sábado, maio 21, 2005

Sem ao menos saber

Algum beco escuro. Daqueles com vapores atrapalhando a visão. Talvez fosse a única coisa que eu realmente quisesse ver. Os vapores o eram e seriam por algum espaço de tempo, enquanto de tal situação, eu caminhava chutando pedrinhas e tentando saber o que eu era afinal.
E a resposta, certamente não estaria nesses vapores e nem nos becos escuros tão convidativos. Nem naqueles campos calmos, nem nos santos. Em algum lugar escondido na estrada da introspecção. Caminhos tortuosos demais para quem tem pressa. Frio para as ruas e mendigos sem os devidos aquecedores e cobertores inutilizados em algum canto do mundo...

Sem ao menos saber de onde, nem pra onde, nem o quê. Sem ao menos saber que não saber é a chave de tudo.
Sem ao menos saber que o normal é realmente não saber.
Sem ao menos saber que 'sem ao menos saber' saber-se-á algum dia.
No zigue-zague quase ébrio dessa sarjeta tênue do existir.
Sabendo que se pode viver 'sem ao menos saber'. Posto que já se viveu tempo suficiente 'sem ao menos saber'.


segunda-feira, maio 02, 2005

Confinado à própria medíocre existência

Você foi, é e sempre será o maior amor da minha vida. Fictício por excelência, maléfico pela sua real natureza... Amor tão digno de descarte.

Posto que é fictício não tem chama.
Posto que de fato não existe não reclama.
Mas, porém, contudo, entretanto, hei de dizer em uníssono.
Quero que acabe logo, enquanto existe ficticiamente.