quarta-feira, julho 31, 2002

Obrigação

Como que por obrigação as lágrimas caíram hoje.

Obrigadas e secas,
Lastimadas e intrínsecas.
Choradas na calmaria
Incessante do tumulto.
Voluptuosa chuva.
Ai se fosse minha,
Cairia bem como luva
Veludosa e terna.
Não assaz,
Nem existe
Maldita ilusão
Em que te consiste?


Quanto à Experiência

Se pensares em teus fracassos como sendo experiências de vida não sentirás dor qualquer atrelada ao mesmo.
A singularidade dos fatos os tornam em experiências significativas. Me perguntas como seria caso houvesse repetição nas situações, e digo a ti que não há repetição pois há imaginação em tua mente, assim sendo sempre haverá situações novas.
Não há essência no mundo que camufle qualquer tipo de existência.
Imagine!


terça-feira, julho 30, 2002

Contemplação

Bem como fiel à Deus,
Servo à musa.
Medo do fulmino olhar,
À Espera que passasse,
Perspicaz enlace,
Contemplas ao chão
O que ao céu não pôde.
Ofusca-te a visão alumiada,
Não vês nada além de passadas.


.


Teatro de Fantoches

É de se estranhar qualquer atitude alheia visando a manipulação de mentes transtornadas. Muito me estranha perder meu teatro de fantoches, pois já sabia que não o tinha, e ainda mais perdendo-o, que farei com minhas idéias maquiavélicas escondidas e trancafiadas num baú enterrado em meu jardim?
Lixo não é resposta, já disse que não jogo minha vida fora... Minha vida pode ser um lixo por receber todos os podres de todos e ainda sentir-me um ser normal.
Deixe estar, as idéias permaneceram guardadas, e o jardim ainda não está florido. Quem sabe de adubo sirva, fim triste pra algumas idéias tão mal nascidas.


segunda-feira, julho 29, 2002

Quando é Que Vão Entender?

Deus, cá estou novamente a reclamar de seus feitos. Entendeste mal quando vos disse que gostaria que tornasse meu caminho em um mar brando, sem tormentas e sem calmaria, assim mais longe iria. Quis mostrar-se eficaz e tão mal falado que estava, intensificou meu pedido ultrapassando os limites dos meus desejos.
Vos disse que gostaria que tirasse as pedras do meu caminho, mas não de minha vida. E vós me diz ainda que tornaria belo os campos por onde eu iria atravessar, mas achou digno que as tirasse e transformasse minha ida num passeio urbano. Não disse para destruí-las, pois gostava delas, mas pensou que sabia exatamente o que eu queria e tiraste da virtuosa estrada as belas pedras que faziam da minha vida uma estória.
Sem pedras não há caminho, não há vida, não há nada.


quarta-feira, julho 24, 2002

Óculos Sobre a Mesa

Como uma bela foto de detetive, tive hoje meus óculos sobre a mesa, entre as páginas de um livro sobre mistério. Obviamente era o mistério da minha vida, um diário. E fiquei a pensar se os óculos lá estavam por ter acabado o enredo ou se pela complexidade do mesmo fiz-me fugitivo de minha própria história.
Posso ter ido dar uma volta, refletir sobre esse maldito caso, uma praça misteriosa lendo um jornal a observar o segundo plano que deixei por tanto tempo esquecido. Acreditava, pois, que no primeiro plano estava tudo o que eu queria, engano desfeito graças à uma manhã de terça-feira.
Mas de volta aos óculos, acho que não tem nada a ver, posso ter ido descansar e os óculos lá ficaram. Ah! Ficaram pois estava cansado, e não havia terminado o livro, por isso os deixei lá. Só se arruma a mesa de estudos e os manuscritos após o fim dele, ficaram pois o livro não acabou.
Tenho muito a escrever ainda.


segunda-feira, julho 22, 2002

Blood Mary

Ingredientes:
4 colheres (sopa) de vodca
6 colheres (sopa) de suco de tomate
Sal e pimenta-do-reino a gosto
2 colheres (chá) de suco de limão
20 gotas de molho inglês
10 gotas de pimenta vermelha líquida ou
5 gotas de Tabasco
3 a 4 cubos de gelo
Salsão para decorar


Modo de Preparo:
Bata em uma coqueteleira todos os ingredientes, menos o raminho de salsão. Coe o gelo e despeje em um copo gelado, tipo long drink, decorado com o salsão.

Obs:Se quiser sentir um pouco mais no clima, espere uma noite chuvosa e se maqueie com muito pó de arroz. Passeie no cemitério no dia 24 próximo (lua cheia), divirta-se uivando para a lua.


domingo, julho 21, 2002

Andar

Diga-me, se andaste tanto tempo nestes caminhos da vida? Andou tanto, sem olhar pra trás, caminhos e mais caminhos. Noites sem dormir, e caminhando.
Se não teve dor alguma durante todo esse tempo diga-me o porquê de caminhar tanto. Não é necessário. Insiste em caminhar para ter grande fama de andarilho, mas na verdade é um grande farsante.
Pare de andar se não sente dor alguma.
O meu andar eleva a minha pessoa à dor, por isso sigor.


Estrada

Pego a estrada, e vejo que dela partem muitas outras estradas. Vejo estradas paralelas, outras que interceptam a minha e se vão, muitas outras que passam por cima ou por baixo da que eu sigo.
Puis o volume no máximo, uma grande clássico do rock'n roll, impossível não se animar. Mas ainda me preocupo por as estradas não se convergirem para a minha pessoa, todas elas se vão, passam por mim e vão embora. Também não vejo ninguém andar por elas, estranho pois acredito que hajam tanto pessoas à minha frente quanto pessoas que estão atrás de mim, mas não no mesmo caminho. O meu caminho é único.
Piso mais fundo, assim esqueço das coisas que aconteceram. Ora, abri os olhos, foi um sonho...? Não, vejo ainda as faixas da estrada, elas terminam, mas o asfalto continua, ainda tem o clima de rock'n roll...e ainda, ao descer do carro, esbarro numa placa com os dizeres "Em construção".
Que confusão.
Agora sim eu acordei, pisquei os olhos novamente. A única lição que eu poderia tomar disso tudo é que eu não posso baixar minha cabeça, ainda tenho uma estrada a construir, o meu caminho, e espero que estradas se aliem às minhas pois não teria graça alguma alcançar o topo se eu não tiver com quer compartilhar.
É isso.


quinta-feira, julho 18, 2002

Atitude Sem Efeito

Se um dia tomares uma atitude [sobre amores, ou coisas do coração] e esta não repercutir qualquer efeito em tua própria pessoa das duas uma: ou tu és um grande iceberg e não se abala por nada, mesmo mudando tua vida bruscamente não é sensível nem tá preocupado com o mundo, nem contigo mesmo; ou então esta atitude já havia sido tomada há um tempo atrás, e os abalos que deveriam ser causados após a atitude ocorreram durante o estopim da mesma. Enfim, já houve tudo que poderia acontecer, a atitude foi apenas uma lei para "inglês ver", apenas a legalização do fato ocorrido.
As coisas continuam a ser como eram antes, nada mudou.


Reflexões de 5/6/2001

Preciso de atenção,
Pode ser matando Lennon,
Ou então quebrando um muro famoso,
Preciso de atenção.

Pode ser pelo lado vulgar.
Gritar uma guerra pela cor,
Mas preciso que olhem p'rá mim,
Um estado de guerra civil.

Crise financeira,
Guerra encadeia.
Prisioneiros de suas próprias almas.
E preciso de atenção.

Sou apenas uma estrela apagada,
Mas peço força,
P'rá talvez
Chamar atenção de uma forma bela.

Mas já o faço
E preciso de atenção.
Talvez uma cadência
Pode ser uma boa forma.

Quem sabe,
O ato de semi-vilão
Vire a atenção
Para um elo perdido.

Vou fazer barulho
Do modo silencioso,
Na calada da noite
Torno-me mais pretencioso.

As estrelas me guiam,
Mesmo que em horário inoportuno
Onde já se viu
Uma fuga que não é noturna?

Leio meu sorriso,
Ao mundo entrego.
A resposta vem em lágrimas.
Vou tentar o inverso.

Tentarei trazer sorrisos
E levar minha tristeza,
Para que possa ser enxugada
Com seu belo riso.

Vou brigar,
Sem palavras,
Vou me indignar,
Sem respostas.

Tentarei a música,
Forma de expressão.
Gritarei todos esses versos
Em vão.

E dou voltas.
A crise geral persiste
E não permite
Que haja a facção de estradas.

E ao fim estou,
Mesmo não sabendo
Onde o começo está,
Nem mesmo se existe o fim.


quarta-feira, julho 17, 2002

Estado

Um dia acontece.
A lua não mais sorri,
As estrelas correm,
E o pouco de vida que resta
É levado pelo vento.
E eu fico aqui.


Voz

Perdi a minha voz. Não mais tenho motivo pra cantar, alegria e tristeza fundem-se num ponto em que não se tem a preocupação em saber o que acontece com o mundo exterior, e muito menos com o interior. O ponto é a desilusão. Pra que existir? O que fizeram comigo? O que a criação fez comigo, senão sofrer sempre, por nunca conseguir o que eu queria.
Não foi por falta de tentar, desisto sem luta, talvez sem chance de que volte a lutar.
Não me peça para que grites o teu nome. Não tenho voz, sofro calado.



Summum jus, summa injuria

O excesso de direito, excesso de injustiça.
Se você pensar demais no que é certo ou errado perder-se-á na própria melancolia de respeitar demais o próximo. A ética não deve ser aplicada acima de tudo, uma vez que a ética não tem a ética dos amores e do sofrimento encrustadas, ou seja, a emoção por cima da razão.
Se estivesse em meu lugar, saberia o quão difícil é ater-se com a ética social, e calar-se frente tudo e todos.
Mas mesmo assim, ando com a cabeça erguida, ainda respeito a ética.



terça-feira, julho 16, 2002

1º de Maio

O encanto se desfaz, estranho por não ter encantado sequer alguém. O antes gosto acolhedor repele, fecha-se frente a mim, e mesmo sem ter intenção, faz-me triste.
Se minhas palavras fossem completas, entenderias. Mas não, são sempre tristes e afastam a alegria, somente a tristeza prega.
Não adiantariam cartas, nem escolher sentimentos que não tenho. Fugiriam então à minha pessoa, porquanto não meus seriam.
Rasgaria estas palavras se não tivessem significado.
Seu sorriso não é feliz, existência esdrúxula faz chorar, perguntas sem respostas completam a existência.
Assim sendo, apenas disse quem realmente encontrei hoje: você, tristeza.


Abrir de Olhos

Estava rolando na cama no sábado passado. Não conseguia dormir, fechava os olhos e via os meus sonhos, estranhamente, ao abri-los via exatamente a mesma coisa. Já não sei se estou de olhos abertos ou fechados, ou se algum dia eu abri os olhos para o mundo.
Chego a concluir que eu imagino como são as coisas, os olhos são apenas decorativos, para as coisas que eu vejo não é preciso ter olhos.




Nuvens

As nuvens tampam o céu,
A água torna a cair,
Os rios se enchem,
Inundam todas as planícies.
Num passe de mágica,
A nuvem se vai,
Volta o céu azul.
E ao piscar os olhos,
Vedes de novo as nuvens,
É apenas um ciclo,
Mas chega ao fim.


segunda-feira, julho 15, 2002

Penso, Logo Existo

Não quero levar a julgamento quem fez a frase, mais vale eu comentá-la.
Disseram que o ato de pensar tornaria o ser humano em alguém valioso. O ato de pensar é próprio do homem e o faz diferente dos outros. Interessante...
Veja só, o ato de pensar fez-me acreditar que o não pensar torna as pessoas muito mais felizes, indiscutivelmente mais sorridentes com a vida do que aquelas que são extremamente inteligentes e não sábias.
Entro agora num outro aspecto: o fato de existirem sábios que não sejam exaticamente inteligentes, mas que, com seu modo de pensar fizeram de seu dia-a-dia algo extremamente aproveitável e feliz, fazendo do quotidie uma grande volúpia; no oposto têm-se o homem exato que, com toda a inteligência do mundo não move uma palha se quer p'rá encontrar a felicidade nas coisas.
O sábio pensa, mas não extravasa, não faz deste ato [de pensar] algo necessário para a vida, mas fá-lo praxemente. O homem dito inteligente exagera na necessidade de encontrar respostas, e acha na exatidão do modo de pensar uma profunda melancolia que só conseguirá cessar caso desista deste método de vida.
Sinceramente, preferiria não existir.


domingo, julho 14, 2002

Homem Chora

Não te lembras quando eras pequeno, quando manhoso choravas investindo em qualquer inutilidade e seu pai ou pessoa outra qualquer dizia que não devias chorar, pois homem sendo seria atitude de alguém frouxo? E tu, não sabendo o que seria certo ou errado, tomaste aquelas palavras que serviam apenas para tirar dos ouvidos aquele choro lastimável como verdade absoluta, tendo sempre o choro na garganta preso, medo de que este caisse e te tornasse não homem.
Ora, não viste o que fizeram contigo? Carpe Diem, aproveita o dia, faça deste uma grande tempestade, chora o que não pôde enquanto menor.


Ato Falho

Escrevo agora por desabafo. Não adianta tentar fugir, por melhor que seja a fuga e mais bem encenada que seja, fica o engano; o meu engano no crer que assim estaria virada a página deste livro. Erro, pois nesta nova página há somente vestígios da anterior, a antiga como o passado sendo memória e releitura. Variação do mesmo tema sem sair do tom.
Engane o mundo, mas não tente se enganar, quando percebe o feito não dormirá em paz, nem saberá o que fazer, porquanto você não entende e não aceitará suas desculpas. Abismado com seus atos, nada fará senão lamentar angustiado, a pobreza de seu espírito.

"Foges de todos, mas não de teus princípios".


sexta-feira, julho 05, 2002

Disfarce

Pode-se declarar a mais absurda das intenções sem causar o menor reboliço. É, basta um disfarce.
Nada como uma fuga poética e espiritual. Faz da verdadeira fuga uma singela busca incessante de conhecimento. Fico mais com a simplicidade do que com a complicação.
Fujo tão bem, que pareço ator, fujo sem sair correndo, despedindo-me para voltar mais tarde, mas de maneira tão eficaz que nem desespero trago.
Sou ou não sou um ator?


quinta-feira, julho 04, 2002

Eis aqui um manifesto que escrevi, eram idéias e precisavam ser expressas, não o escrevi hoje, mas no mais tardar em uma semana em ponho a data correta do escrito.

Manifesto

Camaradas,

Evoco assim não por ser em prol do comunismo, mas antes que pensem do que eu sou a favor, vejam o que importa esta carta:
Cansei de ver os sábios incultos jogados pelas guias, sabendo que inteligentes são, mas esta maldita ordem o fizeram assim.
Não digo que todos formados são sábios, mas os sábios formados movem o mundo. O que vos impedem de ter educação? Os interesses da esdrúxula camada que está no poder.
Antes que digas que a burguesia fede ou coisa semelhante, saibam que generalizar pode ser um grande erro, pois a burguesia que os fazem escravos é na verdade a alta burguesia, que por cegueira e distância que mantém de vocês não sabem como está a real situação. Eles são culpados por não saber que teus filhos passam fome, e que acordam enquanto é noite, para, ao nascer do sol, operarem as máquinas; faça chuva, enchente ou sol.
E não pensem que isso irá mudar do dia para a noite, por mais que um governante queira, uma grande parcela pode não querer, e assim se faz os desejos da estúpida elite latifundiária. Por vezes sonegadora, e influenciadora -senão dizer manipuladora- do congresso, muda as leis do país para tudo continuar do mesmo jeito. Ah! se tivéssemos um pensador conosco. Por que não começamos agora mesmo a exigir os direitos?
Eles têm medo que seus filhos sejam incompetentes e percam o poder ministrado há 500 anos. Mesmo com elevado grau de educação, eles [filhos da alta sociedade] não se importam com o estudo, e os piores estudantes destas sociedade particular é ainda sim, por muitas vezes, superior aos melhores que freqüentaram os restos do ensino público. O que 500 anos fizeram: a distância entre meu ensino e o de vocês. Se o que precisam é de um alguém que ligue estas duas classes, não tem nojo, nem fala pelas costas, sequer os usam para ter votos: cá estou!
Prometo ajudar quem quiser ser ajudado, mas não pensem que sou cegamente a favor de toda a camada pobre. Não pensem que são vítimas. Por mais que o sejam, jamais usufruam disto para explicar a preguiça e/ou a falta de vontade de querer mudar a situação. Não sou a favor de invasões, nem badernas. Seres humanos pensam, e interrompem pensamentos com o grito e não com a destruição. Se querem destruir o pensamento elitizado de um governante, o faça com o grito, digno será este que abaixar a cabeça para vocês.
Sou a favor do trabalho para quem pode trabalhar, e o meu trabalho não vai sustentar o ócio de um cidadão com saúde. Nem as altas taxas que pago todos os dias dever ser usadas para manter os vagabundos.
Muitos querem a mudança, muitos arrumam desculpas. Fico com quem quer as mudanças, pois a desculpa é o maior pretexto que há para sustentar a preguiça de querer a mudança.
Se esta é a bandeira de vocês, camaradas, fico contente, um dia vamos mudar esse país, espero que os problemas cotidianos sejam como pedras em vossos sapatos, e com o tempo, impossibilitados de caminhar as joguem no pensamento político deste país. E farão isso todos juntos, a união faz a força, e assim, quem sabe, mudarão este país.

Tensiosamente
Leonardo Monteiro Mazzariol
(Poeta, idealista, louco, revoluciónario..e ainda ser humano)


quarta-feira, julho 03, 2002

Registros

Guardo todos os fatos em registros, quem sabe estes me farão um dia lembrar ou refletir sobre os meus mundos.
No começo das contas sou bem é frustrado, quero no fim chegar p'rá quem sabe assim concluir algo sobre o Hoje... Tudo errado...
Errei pelo princípio de ser um bom orador, mas um bom orador não faz seus discursos em papéis, afinal são discursos e não escritos. Sei tapear perfeitamente todas as pessoas, e mudá-las conforme quiser, não o faço pois foge à minha ética. Mas posso torná-la passiva de certas situações, mudar o mundo pra continuar tudo do jeito que está.
Vejo-me em profunda e estranha sensação, preciso de um grande registro para a humanidade, e tudo o que tenho são as controversas declarações sobre mim mesmo, o que nunca quis e nem pedi, mas mesmo assim me invadem.
Vai demorar ainda a nascer alguém que discuta comigo fim a deixar-me na sarjeta, e depois de um tempo poder eu agradecer a ela por ter feito-me sofrer coisas reais. Não preciso declarar o que fui à humanidade, mesmo porque a conclusão seria que nada fui, mas preciso mesmo é relatar este sistema que ninguém percebe.


segunda-feira, julho 01, 2002

Ascetismo

Decido, pois, alienar-me ao ascetismo. Hmmm, acho que não deveria ser escrito dessa forma. O ascetismo sem querer já faz parte da minha vida, e também não se deve alienar o próprio ser à uma doutrina e sim a doutrina ao próprio ser.
Assemelho a ascese à minha pessoa por estar negando muito dos prazeres da vida, e não vendo sacrifício algum nisso talvez seja interessante estudar as regras.
Abdicar dos desejos e superfluosidade de todos os prazeres poderia valer-se de algum crescimento espiritual. Vale lembrar que se já há crescimento espiritual sem a abstinência, creio não ser preciso seguir os monges tolos, fiz-me monge sem estar trancado em um mosteiro. Vivo na pior de todas as prisões, a qual você se submete, e não há um muro sequer.