terça-feira, janeiro 24, 2006

Mais Sonho

Argumentava que esse tipo de coisa não deveria ser feita. A outra parte questionava, sem ironia, do que ela poderia estar falando. Inúmeras perguntas, comentários e retóricas depois, o impasse continuava pleno e isso não criou momento de calmaria, nem tempo para se pensar melhor. Tudo já estava decidido, ela pegaria as coisas e iria embora.
Eles ainda conversaram meia dúzia de palavras, mas por causa do volume do rock'n roll que eu ouvia, nada pude distinguir. Houve um silêncio breve, como se ela tomasse fôlego para fazer o que sempre havia desejado. Derrubou os enfeites da mesa da cozinha, ele se aproximou. O suficiente para levar um tapa no rosto e perder a realidade da situação. Nesse meio-tempo, ela se fora, não sem antes bater a porta.
A última imagem que ele teve foi a dela, com sua mala pequena, bem surrada, descendo as breves escadas, caminhando em direção ao conversível azul celeste metálico 68'. Jogou a mala no banco de trás, e saiu criando nuvens de poeira.
Vestiu os óculos escuros, caminharia seguindo o pôr-do-sol, até que este não existisse mais.

em breve, com sonoplastia adequada

Sonoplastia(s!!!):

Psycraft - Top Gun por Érico Nogueira
ps:com 3min26 ela está indo embora
com 5min43 ela está entrando no carro..

Chava Alberstein - Had Gadia por Natália Esteves


quinta-feira, janeiro 12, 2006

...

Foi apenas o toque de perfeição que destruiu seu mundo irreal? Que de todas as sensações perfeitas, preferiu sentir aquelas que se pareciam reais e, por não serem suas, teve de roubá-las?
Não fora preso pois não foi considerado roubo. Não se vê pessoas sendo presas por roubarem a miséria das pessoas, deixando o espaço para a riqueza.

Não tens medo da própria repressão? Pois anos de reclusão apenas fomentam a tortura pessoal por delitos cometidos, e ainda aqueles que se cometeu em pensamento. Não pode existir prisão pior do que a sem muros, a que temos dentro de nós mesmos e nos fazem bater a cabeça diversas vezes na parede, tentando mudá-la. A parede é solidária e não se move, mas não suficiente - não resolve.

Começa, então, um projeto de realidade. Criada para excluir os males irreais da realidade fictícia. E, mesmo com as milhões de previsões, ainda cairá em desgraça pois não trará felicidade alguma. O problema está na realidade. Não se pode culpar o que não existe, pois o que existe, deveria, mas não serve como exemplo. E nada serve.

Não existe exemplo. Não existe. Não existe projeto, pessoas, palavras. Nada existe.
Nada existe.
Nada existe.
Nada.