoçante.

Modo de Preparo:
Misture o café com leite em coqueteleira. Adicione o licor de menta à coqueteleira, adoce a gosto. Sirva-o em copo alongado e ponha no máximo duas pedras de gelo. Orneie o copo como achar conveniente.

Comentários: Este é um drink para ser tomado quando se está sozinho, faz-se uma boa viagem e reflete-se muito bem após bebê-lo. Aprecie com moderação, o excesso pode causar depressão.



Censura

Quando havia censura na ditadura militar, os artigos censurados de jornais eram substituídos por receitas de bolo. Meu estilo é mais novo, e creio eu ser caretice demais pôr meras receitas de bolos, afinal, convenham comigo, nenhuma dona de casa lê este site, e os poucos que lêem não batem muito bem da cabeça. Assim resolvi por receitas de drinks.
Caso vejam os modos de preparo de um drink, saibam que ali está um escrito censurado por mim, afinal minha vida é particular e somente as coisas não explícitas podem ser expostas.
Grato pela consideração


Estátuas

Vênus de Milo: delicada e bela escultura, admirada no mundo inteiro pela riqueza do detalhes e expressões do rosto, eis aí uma grande musa!
Mas, acredito eu que o amor deste escultor era platônico, e de ver sua amada todos os dias, cansado de nunca poder tê-la nos braços, fez uma escultura. Uma homenagem, e ainda sim um modo de tê-la sempre perto de si.
Um dia a moça invadiu seu espaço, creio que não violentamente como as palavras disseram, pois havia sido convidada, mas seus ares tomaram o lugar. Quase descobriu o grande segredo que ele escondia. Chegou a ver suas próprias pernas reproduzidas em mármore, mas não teve confiança em acreditar no que via, e criu que aquilo fosse apenas mais uma escultura. Foi-se então quase descoberto o grande código do artista.
Ah! se tivesse ao menos acreditado na semelhança, senão dizer a perfeição dos seus traços para com os da estátua, saberia que a homenagem seria para ela. Tsc tsc..


terça-feira, junho 25, 2002

O Não

E fez-se do trauma infantil a palavra "não" uma grande arma negativa. Mãos ao alto, saiba bem que o ato de dizer "não", não implica em ser pessimista, nem querer a aprovação do gelo como estado vingente nesta sociedade tão perpicaz.
Antes que faça objeções às minhas tendências revolucionárias ou não, saiba que o "não" pode dar lugar ao talvez, e este sim faz do espírito algo contente e filósofo.
O talvez supõe a necessidade de hipóteses para explicar ou mesmo fundamentar o estado atual do ser, assim sendo, a mente voa, flui. Como um bom fiLOVEsofo, de certa forma otimista, gasto meu tempo livre para pensar.
O seu "não", tão pessimista, fez algo útil que foi parar-me para pensar, e penar por toda a eternidade. Antes que sibile exatamente meu estado, apesar da aparência terminal e face abatida pálida, saiba que estou muito bem, pois quem sabe como realmente estou sou eu. Se for desconhecido, saiba que sempre estou bem.


segunda-feira, junho 24, 2002

Hipocrisia

O desejo de sentir-me hipócrita fez-me escrever algo sobre esta falsa devoção. Antes que a ânsia torne-se real, previno meu ser de algo que não é, mas às vezes algo escapa e é neste ponto que surgem projeções de um alguém que não sou, e impelem a mim o titulo de hipócrita-mor.
Mas antes eu do que qualquer outro, pois sabe que escrevo e me exponho, tendo assim registros para não me perder nas minha virtudes e vícios. Ah, se fizesse o que eu faço... seria hipócrita também. Ora, se indaga o que fazer, siga as minhas teorias, ou como dizem os sábios: Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Mas com uma mísera correção, faça o que o sábio faz, não invente em tentar fazer o que eu faço, sofreria muito.
Minha teorias não são tão boas, mas se segui-las será um ótimo cobaia, preciso de você para escrever meu livro.


sexta-feira, junho 21, 2002

Atemporal

Sabei vós que o que flui em minha mente hoje, não reproduz o real estado de sentimentos, mas como dever meu é estar expondo as idéias independente de como estou, cri pois, que deveria comentar sobre os excessivos agradecimento e/ou pedido de desculpas.
Talvez peço tantas desculpas por saber que um dia - caso realmente aconteça - se nós brigarmos por qualquer assunto, teria fundamento em dizer que preocupei-me muito com vós. Pois se quem escreve é um grande observador frio, e quieto, deverias saber que por detrás deste busto há grande gratidão e muitos sentimentos, por não serem expressos, torna-o o busto coberto por uma fina camada de gelo.
Agradeço muito, por valorizar cada instante, cada olhar, sequer tapar os olhos por causa do sol. Pois me lembro de cada momento em que sozinho estive, e que por mais sozinho que eu possa parecer, ao vosso lado não mais solidão sinto. Por mais fugaz que seja, em meu relógio eternidade é.



quarta-feira, junho 19, 2002

Fartos

Fartura excessiva torna-os cansados da melancolia incessante que aqui vive. Ok, tive uma idéia, se concordar façamos um pacto. Passo a escrever coisas idealizadas, as maravilhas e belezas do mundo, e ponho no site; e todas as asneiras e idiotices sentimentais e pessimistas que escrevo jogo dentro de uma gaveta, fechada às sete chaves, perco-as e não mais abro. Acredito que assim seria mais alegre, e tiraria a falsa impressão que vivo somente de tristezas, mas se é assim que quer, assim o farei.
Uma coisa mais popular, sei que perderia o caráter de pensamentos, mas se é assim que quer, assim faço.
Como todos os outros escritos, esse grato ou não à Deus, é passageiro, e sei que querendo você ou não escreverei como eu bem entender, e encare como você bem quiser, não mando em suas mentes, mas faço da minha o mais aberta possível, com o fim de tentar incluir algum ponto de vista que não existe nem nunca existirá em suas mentes se continuarem sempre felizes.
É isso mesmo, vivo das tristezas e assim vou continuar até alguém me mostrar que vale a pena ficar rindo de bobagens quando se está apaixonado, qual graça há em ser trouxa? Assim fico por um bom tempo, acho que não haverá ninguém que poderá me mostrar que este mundo pode ser feliz.
É claro que é impossível, quem eu amo não existe!


Mudez

Fiz-me mudo, assim não faria intrigas maiores que as já existentes, não diria coisas sem pensar. E p'rá que pensar se me faz mais triste, e a mesma pessoa que me fiz por pensar e agradou tantos gostos, fazem estes odiarem o meu modo de pensar e a pessoa que sou. Sou único, não há como dividir-me em duas partes, uma alegre e uma triste.
A tristeza e a felicidade coexistem, creio que não seja difícil compreender. E se um dia me imaginou sem tristezas, saiba que neste dia você cometeu o maior de todos os erros, o erro que cometo todo dia. Imaginar, idealizar as pessoas. Dedico ao meu grande amor, platônico obviamente. Você sempre me entendeu, te amo.


Ventríloquo

Conversei com todos hoje, sei que nem todos sabiam que era eu quem dizia, mas conversei sim.
E quando tu falavas tive medo. Medo de que minha displicência fizesse de teus comentários um eterno silêncio em minha mente. Ouvia-te sim, mas era tão interessante o vai-e-vem das árvores que confesso sentir desapontado com a repetição de palavras; tua voz não é irritante, de modo algum; mas o sol, a praça, o movimento, as pessoas... eram tão mais belas, que deixo o dito de te-las ouvido mais que ti. Perdão peço.


terça-feira, junho 18, 2002

O Real

Hoje, bem melhor do que ontem, não sei se por causa do crepúsculo ou se por causa da exaustão. Mais acredito naquilo do que nisso. Bom, foste um dos mais belos que já vi, não pela sua beleza em si, pois até que era meio feio, mas a realidade o fez diferente de todos os outros idealizados que já tinha antes visto. Mais real do que nunca se fizeram as feridas, impressionistas como todos escritos, mas ainda sim feridas superadas, marcadas em meu coro como forma de preservação das memórias.
Acompanhado pensa tu que eu estava, ora não cansaste de saber que vivo sempre só. Era eu e eu mesmo, somente nós a observar o céu estrelado da calma e quase pantanosa avenida paulista.
Ainda sim a comentar a beleza do crepúsculo, fiz-me distante do mundo encontrando refúgio o mais longe possível, talvez por isso o tão feio pôr-do-sol fez-me feliz. Um dia isolado basta para tomar-se o rumo de casa, se bem que sem casa, não há rumo p'rá se tomar, mas fica esta sensação.


segunda-feira, junho 17, 2002

Inércia

Quero ficar aqui, e daqui ninguém me tira. Já me forcei o suficiente a fazer coisas que não queria e é assim que hoje eu me apresento: Aqui estão minhas cinzas.
As dores sentimentais cessaram, até que enfim! Arrumei um jeito real de senti-las, cansei de não poder vê-las. Faço um corte e sei que aquilo foi ciúmes, desespero, não mais uma idiota angústia que não leva a nada. Analiso a forma com que o soro escorre pelo sulco das unhadas, e assim vejo a real importância desta em minha vida.
Foram três dias, para que voltar? Encontrar a mesma dor deixada pra trás, irritada por tê-la deixado só. Acorda, já estou acordado, não vêes que já dormi e não é sonho, e sim desejo. Claro, impossível de se realizar. Não diga que eu preciso tentar, pois saberia que não iria gostar dos meios. Maquiavel, cá estou, sua encarnação.


domingo, junho 16, 2002

A Certeza

É, ser justo não é fácil. Entristece-me muito quando cometo injustiças, culpando pessoas pelo que não são pertinentes à ela. Entristece-me mais ainda por culpar o ponto fraco da maldita corda que me liga às pessoas. Ou me culpo, ou te culpo, fico a me culpar por ter projetado os problemas como se vindos de você. Choro muito por odiar-te e saber que não tens culpa, pois tu vens de um sistema já conhecido por mim, e eu, tolo, penso que posso mudar sistemas concretos. Aff, se eu ao menos fosse inteligente, jogaria pro alto, e diria que era a minha vida, e morreria depois. Mas hoje te odeio por fazer coisas que não posso ver, odeio tudo e todos... não fugindo à uma crise existencial qualquer, eu também acabo por me odiar. Eu me odeio!!!


Mágoas

Minhas mágoas são anfíbias.


quarta-feira, junho 12, 2002

Me Agarraram

Estou pasmo até agora. Estava como de costume, acordando no meio da noite pela insônia rotineira que refresca meu rosto com as estrelas toda santa noite, eis que ao levantar pegam-me os pés e juro, quase caí.
Incrédulo da situação, cheguei a ajoelhar p'rá ver quem estava a me segurar, vi-me então em tal posição que seria mais fácil pedir ao céu a explicação do que aos meus olhos, pois estes não viram nada.
Mas acordei porque tive um sonho incrédulo, que de tão real fez-me perguntar a mim mesmo o porquê da increndice. O que me segurou aos pés e tornou-me pesado ao acordar foram meus sentimentos que de tanto ser jogados ao chão, tentavam subir pelas minhas pernas, alçando então minhas entranhas, fazendo-me perder a fome, como se perfurassem cada parte de mim. Tentei olhar pra todas as estrelas e nenhuma me olhou com a resposta entre o brilho.
Vi-me mais uma vez sem as palavras para escrever, talvez eu saiba o que eu sinta, com tal descrição só poderia crer em... deixa prá lá, talvez não seja. E por tanto camuflá-las com este maldito código, faz-me cada vez mais distante do objetivo principal: o desejo de expressar-me.


segunda-feira, junho 10, 2002

Enfim a Sós

Consegui...
Enfim eu e as lágrimas, foi tão difícil poder declarar-me, mesmo que não tenha sido para quem eu gostaria. Foi uma espécie de ensaio, senti-me tão frágil mas tão frágil por ser tão pequeno e tão singelo se comparado ao imenso enredo social opressor que me encontro nesse momento. Tá ruim pra disfarçar nos escritos o que sinto a cada dia mais e mais. Por mais que eu tente controlar meus sentidos cada vez mais retraídos, eles intimidam a minha grande expressividade e se mostram aos poucos, naum adianta instigar a mim a possibilidade de escondê-los, não vê que o faço todo dia? Hoje é apenas o rompimento dos laços de frieza que construi durante todos esses anos.
Me desculpe mais uma vez, por fazer do mundo um ombro amigo, mesmo sabendo que não me afaga o quanto eu preciso, é de qualquer forma um porto seguro.
Vocês...


Cólera

Dizem os sãos tratar-se de sentimento ruim, pecado capital dentre outras formas cretinas de tratar tão belo sentimento.
Belo pois nunca a sentiram, se soubesses como é bom poder nomear o que sente; diferencia-se do amor pois pode ser assim descrita: ódio, raiva, vontade de morte; ao passo que o amor usa de todas as sensações e sentimentos e mesmo desta maneira não é descrito.
Tão belo pois divirto-me ao descrevê-lo, não que hoje eu o sinta, mas que já senti e muito, e sinto-me na obrigação de dizê-lo pois tive as memórias de fatos que me trouxeram este pecado. E se fico com os olhos ardendo ao escrever isto, imagine que não passa de fingimento, meu peito bate acelerado a lembrar da cólera que vivo, e que se não fossem vocês leitores, estaria guardada às sete chaves e enterrado em meu jardim.
Vedes sua amada aos braços de um outro alguém, se não vês imaginaste já, ora; sabes muito bem a tristeza que é, tristeza não, cólera... é mais forte que ciúmes, mataria se não seguisse ética alguma, ficarias sem fome, chorarias ao andar na rua imaginando a sua amada, amada que jamais poderia estar em teus braços, acorda e é isso que sentes na vida real, não foi sonho algum.
Peço desculpas por fazê-los de saco de pancadas.


O Tempo

Ah tempo! Já conversei muito com você, chega de brigas, já cansei das suas tentativas de impor-me respeito.
Hoje entendo, não é você que me impõe a fugacidade do mundo, e sim eu mesmo quem crio as próprias velocidades. Meia hora pode tornar-se em eternidade, bem como um dia bom fluir na sensação de 15 minutos passados ao lado de quem se ama.
Agradeço pelas brigas e incessantes noites acordadas que duraram pouco menos que uma hora, embora fosse minha vida que estivesse correndo por ela.
Entendo então que farei dos momentos bons a eternidade, e das sinuosas e tristes brigas, alguns segundos de uma vida tão comprida e que não valerá à pena lembrar destas. Mas os conhecimentos cá sempre estarão, neste blog, nestes escritos, em qualquer tempo que puder achar em meu dia, e encontro mais que 24 horas, pois o tempo pára se eu quiser, eu posso fazê-lo. Sinto hoje que o mundo pára, capacidade de imortalidade, pelo menos por um instante, eu controlo tudo e aproveito então esse momento de crendice no meu ser.


domingo, junho 09, 2002

Código

Reclamaram de eu ter escrito em códigos, e ainda instigam a mim o conteúdo inexistente do "post".
Ah gente, por favor, todos os dias que lêem os escritos deveriam interpretá-los com o uso de códigos, não se façam de desentendidos. Todo santo dia escrevo minha vida e ninguém entende. Bom, por um lado é até bom pois livro-me da pressão de tomar decisões, e caso descobrissem esse maldito código, saberiam de tudo o que houve na minha vida.
Pergunta-se então qual código é o que uso, ora, é o código de escrita das entrelinhas, minha vida está nas entrelinhas de meus escritos, e cada escrito é uma resposta.
Divirtam-se.


sexta-feira, junho 07, 2002

O Começo

Falei do fim, que tal o começo p'rá hoje?
O começo de qualquer escrita é apenas uma aperrinhação de algo natural ou sobre-natural que despenca bem na minha frente; isso mesmo, uma folha que cai, o balanço de um ônibus, talvez até o abrir e fechar de olhos lento depois de uns goles a mais de vinho, quem sabe o frio que subiu na minha espinha semana passada. O brilho de cada pessoa, enfim, aquele mendigo que quase caiu na sua frente e te deu medo, mesmo se desculpando, ele dava medo. Ah, mais este é o começo de um escrito, um pensamento que caberia mto bem a este site, desde as folhas ásperas em vasinho de uma festa de formatura quanto o brilho das pedrinhas do asfalto que simulam um céu estrelado numa cidade poluída; quem naum tem cão, caça com gato uai!

Falo então da primeira coisa que escrevi, (deveria ter vergonha na cara e ter guardado, mas sinceramente, não sei o que fiz com aquela poesia). Não me lembro exatamente como foi o dia, mas era julho de 2000, eu era louco por uma menina, e pra variar, não correspondido; veja só, resolvi fazer como os grandes sábios, imortalizar a idéia do fracasso e fazer disso uma recordação "boa", não somente uma tristeza, tristeza de um poeta, comum não?. Aí foi que começou toda a minha brincadeira de escritor, poeta, filósofo ou qualquer coisa que você quiser me entitular.

O começo de um amor é uma simples troca de olhares sem segundas objeções, no momento obviamente. Pois verrá que depois disso não mais a terá com o puro olhar ingênuo de menino, mas com desejos de ir além. Isso não indica que será perverso; querer ir além não quer dizer desrespeitar; mas antes que queira ter alguém a seu lado, não pense em tudo o que eu escrevi aqui, serão tantas complicações que o afastará da pessoas e se encontrará como eu agora, um alguém que comenta todas suas sensações, pensamentos e planos, sabendo que grande parte destes sao inventados, imaginados e vividos no mais são platonismo.

Até pra falar o óbvio acabo por complicar as coisas, e se o meu começo não fosse complicar, o que seria do meu fim senão a coisa mais simples do mundo. Complico no começo pra simplificar no fim. Óbvio?

obs: começo a querer sair daqui, antes que eu comece a continuar os escritos... volto à Machado, este sim conta bem a estória de sua vida, inventada ou não...(chega!!!)...


terça-feira, junho 04, 2002

O Fim

O que é o fim? Senão lágrimas, desaforos, mágoas dentre outras deliciosas sensações que naum são possiveis de se extinguir da memória. Ó, mas o que se chamaria um fim que não houve conflitos, um fim pacífico, afirmo, não há fim pacífico ao passo que todo fim é conflituoso.
Ah, mas se soubesse que o fim de hoje foi um fim pacífico, duvidaria que foi um fim.
Há duas possíveis afirmações para concluir:
Primeira é que não houve fim, pois na verdade sequer houve começo, ao passo que sem começo não há fim, e tudo foi apenas inventado, para ter algo a mais para escrever.
Assim como poderia não ter acabado, simplesmente por não ter chegado ao fim, e se não tivesse acabado estaria eu a suspirar à lua todas as minhas sensacões de uma bela tarde de terça-feira. Hmmm, acho que não.
Acho que na verdade, pode acabar sem tristezas. O que seria de mim senão um alguém inovador. As coisas comigo são diferente sim, invento então o Final Sem Tristezas, e que ao contrário dos contos, pode não ser feliz para sempre. Mas quem gostaria de pensar nisso, já se contraria o fim triste, já chega de conclusões antecipadas para o dia de amanhã.


As Decisões

Antes de tudo, há um eu poeta e um real.
Ao poeta diz-se "decisão" algo misterioso e complexo, traz tristeza, e muita, mas sabe que no fundo estas decisoes foram só imaginadas, por situações imaginadas, e quanto às consequências jamais poderia se preocupar, pois elas não existem, pois a situação inteira não existe. É tudo invenção.
E ao real, de tamanha angustia de ter as soluções p'rá todos os problemas, vê se na necessidade de pensar, de se atirar de um prédio, ou mesmo não ter fome fim a pensar sobre todos os atos cometidos. Os dias, as horas passam e nada de decisões, sequer alguma solução. Eis o dia em que se toma a decisão de não ter mais decisões, dificil decisão pois não há certeza sobre o futuro. Muito supérflua esta decisão.
Se naum tomasse a decisao de não ter mais decisões, e não precisasse amanha voltar atrás, saiba que naum haveria o porquê de existir o meu poeta. Se é ele que serve pra complicar as coisas.
E se não houvesse vc, que lê as coisas que escrevo, o que seria do meu eu poeta, um mudo, calado. Mas e quanto a decisão de começar a expôr as idéias dele.... Quer saber de uma coisa, decido agora, adiar as todas as decisões...


domingo, junho 02, 2002

Delírio

Os tempos não voltam mesmo, definitivamente.
Eu, analista íntegro, de todos à toda hora, vi-me analista de mim mesmo. Perdi qualquer sentimento que satisfazia meu ego por ser o que sempre fui, analista.
Pude sempre dizer sim ou não às atitudes alheias, quanto às minhas, sequer pensei, nunca as tive.
Agora tenho de pensar no eu.. não! não! não é poeta, é real, sofrimentos ou tristezas futuras, propostas, são minha causa, e não mais posso vê-las friamente.
Não mais sou aquele júri que apenas visualiza a situação sem ver precedentes, analisa apenas os fatos. Vejo eu hoje, desde o meu nascer até agora, e sei que não seria de mim recusar qualquer convite com objetivo de conhecer os códices do conhecimento humano. Se o posso fazê-lo, e sempre o quis, que juiz seria eu para recusar a um encarcerado, o desejo merecido de liberdade?