quarta-feira, dezembro 31, 2003

Os títulos se escrevem automaticamente...


Ei-la

Para esquecer os fatos, atos contidos do bem dizer esquecido.
Do amor forjado em lentes falsas de fotografias branco e preto.
Os quadros ainda estão na parede, são os murais de lembrança de ti, no dia em que partiste.
Como Picasso, Volpi ou Tarsila, uma vez posto, adapta-se ao local, gerações passam e não se move.
Mas ainda, por mais que fosse isto que veio-me à cabeça, sua ausência devia esvair-se na parede, como já ficou impresso.

Sem você eu sou tudo, e em sua ausência fiz de mim o que sou, e lhe digo inda que u'a qualquer presença sua far-me-ia o desastre que antes era.
Se no faltar-te me fiz assim, por que haveria de querer-te novamente.
Sim, dissertar-te o bem querer, longe, obrigado.

Coisas que sempre estiveram, sempre existirão, cafona ou não, jamais deveria fugir da verdadeira essência de nosso bem estar. Bem dita seja o dia da chuva na paulista.


///pequena correção, para os amantes da gramática seca, "Bem dito seja o dia da chuva na paulista", embora, bem dita seja a chuva, e não o dia.\\


terça-feira, dezembro 23, 2003

Bossa

As pessoas negam a possibilidade de um prazer a si próprias. O enfoque exacerbado em determinado assunto/situação apela para o caos interno da pessoa.
Internamente invisível, aparenta, assim, incrédulo o questionamento externo da existência inócua.
Peço desculpas pela sinceridade.
Mas a saudade permanece em tudo, por mais que não houvesse a situação para ser lembrada, fica a saudade.
Saudosismo, pois.



Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa que chora,
qualquer coisa que sente saudade,
um molejo de amor machucado,
uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
feita apenar para se amar,
para sofrer pelo seu amor e ser só perdão.

A necessidade plena de repetir sinônimos para no fim chegar a lugar nenhum, porém distante do início e mais próximo da finalidade.

E de tanto desencontro, surge a esperança de um encontro, ou permanece ainda.
E na falta de ambos, imagina-os, e assim se faz o poeta pleno, até certa idade.
Essa idade, a minha. Até quando, não sei.


segunda-feira, dezembro 15, 2003

Herói de dois mundos

Seria conveniente tratá-lo com este nome ou outro? Bom, fica este por enquanto.
Uniu dois mundos, não eram rivais mas não se bicavam de maneira alguma.
A grandeza de um herói se mostra em sua capacidade de simplesmente aniquilar as amplitudes das diferenças. Mostrando que suas diferenças podem mostrar pontos de vista incrivelmente suplementares uns aos outros. O herói é o máximo em termos de simplicidade e simpaticidade. Qualidade invisível nos dias de hoje.
O que tinha de diferente eu não sei dizer, mas posto que é herói, e meu, devo minha atenção total. Não sei mais o que posso dizer de tamanha estranheza em sua aparição.