segunda-feira, outubro 03, 2011

Mãos dadas

- Ei... olha só...!


O mar enevoado.  Das ondas que vem e vão, em espumas de uma neblina etérea, surreal, banhando como praia o belo e extenso vale do Paraopeba, serra da Moeda.

- Olha! Juro... é incrível...


Donde estrelas e lua brincavam de cintilar tal a testar a veracidade do que era visto.

A cada abrir e fechar de olhos, pôr em cheque a crença de que os tais caminhos de outrora eram capazes de convergir em harmonia e cumplicidade infinitas. Sem razão e cômicos. Voluntariamente comparar olhos fechados e a visão à frente, tão próximos! Esse sonhos... tão pouco detalhados!

Havia de concluir após longo descanso, de mãos dadas e repousadas em seu colo.

Há a volta, oras. De volta ao medo de que se perdesse em tamanha cidade a grande mágica que enlaça os nossos dias. O cotidiano que intoxicaria os olhos e prenderia a respiração. Asmático, ofegante, trôpego! Não. Se tal receio de se perder em caminhos conhecidos for forte o bastante, encontrem-se juntos, onde nunca estiveram.

Caminhando...

De mãos dadas.