terça-feira, junho 29, 2004

sábado, junho 26, 2004

Pasárgada, 23 de julho.

Sei que precisava dar satisfações de onde eu estava, por isso essa carta.
Cansei-me da vida que eu levava, não durmia há muitas noites, e o raiar do dia me remetia às frustrações de vê-la. Por ser intocável, me sentia cada vez mais indolente ao tentar lhe falar.
Sem lhe dizer adeus, parti. Penso que não deve estar sentindo minha falta, mas... bom, não sei.

Confusões à parte, não sofro mais. Apesar de tísico, mais feliz agora do que antes.
Peço desculpas por não ter sido o que imaginava. E te desculpo pelo mesmo.

Sem mais,
quando d'outra revelação, não serei criativo.

Pássaro Azul


sexta-feira, junho 18, 2004

Mais um dia

Trocar de estações nunca foi o meu forte - comentava. Hoje falava apenas das de rádio. Se de manhã pretendeu colaborar, no rush noturno, não mais - continuando o reclame.
Procurar a chave certa no escuro não é uma de suas grandes habilidades, mesmo assim conseguiu abriu a porta e entrou na sala. À primeira possibilidade, largou cachecol e casaco apoiados em algum sofá ou cadeira, queria mesmo é descansar de um dia tão estafante.
O tapete vinho e mostarda parecia aquecer de alguma forma a frieza de seu dia. Tantas coisas por dizer... Inúmeras formas... infinitas consequências....Olhava para os pés, sentado na cama, respirando fundo atrás de algo que os ares daquele dia não trouxeram.
Poderia ter sido hoje, não?



O creme do Espresso

Às vezes o espresso vem sem creme. Não sofra, pode ser que o barista sinta-se envergonhado e refaça com mais dedicação ainda, melhor que o esperado.


segunda-feira, junho 14, 2004

Conversa Cotidiana

Pessoa 3:
- Bom-dia!

Pessoa 1:
- ... festa, depois tivemos que ir em outra cidade e desistimos. Compramos outro convite e fomos para outroa balada...

Pessoa 2:
- Kkjasijasdnindaih.

Pessoa 1:
- Foi muito complicado isso....

Pessoa 3:
- [Acho que vou tomar um café].

Pessoa 1:
- Hjhaiuhkjnasiuhnjighnad.

Pessoa 2:
O mesmo.



sábado, junho 12, 2004

À Você

Meu fascino cresce cada vez mais, e por isso, peço que conversemos sobre nossa situação. Estamos sempre unidos quando a noite começa, até o dia cansar-se do obscuro e resolver levantar. Vê-la adormecer é a pura expressão de beleza que qualquer surrealista gostaria de experimentar. Eu posso dizer que deveria estar contente. E estou, sim.
Tê-la em meus braços em diversas situações nos remete a contos inimagináveis de ocorrências esplêndidas, consequências fantásticas. O mundo torna-se pouco e assim fazemos parte dessa nossa realidade.


- Precisamos de alguma forma mudar isso.
- Estamos bem, eu, você os jardins...
- Ninguém sabe o quão difícil é ver-te assim. Inconsciente da nossa existência.
- Amor, do que você está falando?
- Esqueceu-se que quando nós dormimos os outros acordam?


quarta-feira, junho 09, 2004

É Cíclico

Voltemos à parte boa da estória. Isso, a da impossibilidade de atingir, de alguma forma, a cousa amada. A distância que há até o verdadeiro amor, o platonismo puro e essencial.

As casas de época geralmente possuíam sacadas onde encontrava-se, tarde da noite, donzelas esperando os seus poetas românticos. Eles sempre existiram, mas serviam apenas para se saber que existia o verdadeiro amor. O rumo que as coisas tomavam era sempre contrário ao acontecimento daquelas noites típicas.

As cartas eram sempre fervorosas e pouco se preocupavam com os costumes. Estes não fazem parte do amor, nem nunca farão.
As donzelas liam romances enormes com água nos olhos. Sonhando, sim, sempre sonhando. Algumas se recusavam a acreditar que estavam sonhando, mas queriam o mesmo.

O dia clareava e o mundo voltava ao normal. Interessavam-se pelos sem graça e pelos acompanhados.


Café com Leite

Os fatos não aparentam estar acontecendo de verdade. Ao final de uma frase espera-se os risos e o comentário dizendo ser 'brincadeira' ou 'brincadeirinha'. O curso normal se segue, mas não consegue aliviar a sensação de um mundo irreal.
Um café nem quente nem frio daria basicamente a mesma sensação, levemente adocicado, porém sem sabor, um chafé precisamente.
Calmaria durante uma tempestade, sem ondas, ressaca ou vendavais. Estranho.
Numa canoa furada sem estar afundando nem sendo levada a lugar algum.

No fundo se sabe pra onde vai.

-Açúcar ou adoçante?
-Esquente um pouco.


sábado, junho 05, 2004

Console-me

Diga-me que os anteparos à nossa convivência são benéficos. Que o muro que nos separa de certa forma nos une, também.
Não se esqueça de proferir que quando pensava em você, bati o carro, mas não teve problema algum até agora, a não ser desaforo.
Tentaram roubar seu carro, mas não há problema algum, pois em parte será ressarcido.

Onde ficam os sentimentos? Sim, aqueles que não se vão com a solução dos problemas. Pra onde vai a necessidade de fugir desse mundo? Quem se responsabiliza por irresponsáveis deveria fazê-lo sempre?

Quem realmente deveria estar vivo nesse momento?


quinta-feira, junho 03, 2004

quarta-feira, junho 02, 2004

Brisa Paulistana

Sopra em nossos rostos pedindo fôrça. A mudança, de qualquer maneira e intensidade.
Há quem cubra a cabeça e se esconda. Mas há quem se livre de coberturas e defesas e encare o desagradável de frente. Um pouco exagero. Não é desagradável assim, é apenas diferente.
Quem agüentaria a vida a ver sombras? Quem agüentaria viver da História de outrem?
É preciso criar a minha própria.
Meu livro, minha filosofia.

Ah! Brisa paulistana, se outrem a visse desta maneira ficaríamos realmente felizes, que olhos poderiam temer se esconder de você??
Abrace-me, vamos.

[e o vento soprou mais forte]

Será algum tipo de dilema?