segunda-feira, dezembro 23, 2002

II.

Vai, minha tristeza, e diz a ela que, sem ela não pode ser. Diz-lhe numa prece que ela regresse por que eu não posso mais...
"shhhhh... cala a boca".
Seco. Fiquei sem respirar. Não vi mal algum em expelir alguns sentimentos. Lembranças tão claras, mágoas guardadas nos vazios que foram destrúidos por um amor que nunca existiu. Se ao menos tivesse um retrato a coisa ficaria um pouco melhor. Acho que não, se o tivesse provavelmente em momento desesperador atirá-lo-ia contra a parede e, cacos de nada valem.
Já sei que cantar não posso. Bem que poderia haver uma cama mais confortável, minhas costas doem.
Não havia reparado como os tetos das celas parecem ser tão admirados. São os únicos espaços limpos, talvez por serem intocáveis. É isso, parece o céu, intocável. Já posso ver os desenhos que poderia fazer. Uma estrela de sete pontas - levaria dias -, escritos de "eu te amo" formados por estrelas...
A luz ofusca os olhos e não vejo mais nada. Já é noite.
Luzes de natal. O mundo contente em ser solidário uma vez por ano, confraternização para com o próximo.
Quero que a solidariedade se exploda. É desumano estar preso sem saber ao menos o porquê.
Não deveria existir natal. Veja bem, aqui não neva e o pólo norte fica distante demais, é verão e não se cria ovelhas em São Paulo. Além do mais o dito "bom velhinho" deve ter mais o que fazer do que levar presentes do longínquo pólo norte para as terras infernais do hemisfério sul.
A falsidade desses dias é uma desonra a toda a raça humana.
Passado esse tempo, não saí da cama.



quarta-feira, dezembro 18, 2002

I.

Por mais quantas vezes hei de escrever um fim cercado de glórias, digressões e elogios? Parece vangloriar falsamente o possível defunto. Escrevo, então, quantos forem necessários para chegar no real.

Ao acordar encontrei-me no cárcere, ou melhor, vi-me - aquele, definitivamente, não era eu.
Nem homícidio, nem incitação à revolta. Não sei o que fiz. Batia os ossos da mão na grade e não obtinha respostas, e ao perguntar aos uniformes sobre os motivos de minha estada naquele lugar desfaziam-se, vista ser por soar irônica e rotineira. Não era irônica. Não me lembro de ter errado em nada.
Os dias nasciam e se repartiam em quatro pedaços ou mais, o sol os iluminava. Na verdade as partes eram o sol que não pôde ser inteiro ao atravessar as grades. Se o sol que detém a vida fraquejou ao entrar naquele mundo, o que dizer de mim, que não me sou, nem aqui nem lá?


terça-feira, dezembro 17, 2002

Tão Belos Os Muros Que Me Cercam

Encontrei na parede meu maior conforto. Os doces ouvidos, sua estabilidade frente tantas palavras difíceis e rancorosas. Tão fria, tão aconchegante.
Segurou minha fúria quando nela vi o rosto de quem não quis dar-me a vida. Abraçou-me e disse tudo o que eu precisava ouvir, a voz do silêncio, que de tão profundo entregou a sabedoria. Deu-me apoio quando me encostei a chorar num dos cantos, esfriou minha mão quando esta latejava.
Impede que eu tome chuva como outrora tu deixaste.


segunda-feira, dezembro 16, 2002

Hoje é Amanhã

Hoje é o dia que esperamos nascer. Cujas conversas convergiam a pontos inoportunos e as tentativas de esquivar de qualquer reflexão séria sobre o ano inteiro eram inúteis.
Num passe de mágica somos todos adultos, o fim de tudo. Os dizeres sobre o recomeço, pretexto pra esconder as lágrimas e esquecer que nunca mais veríamos uns aos outros, de nada adiantam. Veio o desespero no rosto das pessoas que sempre calmas pareciam. Estas que tinham sob controle seus piores males.
O dia amanhece duas vezes, parece tudo igual. Mais cedo do que se imagina, apenas 2 dias depois, vê-se o verdadeiro futuro: deserta a paulista chuvosa, vazia de pessoas, seca de sentimentos.
Só, pra não ser emotiva demais. Simplesmente avenida paulista.


quinta-feira, dezembro 12, 2002

Declaração de Amor

Havia eu de dizer certas cousas. Um ano é tempo suficiente para ver que o amor que tenho aqui, apesar de ínfimo se comparado ao que mereces, é o mais puro. Vem de longa data, crescendo com o tempo, até ver-me completamente intrigado com tamanha exuberância que encontrei em ti.
Tens as qualidades que tanto vi em meus sonhos, que sempre quis nas pessoas. És meu sonho e minha realidade. És o elo entre meta e físico.
Acredito não dever, mas não posso deixar de citar os tempos que precisei de alguém e sempre a tinha como minha única esperança, e sendo válida, resolveste meus problemas. Eu sei que o fizeste em segredo mas eu precisava expressar-me.
Deste-me colo e ouvidos quando mais precisei; foste meu ombro onde mais pude me apoiar, e onde mais retorno tive.
Nos momentos de inspiração e de grandes revelações, foste uma espécie de espelho, onde pude me ver, tocar-me e mudar as coisas que tinha em mente, consertar certas linhas defeituosas.
Tiveste o céu mais claro de toda a minha vida, a transparência divina que tanto procurei.
Agradeço por existir em minha vida.


A Ordem

Há maneiras de enfrentar os devidos obstáculos. Os afobados, ao verem o buraco próximo, continuam a correr e assim se atiram ao lado de lá, seguros, mas é provável que se encontrem distantes demais e possivelmente não terão forças para se erguerem em apenas um dos braços. Vêem, portanto, o chão mais próximo, e cada vez mais próximo até não ver mais nada.
Já o sábio, deixa os afobados se apoderarem de todo o abismo, mas não deixa tornarem-se sua ponte. É fraqueza pisar na incompetência alheia, já é superior, pensa. O inimigo acredita que ele se encontra amedrontado e precipita-se, mergulhando no fim. Enquanto isso o sábio dá um passo atrás para o pulo, e assim dá dois a frente, pois consegue tomar suas coisas de volta. Executa o que esteve em pensamento, sem olhar pra baixo.
Daqui o horizonte ficou mais amplo.


segunda-feira, dezembro 09, 2002

Inescrupulosos

Palavrões são formas sagradas de se expressar, cabendo apenas o momento e circustância serem definidores de suas intensidades. Tal qual demorei muito p'rá saber grande parte dos significados das palavras empregadas, acho um absurdo dizerem-nas perto de crianças, que vão utililizá-las sem ao menos ter idéia do que se tratam. Digo isso por ouvir crianças dizendo os maiores absurdos a seres inanimados, xingando arduamente seus ditos "criadores".
Que educação é essa que ensina coisas por osmose, malcria seres humanos. De tamanha violência parecem aprender que assim é a vida: os mais fortes sobre os mais fracos, sobre qualquer forma de intelecto. Qualquer utilização do dom humano para resolver os problemas externos são discriminados por uma cultura seca, dita da vida, que seus pais insistem em pôr-lhes na base da força.
Quando é que vão ensinar às crianças o poder do saber, a cultura, as vias de raciocínio, as maneiras de desviarem dos problemas comuns que enfrentam? Quando é que serão tratadas como seres humanos?


quarta-feira, novembro 27, 2002

Sistema de Equações

I) Minhas indagações ultrapassam o plano metafísico.
II) No plano físico as coisas podem ser ouvidas.

De I em II:

As minhas indagações foram ouvidas. (III)

Donde, em III, conclui-se que parte das indagações foram atendidas e suas consequências, inesperadas. Foram, talvez, mal entendidas.

De I, II, III: não devia ter indagado, sequer dito. Assim não ficaria sem rumo. Obrigado.


terça-feira, novembro 26, 2002

Deusa do Mar e da Terra

Já foram muitas as ondas passadas. Contadas da areia pareciam finitas, tinham a esperança de que ela voltasse. Mas o que me faz pensar que ela volta?, deve estar no alto mar, a ver todas as constelações que tanto quis. Estrelas estas que não pude mostrar, e o inconsciente dizia ser por justa causa, o que sou para dizer "não" ao sábio destino?
Não teria cacife de dizer que a brisa do mar é preguiçosa e não fará força para trazê-la, seria o mesmo que tachar andarilho um alguém com família, casa, fixo.
Não faço promessas, além das já feitas. Não posso gritar seu nome a ecoar pelo espaço para quem sabe em algum lugar encontrá-la. De que adiantaria a voz e tê-la próxima como desejo se ainda sei que a distância faz certo bem.
Maldição.
Iemanjá, me abstenho de pedir misericórdia desde pobre pescador, só vos peço que interceda de maneira favorável. Devo algumas palavras a ela, não deixe que se vá sem que eu consiga proferí-las.
Que seu sopro de manhã possa trazer o perfume daquela que foi, e não mais voltou.



sexta-feira, novembro 22, 2002

Ó Byron!

Diabos, levem-na daqui,
Ou, deixem-na e vão.
Não entendo sua intenção,
Há inda o nada adquirir.

Nade, a contrariar a corrente,
Odeie o correto, vasto mundo.
E se na história há vagabundo,
Há de fugir descontente.

Infeliz daquele que pôde ouvir,
Suas palavras doces ao pé do ouvido,
E como finito o amor, teve de seguir
A fugir dos prantos falsos, fingido.

Mas a noite teve de esperar,
Não havia nada senão o perfeito,
Estava ele nos bares direitos,
Esperando o triste dia acabar,

Mas este, contraria o amor,
Quis demonstrar uma reflexão:
Não troque por nada a solidão,
Por mais que ainda haja dor.


quinta-feira, novembro 21, 2002

S. m. Bras. Pop. 1. diabo

Sorri, como poucos. Mui bem pode destruir tudo, e tu. Não, não fujas, dormes com este inimigo. O faz tal qual outrora já houve historia, não estranhes se tem cara trívia. Se fugires sabes bem que terá alvo definido, zela por mim.
Difere do mito por não apunhalar-nos pelas costas, mas pela frente e na frente. Olhos não vêem e o maldito coração ainda sente.
Se, se, se. Há de haver dia qual o momento-vida não seja sofrer.
Espero inda, amar o inimigo, que suma.


quarta-feira, novembro 20, 2002

Dorme-se

Eu durmo,
Tu dormes,
Ele dorme.

Nós dormimos,
Vós dormis,
Eles não dormem.


domingo, novembro 17, 2002

Desumana

Não devia ter feito.
Não devia.
O dia em que a Terra devia ter parado.
O dia em que acordei,
Não devia ter acordado.
Não me venha com aquelas palavras sábias,
Desista de dizer que não houve falha
Nem pena aceito porquanto não mereço.
Fruto dum ano inteiro,
Das horas extraordinárias,
Da farsa insistida.
O sacrifício de uma vida,
Em pouco tempo, destruída.
Pede, ainda, os olhos erguidos,
A cabeça levantada.
Não.


segunda-feira, novembro 11, 2002

Coexistência

Eu penso, coexisto.
Se existe uma avenida que todos conhecem e meu nome sequer existe, posso assim dizer que a existência exagerada do cartão-postal me leva à coexistência.
Sou mais um destes que nas ruas andam, cabisbaixos à espera de milagres. Como não existem, prefiro ficar somente com as sensações.
Ainda acredito não ser a solução destruir a avenida para a minha fama.
Há de no inverso crer, basta reconhecer quem está no pé de quem. Piso num cartão-postal.



Na Sarjeta, Sorrindo

Não tive o prazer de sentar na sarjeta e fumar um cigarro. Não gosto de cigarros.
Senti o vento sobre os meus cabelos, pude sorrir. Sinto como se conseguisse entrar na estrada que me levará ao lugar mais longo de minha vida. Tal qual as estrelas entraram desde a criação.
Se ainda acreditas que as estrelas são estáticas, precisas mudar de mundo.
Devo falar de mim e não de tu. Eu tive o dia.


sexta-feira, novembro 08, 2002

"Uma vez que você tenha aprendido a voar, você caminhará pelo chão com os olhos em direção ao céu; você já esteve por lá, e pra lá você espera voltar." (Leonardo Da Vinci)

Vôo pelo mundo estando com os pés grudados no chão. Vôo pois vejo nos teus olhos o desejo de estar junto a mim, a buscar os céus que tanto admiramos. Não há tormenta neste universo que possa nos derrubar, lembre-se que estás junto a mim, e de tudo te protejo.
Hoje nada me impede, sinto em mim a imortalidade dos Deuses. Por que ainda sentes em tuas mãos a frieza quando estás ao meu lado?
Acredito sim que as estrelas perdem sua graça quando estão próximas, as suas reais qualidades existem por estar distantes, no alto. Mas ainda insisto, por que ainda queres lamentar pelas estrelas, se estás tão alto quanto elas. Acredite, estás no topo do mundo. Ama quem está ao teu lado.
Vivas!Viva.


domingo, novembro 03, 2002

Ausência

Que faz mal fumar cachimbo eu sei, mas que eu poderia sentir vontade de beijar confesso ter sido surpresa.
Fugi pro meu sítio, e nada de novo me ocorreu, apenas um nova constelação que me lembrasse um voto de castidade, sua forma lembrava um terço. Definitivamente não sou católico, mas minha homenagem ao momento foi apelidá-la de Odranus. Tens dúvida alguma de que eu não deveria ter ido só?
Tudo o que eu mais queria era contar sobre e não as estrelas. Quem me dera se ao menos uma vez eu não fosse sozinho, e estivesse de olhos abertos.


quinta-feira, outubro 31, 2002

Matar-se ou Morrer

Suicídio não é morte. Confesso que já pedi p'rá morar em outro lugar senão este, mas nunca pensei em mudar por vontade própria.
Calmamente olhando as pedras do chão, em pleno movimento, atravesso as ruas sem olhar, justo no momento em que puis o pé na faixa de pedestres fecha o sinal. Como de praxe, nada acontece. A chuva, tão adorada por românticos, nada conseguiu além de me molhar. As abstinências não pertubaram quando era madrugada, e o fim não vinha por mais que eu insistisse muito. As perguntas não tiveram respostas, porquanto não foram ouvidas, não mesmo. Esbarrava na multidão e sentia-me estranho por não tocar ninguém. Estava com todos mas não ouviam.
Café estava quente, e os pães-de-queijo frios. Não era sonho. As sombras eram idênticas, mas o reflexo das coisas fez sentido.


Extraordinária

A sucessão aos acontecimentos foi óbvia, sabia bem que não chegaria no alto da montanha, cheguei aos pés, mas incapaz, nada fiz além de observar.
Mas a grandeza do Olimpo se dá por ser inescalável, daí vejo o Olimpo em minha montanha.
Se soubesse que poderia tê-la jamais a teria amado, dito que gostaria de tê-la em meus braços.
Gostaria porque eu não gosto. Amaria como se fosse a primeira, morreria de amor pois não morro nunca.
A ordinária escolha dos dias e sóis fez uma magnificante tranquilidade, sequer a burrice se fez por sabida.
Se houvesse amor em algum lugar, outros não existiriam.


terça-feira, outubro 22, 2002

Há chão!

Devo desculpas a mim, e somente a mim.
Os nomes farão partes de placas de bronze, citações, listas de contatos, listas.
As desculpas são para o erro de crer em outrem romanticamente o correto, não que não estivessem, mas que seus erros humanóides fizeram destruir suas próprias imagens.
Neve, sol, chuva, frio. Vejo de novo, tudo de novo.
A tática de guerra do inimigo era parecida com a que eu tinha, tanto que não vi necessidade alguma de roubá-la. Mas descri em meu exército nefasto, problemático, desrespeitoso e descrente de qualquer possível permanência em vida.
Antes de morrer devemos, pois, pôr nosso papo em dia. As fofocas devem espalhar-se antes do fim.
Devia ter poupado minhas malditas palavras, tenho eu culpa se a existência dos outros não me pertence, e se são estúpidas, porquanto de nada seguem o que elas próprias dizem. Que eu seria? Exemplo???? Que maldito exemplo, não é ouvido. Ótimo exemplo não ser ouvido, prova pela negridão das nuvens que os exemplos não são seguidos. Mais um caso que a ignorância alta prevalece sobre a voz baixa de cultos.
Falem! Cansem e repitam.


quinta-feira, outubro 17, 2002

Sem Título, Sem Lógica, Sem Motivo, Sequer Emotivo

Já não bastasse a neura intermitente que insiste em indicar o futuro sem ter base, não há motivo p'rá viver o dia.
Pára de pensar, imaginar como devia ser.
Chora ao saber que esteve errado esse tempo todo, e como se adiantasse os dizeres insiste inda em derramar lágrimas como se destruissem os erros de antes.
Ri da idiotice estupefata e lamenta ter braços curtos.
Tem medo, e anseia um locus amenus. Finge estar ótimo longe do caos urbano. Acredita em suas próprias mentiras, erro grave.
Os remédios d'antes não mais funcionam. Encara a maldita realidade e finja que é a cura.
Para o desejo romântico compra antibióticos.
Usa a chuva e quebra o pacto, causa impacto.


sexta-feira, outubro 11, 2002

Keep Walking

Não foi humilhante. Apenas as portas do fundo estavam escancaradas. Mais bem-ido pelos fundos do que pela frente.
Mas a volta é gloriosa. Fale o que quiser, mas fale sobre.
Idolatre o que acredita ser o melhor, ser o bom, o ser único. Abre os olhos e vê o novo, vê o que não queria, vê o que não teve olhos p'rá ver.
Imagino já enfeitados todos os muros e mentes desenganadas. Imagino, imagino. Imagina! não dão o braço a torcer.
Sorria, o mundo novo é mais belo que o antigo. O é por ser o atual, o que não é e não tem nada de imposto. Sem antigas instituições.
Curte o momento que é somente seu.



terça-feira, outubro 08, 2002

Penso, Logo Sofro

A vida que quis ser e que não foi.
Resistir ao oásis chamativo, em pleno deserto. Mais vale a sombra da palmeira do que a água refrescante. Sabe-se muito bem que não é real. É molhada, refresca, mas não é real. Não toque. Não mexa. Alguém deve ter esquecido por aqui, e por isso parece só.
Nunca esteve na sua frente, é apenas miragem. Miragem. Mira e vê que não é, que não pode ser. Vê que acorda quando sai da sombra.
Sai, vê a lua.


Wie Nana Di

Tenho não amores e sim dores,
Cãibras e choro.
Tenho ainda amigos verdadeiros,
Aqueles que não conheço,
Sinceros e confiáveis.
São reais, bem como eram pra ser os amores.
Oferecem abrigo da chuva,
Dizem as verdades do mundo,
Desenham o que se quer,
São o que se quer,
São reais.


Mente Limpa

A vida não pode ser isso.
Não pode ser isso.
Não pode!

Por quê?
Porque é estúpido, é infantil.
É egoísmo.
É idiotice.
É a burrice encarnada.
Sou eu.


segunda-feira, setembro 30, 2002

Amar

O abandono das causas que um dia o fez viver não é nada abrupto de se fazer, posto que as circunstâncias desmerecem os desejos antigos. É abandono e depois será retomado, pois tratando-se de projeto e não realização permite estas pausas reflexivas. Futuramente o verá e analisará as possíveis mudanças. Estas atingiriam toda a fachada bem como todo o interior. É fato que mudar-se-á todo ele, mas façamos por partes.
Antes amar a física por falta de mulher, e odiar a física por falta de reconhecimento da mesma. Ame então a ausência de todas as coisas, suas companias (feminina ou física), tal qual te machucaram quando ergueu-se para abraçá-las. Duas tais que são símiles: impossíveis de se entender.
Ame o nada. Sempre no local desejado quando mais se precisa.
Ame o que não existe.
Ame todos os seus sonhos.
Ame sim quem você gosta, que nunca estará ao seu lado.


segunda-feira, setembro 23, 2002

Passeio Público

Frio, muito frio. Calçadas maltratadas pelas intempéres, racharam em mil pedaços tal havia sido a insistência. Cacos ao alto que tropicavam em mim, como se pedissem qualquer tipo de atenção ou aconchego. Mesmo sendo brusco o tombo, poderia ser conforto a um pedaço doce de concreto.
Já era noite, dentro e fora, frio como já havia dito, mas estava quente, e nada poderia fazer-me sentir frio ao passo que já sentia-me gelado como qualquer morto. Morto no amor sim, defunto romântico, romântico defunto.
Por incrível que possa parecer não esperei a névoa branca encobrir-me e levar-me para o inferno, gritei as dores a espantar qualquer resto de vida. E ainda insistia em dizer que me sentia frio.
Desde que o momento que você partiu -bem sei que nunca esteve comigo- restou um pingo da chuva que não seguiu os outros ao objetivo comum.
As árvores das praças nunca foram as mesmas pois foram arrancadas, a paisagem mudou. Tudo mudou, só eu não me mudei. Observo as novas construções e nada espero além de você.


segunda-feira, setembro 16, 2002

Horizonte da Praia

Estava deitado em um dos braços estirados. Olhei para o horizonte e o que fiz foi tocá-lo com os dedos.
Idiotice acreditar que estava tocando-o. Quando abri o outro olho vi que meus dedos eram curtos, o horizonte gigantesco. Não tive nenhuma vontade de ter dedos maiores ou braços mais longos, senti na verdade um nojo deste horizonte que me tanto despreza. Fiz o mesmo, horizonte ridículo!.
Nunca precisei dele, sou inútil e disso já sabia. O que ele fez foi somente dar salvas às minhas memórias já muito bem lembradas.
Já sou incapaz de tudo, incapaz de ter o que tanto quis. Desdenho até o céu, mas não o quero!


domingo, setembro 15, 2002

Garôa, garôa, garôa

Confesso que reclamaria se não estivesse à toa,
Vendo todos os meus sonhos tão perto de mim, e ao mesmo tempo vê-los tão distante.
Os campos fertéis intactos, o povo ao lado agradecendo a água e lamentando a terra virgem.
É, o povo tem terra, não tem dinheiro, nem felicidade, tem ao menos servidão e se contentam com a pouca festa que os perseguem.
O ideal é de liberdade, não a constitucional, mas sim a de fato. De que valem as leis se as da natureza sobrepõe-nas?
A verdade é que não estou à toa, mas bem que faço tipo. Inda me chamam de filósofo sem ao menos ter idéia do que faço. Além de macaquear a sintaxe lusíada insisto em acreditar em alguma mudança na vida das pessoas. Talvez idealista e egoísta..
Hmmmm. Garôa, garôa, garôa.


segunda-feira, setembro 09, 2002

O Vento

Soprou por noites e dias não levando uma partícula sequer. Conhecido por suas tempestades de areia, fez-se por fraco, embora tivesse dado todas as suas forças.
Deixou-me com toda a melancolia bem-vinda, não levando o perfume dela que insistia em cercar-me. Ela?, imóvel também estava.
Faça sua escolha: traga-a até mim ou jogue-me no tempo e me perca pro resto da vida. Essa sua indecisão leva-me calmamente a descansar por toda a eternidade.
Não entendo como pode complicar tanto, ó vento! Sempre serviu para trazer bons ares e levar o mal, ou vice-versa, mas acredito que esteja descansando, mesmo não tendo feito absolutamente nada.
O que anda fazendo é levar certos ciscos em meus olhos que, absolutamente, não consigo tirá-los.



domingo, setembro 01, 2002

Bis

O mesmo céu estrelado dum ano passado. Tantos dias acabaram, tanto outros surgiram e nada mudou. A essência nunca se altera, os mesmos erros; pessoas vão e vem, os erros não. São repetidos, maldita burrice que faz com que se prolonguem por tanto tempo. Não dão tempo de ir e voltar, ficam estampados nos olhos de quem você bem entender, e escolhe o mesmo alguém, mas em tempos diferentes.
Peca ao errar do mesmo modo, à mesma tola maneira que pensava agradar, e com medo das respostas não aplica as perguntas. Acredita ainda ser um vitorioso por não sentir dor alguma. Tolo! isso mesmo, TOLO!. Tem a coragem insignificante de olhar-se no espelho e acreditar que há luz no fim do túnel, fútil!! De tão calmo nunca expressa as reais situações, faz-se passar ainda por forte e seguro.
Com que olhos insistem em ver o que não querem?
O que fez acreditar que amanhã haverá um outro dia?


sexta-feira, agosto 30, 2002

Martelo

Que martelo é esse que insiste golpear-me a cabeça quando mais calmo estou?
As perguntas questionavam o por que do não, e um possível, e ainda a pior de todas as perguntas que poderiam acontecer: o que eu haveria de ser para ter-te em meus braços.
Como um desalento que lamento não sentir o perfume de seus cabelos, a seda de sua face, bem como doce colo tão desgostoso de mim.
Declamadas ao céu pareciam naturais, indicadas ao mais belo infinito, os brilhos de outros mundos nunca dantes navegados.
Declamei os versos ao céu, pois nunca questiona os meus dizeres e ainda, por vezes, lacrimeja alguma ponta de estrela.
Ora, se fosses o céu, ouvir-me-ias, saberias o que tenho a dizer: nada.
De tão distante faz-me errante, ombros dados a um alguém tão bem findado.


segunda-feira, agosto 26, 2002

Traição

De que valeram as promessas de vitória nos campos de batalha; e os ideais comuns, que aos berros ecoavam em todos os cantos das vilas? De que valeram os desejos de liberdade se não pude usufrui-la quando pude em conjunto com os comprometidos.
Depois de todas as lutas, o fim é tomado por uma emboscada armada pelo meu braço direito. E as malditas promessas de um sábado azul, de um domingo estrelado, e um raiar de sol incomum na segunda cedo...de que valeram?
O fim? Não há posto que as memórias dos desejos é infinita, não vedes que continuo a querer os campos férteis a sul? A bendita terra que nasci, a que dei meu sangue, minha fúria.
Em troca tive apenas a pérfida honra dos falsos combatentes. Ainda tenho minha alma, talvez minha história de mártir em algum dialeto da idade média. Senão fui para a maioria, fui alguém ao menos para mim.



sábado, agosto 24, 2002

O Trem

Foi-se junto ao tumulto, a minha amada de olhar único. Tal qual a olhava, respondia-me com questionados olhos, bem como os meus estavam.
Não acreditei quanto o trem parou, com o abrir de portas ela saiu. Como se me olhasse dizendo um adeus sem ao menos ter dito um oi.
Saía mantendo os olhos fixos, por cima dos ombros do tumulto me olhava ainda. Portas, vidros...apenas o concreto barrou-nos a observação mútua.
Lá se foi o meu grande amor. Mais um dos grandes amores que me abandonam. Tenho certeza que era o meu amor, bem como todos os outros amores que me foram embora, amei com toda a intensidade que pude, os quinze segundos que estive próximo a ela. A única retribuição que tive foi um jogo de cabelo, e um belo desprezo. Desceu no Paraíso e deixou-me sem escolha senão ir até a Consolação.


terça-feira, agosto 20, 2002

Maldição

Já pedi para que parassem de me olhar. Passado amaldiçoado que nada faz além de lembrar os fracassos. Mais vale lembrá-los do que qualquer vestígio de glória; comentá-las não seria grande feito, posto que idealizadas demais far-me-iam passar por farsante.
Inda estranho ver essas estátuas a observar-me, como se balançassem a cabeça afirmando todas as minhas objeções, ampliando qualquer mal-estar que essas me causam. Sem contar estes quadros rabiscados que também transmitem minhas dores. O azul do céu parece-me mostrar tudo o que eu não tenho, esta paz tão de mim distante. E quando vos procuro, estrelas minhas, nada fazem senão vos esconder atrás destas nuvens que não choram.
Que dia é esse que nada muda, o corre-corre parece mais um andar pantanoso. O nervoso que sinto mais parece frieza que qualquer outro sentido.
Quando breu está completo vejo ainda minha sombra a dizer-me que errei todos os caminhos.
Ao pensar que é o fim dos tempos, não desta vez o é.


A volta

Voltei, não que tivesse ido, muito menos que tivesse esquecido. É facil retornar ao ver que os mundos são bem diferentes. Durante o dilúvio vê-se o mundo a destruir-se, enquanto após este a vida se renova. Se refaz não por ter morrido, mas sim por ter sido encoberta pelos prantos dos céus; se refaz simplesmente pelo ponto de vista de quem viu que houve, e desconfiava da atual vida sob aquelas águas.
Depois do dilúvio não se encontra mais ódio, nem caos. É tudo calmo, cheira a parnaso. Não se preocupe pois há reflexão ainda. Não há conformação plena com todos os atos, mas talvez por uma desobrigação com a dor materializada, esqueço um pouco do prazer em sentir dor. Acabam-se as lágrimas e os olhos apenas ficam úmidos. Não há o esquecimento total das dores.
Volto a pedir a chuva, pois ainda sinto-me precoce demais p'rá esquecer de todas as fraquezas.


segunda-feira, agosto 05, 2002

Rosas p'rá Quê?

Se não tenho um amor pra comprá-las. Nem brigas pra usá-las no reconcílio. De que servem, ó sangrentas rosas?
Procuro as rosas azuis, gélidas como eu sou: exata e sem amor.
Quão mais doce fui, mais docemente massacrado estive; nas solas dos sapatos das luzes deste céu tão claro e tão falso.
As palavras calmas e tranqüilas foram ridicularizadas pelas de baixo calão, instigando uma resposta não minha. Recusei o pedido incessante de hostilidade, martirizando qualquer forma de sossego que o fim de semana trouxera.
Amasso todo o buquê que seu seria, e somente não as jogo em seu rosto por dó destas rosas tão frágeis que prediz toda a minha melancolia.
Imortalizo-as na memória, é nada mais nada menos que uma homenagem às minhas fraquezas, é o tributo de todos os meus fracassos.


quinta-feira, agosto 01, 2002

O dia

Rostos e olhos esperançosos buscaram os céus, nublados pela tão esperada chuva, uns a olhar pedindo a seca e outros agradecendo qualquer benção divina que poderia vir de qualquer maneira.
Encontrei rostos famosos, conhecidos, e até alguns censurados por mim; fiz ainda montagens de um rosto perfeito com os olhos da musa, corpo de deusa e ainda sim mente divina. Busquei a perfeição até perceber que não é real, e de brigar tanto pela realidade ou percepção da realidade e de, quem sabe, o motivo das atitudes das pessoas, vi-me fraco demais pra continuar.
Via a chuva e esta não tocava-me em ponto algum, estava inerente a ela mas não molhava, e ainda as antigas dosagens naturais pra curar os problemas não serviram de nada.
Parei então. Sentei. Deitei e resolvi dormir, pra quem sabe ter sonhos, que são as únicas coisas reais que eu tenho na minha vida.


Trincheira

Que culpa tem a terra que faz as trincheiras? Sem veredicto, leva tiros, morre por diversas vezes enquanto nem na guerra se contém. No meio da guerra sem partido algum.
Se escolhe alguma tropa, de certa forma morreria orgulhosa por ter lutado bravamente, mesmo que parada estivesse.
Largando a bandeira sem causa aparente, de costas a filosofar sobre a atitude, fez-se ainda famosa a frase desta guardiã dos combatentes:
"Antes era por vocês que afastava os tiros, agora é por mim mesmo.Fiz a luta, não movi um passo no combate. Fujo por ver todos os meus fracassos na imagem refletida do campo de batalha, lacrimejadas pelos soldados da tropa à qual pertencia, derramando-as pela derrota do pedido de vida que fora recusado por algo superior".


quarta-feira, julho 31, 2002

Obrigação

Como que por obrigação as lágrimas caíram hoje.

Obrigadas e secas,
Lastimadas e intrínsecas.
Choradas na calmaria
Incessante do tumulto.
Voluptuosa chuva.
Ai se fosse minha,
Cairia bem como luva
Veludosa e terna.
Não assaz,
Nem existe
Maldita ilusão
Em que te consiste?


Quanto à Experiência

Se pensares em teus fracassos como sendo experiências de vida não sentirás dor qualquer atrelada ao mesmo.
A singularidade dos fatos os tornam em experiências significativas. Me perguntas como seria caso houvesse repetição nas situações, e digo a ti que não há repetição pois há imaginação em tua mente, assim sendo sempre haverá situações novas.
Não há essência no mundo que camufle qualquer tipo de existência.
Imagine!


terça-feira, julho 30, 2002

Contemplação

Bem como fiel à Deus,
Servo à musa.
Medo do fulmino olhar,
À Espera que passasse,
Perspicaz enlace,
Contemplas ao chão
O que ao céu não pôde.
Ofusca-te a visão alumiada,
Não vês nada além de passadas.


.


Teatro de Fantoches

É de se estranhar qualquer atitude alheia visando a manipulação de mentes transtornadas. Muito me estranha perder meu teatro de fantoches, pois já sabia que não o tinha, e ainda mais perdendo-o, que farei com minhas idéias maquiavélicas escondidas e trancafiadas num baú enterrado em meu jardim?
Lixo não é resposta, já disse que não jogo minha vida fora... Minha vida pode ser um lixo por receber todos os podres de todos e ainda sentir-me um ser normal.
Deixe estar, as idéias permaneceram guardadas, e o jardim ainda não está florido. Quem sabe de adubo sirva, fim triste pra algumas idéias tão mal nascidas.


segunda-feira, julho 29, 2002

Quando é Que Vão Entender?

Deus, cá estou novamente a reclamar de seus feitos. Entendeste mal quando vos disse que gostaria que tornasse meu caminho em um mar brando, sem tormentas e sem calmaria, assim mais longe iria. Quis mostrar-se eficaz e tão mal falado que estava, intensificou meu pedido ultrapassando os limites dos meus desejos.
Vos disse que gostaria que tirasse as pedras do meu caminho, mas não de minha vida. E vós me diz ainda que tornaria belo os campos por onde eu iria atravessar, mas achou digno que as tirasse e transformasse minha ida num passeio urbano. Não disse para destruí-las, pois gostava delas, mas pensou que sabia exatamente o que eu queria e tiraste da virtuosa estrada as belas pedras que faziam da minha vida uma estória.
Sem pedras não há caminho, não há vida, não há nada.


quarta-feira, julho 24, 2002

Óculos Sobre a Mesa

Como uma bela foto de detetive, tive hoje meus óculos sobre a mesa, entre as páginas de um livro sobre mistério. Obviamente era o mistério da minha vida, um diário. E fiquei a pensar se os óculos lá estavam por ter acabado o enredo ou se pela complexidade do mesmo fiz-me fugitivo de minha própria história.
Posso ter ido dar uma volta, refletir sobre esse maldito caso, uma praça misteriosa lendo um jornal a observar o segundo plano que deixei por tanto tempo esquecido. Acreditava, pois, que no primeiro plano estava tudo o que eu queria, engano desfeito graças à uma manhã de terça-feira.
Mas de volta aos óculos, acho que não tem nada a ver, posso ter ido descansar e os óculos lá ficaram. Ah! Ficaram pois estava cansado, e não havia terminado o livro, por isso os deixei lá. Só se arruma a mesa de estudos e os manuscritos após o fim dele, ficaram pois o livro não acabou.
Tenho muito a escrever ainda.


segunda-feira, julho 22, 2002

Blood Mary

Ingredientes:
4 colheres (sopa) de vodca
6 colheres (sopa) de suco de tomate
Sal e pimenta-do-reino a gosto
2 colheres (chá) de suco de limão
20 gotas de molho inglês
10 gotas de pimenta vermelha líquida ou
5 gotas de Tabasco
3 a 4 cubos de gelo
Salsão para decorar


Modo de Preparo:
Bata em uma coqueteleira todos os ingredientes, menos o raminho de salsão. Coe o gelo e despeje em um copo gelado, tipo long drink, decorado com o salsão.

Obs:Se quiser sentir um pouco mais no clima, espere uma noite chuvosa e se maqueie com muito pó de arroz. Passeie no cemitério no dia 24 próximo (lua cheia), divirta-se uivando para a lua.


domingo, julho 21, 2002

Andar

Diga-me, se andaste tanto tempo nestes caminhos da vida? Andou tanto, sem olhar pra trás, caminhos e mais caminhos. Noites sem dormir, e caminhando.
Se não teve dor alguma durante todo esse tempo diga-me o porquê de caminhar tanto. Não é necessário. Insiste em caminhar para ter grande fama de andarilho, mas na verdade é um grande farsante.
Pare de andar se não sente dor alguma.
O meu andar eleva a minha pessoa à dor, por isso sigor.


Estrada

Pego a estrada, e vejo que dela partem muitas outras estradas. Vejo estradas paralelas, outras que interceptam a minha e se vão, muitas outras que passam por cima ou por baixo da que eu sigo.
Puis o volume no máximo, uma grande clássico do rock'n roll, impossível não se animar. Mas ainda me preocupo por as estradas não se convergirem para a minha pessoa, todas elas se vão, passam por mim e vão embora. Também não vejo ninguém andar por elas, estranho pois acredito que hajam tanto pessoas à minha frente quanto pessoas que estão atrás de mim, mas não no mesmo caminho. O meu caminho é único.
Piso mais fundo, assim esqueço das coisas que aconteceram. Ora, abri os olhos, foi um sonho...? Não, vejo ainda as faixas da estrada, elas terminam, mas o asfalto continua, ainda tem o clima de rock'n roll...e ainda, ao descer do carro, esbarro numa placa com os dizeres "Em construção".
Que confusão.
Agora sim eu acordei, pisquei os olhos novamente. A única lição que eu poderia tomar disso tudo é que eu não posso baixar minha cabeça, ainda tenho uma estrada a construir, o meu caminho, e espero que estradas se aliem às minhas pois não teria graça alguma alcançar o topo se eu não tiver com quer compartilhar.
É isso.


quinta-feira, julho 18, 2002

Atitude Sem Efeito

Se um dia tomares uma atitude [sobre amores, ou coisas do coração] e esta não repercutir qualquer efeito em tua própria pessoa das duas uma: ou tu és um grande iceberg e não se abala por nada, mesmo mudando tua vida bruscamente não é sensível nem tá preocupado com o mundo, nem contigo mesmo; ou então esta atitude já havia sido tomada há um tempo atrás, e os abalos que deveriam ser causados após a atitude ocorreram durante o estopim da mesma. Enfim, já houve tudo que poderia acontecer, a atitude foi apenas uma lei para "inglês ver", apenas a legalização do fato ocorrido.
As coisas continuam a ser como eram antes, nada mudou.


Reflexões de 5/6/2001

Preciso de atenção,
Pode ser matando Lennon,
Ou então quebrando um muro famoso,
Preciso de atenção.

Pode ser pelo lado vulgar.
Gritar uma guerra pela cor,
Mas preciso que olhem p'rá mim,
Um estado de guerra civil.

Crise financeira,
Guerra encadeia.
Prisioneiros de suas próprias almas.
E preciso de atenção.

Sou apenas uma estrela apagada,
Mas peço força,
P'rá talvez
Chamar atenção de uma forma bela.

Mas já o faço
E preciso de atenção.
Talvez uma cadência
Pode ser uma boa forma.

Quem sabe,
O ato de semi-vilão
Vire a atenção
Para um elo perdido.

Vou fazer barulho
Do modo silencioso,
Na calada da noite
Torno-me mais pretencioso.

As estrelas me guiam,
Mesmo que em horário inoportuno
Onde já se viu
Uma fuga que não é noturna?

Leio meu sorriso,
Ao mundo entrego.
A resposta vem em lágrimas.
Vou tentar o inverso.

Tentarei trazer sorrisos
E levar minha tristeza,
Para que possa ser enxugada
Com seu belo riso.

Vou brigar,
Sem palavras,
Vou me indignar,
Sem respostas.

Tentarei a música,
Forma de expressão.
Gritarei todos esses versos
Em vão.

E dou voltas.
A crise geral persiste
E não permite
Que haja a facção de estradas.

E ao fim estou,
Mesmo não sabendo
Onde o começo está,
Nem mesmo se existe o fim.


quarta-feira, julho 17, 2002

Estado

Um dia acontece.
A lua não mais sorri,
As estrelas correm,
E o pouco de vida que resta
É levado pelo vento.
E eu fico aqui.


Voz

Perdi a minha voz. Não mais tenho motivo pra cantar, alegria e tristeza fundem-se num ponto em que não se tem a preocupação em saber o que acontece com o mundo exterior, e muito menos com o interior. O ponto é a desilusão. Pra que existir? O que fizeram comigo? O que a criação fez comigo, senão sofrer sempre, por nunca conseguir o que eu queria.
Não foi por falta de tentar, desisto sem luta, talvez sem chance de que volte a lutar.
Não me peça para que grites o teu nome. Não tenho voz, sofro calado.



Summum jus, summa injuria

O excesso de direito, excesso de injustiça.
Se você pensar demais no que é certo ou errado perder-se-á na própria melancolia de respeitar demais o próximo. A ética não deve ser aplicada acima de tudo, uma vez que a ética não tem a ética dos amores e do sofrimento encrustadas, ou seja, a emoção por cima da razão.
Se estivesse em meu lugar, saberia o quão difícil é ater-se com a ética social, e calar-se frente tudo e todos.
Mas mesmo assim, ando com a cabeça erguida, ainda respeito a ética.



terça-feira, julho 16, 2002

1º de Maio

O encanto se desfaz, estranho por não ter encantado sequer alguém. O antes gosto acolhedor repele, fecha-se frente a mim, e mesmo sem ter intenção, faz-me triste.
Se minhas palavras fossem completas, entenderias. Mas não, são sempre tristes e afastam a alegria, somente a tristeza prega.
Não adiantariam cartas, nem escolher sentimentos que não tenho. Fugiriam então à minha pessoa, porquanto não meus seriam.
Rasgaria estas palavras se não tivessem significado.
Seu sorriso não é feliz, existência esdrúxula faz chorar, perguntas sem respostas completam a existência.
Assim sendo, apenas disse quem realmente encontrei hoje: você, tristeza.


Abrir de Olhos

Estava rolando na cama no sábado passado. Não conseguia dormir, fechava os olhos e via os meus sonhos, estranhamente, ao abri-los via exatamente a mesma coisa. Já não sei se estou de olhos abertos ou fechados, ou se algum dia eu abri os olhos para o mundo.
Chego a concluir que eu imagino como são as coisas, os olhos são apenas decorativos, para as coisas que eu vejo não é preciso ter olhos.




Nuvens

As nuvens tampam o céu,
A água torna a cair,
Os rios se enchem,
Inundam todas as planícies.
Num passe de mágica,
A nuvem se vai,
Volta o céu azul.
E ao piscar os olhos,
Vedes de novo as nuvens,
É apenas um ciclo,
Mas chega ao fim.


segunda-feira, julho 15, 2002

Penso, Logo Existo

Não quero levar a julgamento quem fez a frase, mais vale eu comentá-la.
Disseram que o ato de pensar tornaria o ser humano em alguém valioso. O ato de pensar é próprio do homem e o faz diferente dos outros. Interessante...
Veja só, o ato de pensar fez-me acreditar que o não pensar torna as pessoas muito mais felizes, indiscutivelmente mais sorridentes com a vida do que aquelas que são extremamente inteligentes e não sábias.
Entro agora num outro aspecto: o fato de existirem sábios que não sejam exaticamente inteligentes, mas que, com seu modo de pensar fizeram de seu dia-a-dia algo extremamente aproveitável e feliz, fazendo do quotidie uma grande volúpia; no oposto têm-se o homem exato que, com toda a inteligência do mundo não move uma palha se quer p'rá encontrar a felicidade nas coisas.
O sábio pensa, mas não extravasa, não faz deste ato [de pensar] algo necessário para a vida, mas fá-lo praxemente. O homem dito inteligente exagera na necessidade de encontrar respostas, e acha na exatidão do modo de pensar uma profunda melancolia que só conseguirá cessar caso desista deste método de vida.
Sinceramente, preferiria não existir.


domingo, julho 14, 2002

Homem Chora

Não te lembras quando eras pequeno, quando manhoso choravas investindo em qualquer inutilidade e seu pai ou pessoa outra qualquer dizia que não devias chorar, pois homem sendo seria atitude de alguém frouxo? E tu, não sabendo o que seria certo ou errado, tomaste aquelas palavras que serviam apenas para tirar dos ouvidos aquele choro lastimável como verdade absoluta, tendo sempre o choro na garganta preso, medo de que este caisse e te tornasse não homem.
Ora, não viste o que fizeram contigo? Carpe Diem, aproveita o dia, faça deste uma grande tempestade, chora o que não pôde enquanto menor.


Ato Falho

Escrevo agora por desabafo. Não adianta tentar fugir, por melhor que seja a fuga e mais bem encenada que seja, fica o engano; o meu engano no crer que assim estaria virada a página deste livro. Erro, pois nesta nova página há somente vestígios da anterior, a antiga como o passado sendo memória e releitura. Variação do mesmo tema sem sair do tom.
Engane o mundo, mas não tente se enganar, quando percebe o feito não dormirá em paz, nem saberá o que fazer, porquanto você não entende e não aceitará suas desculpas. Abismado com seus atos, nada fará senão lamentar angustiado, a pobreza de seu espírito.

"Foges de todos, mas não de teus princípios".


sexta-feira, julho 05, 2002

Disfarce

Pode-se declarar a mais absurda das intenções sem causar o menor reboliço. É, basta um disfarce.
Nada como uma fuga poética e espiritual. Faz da verdadeira fuga uma singela busca incessante de conhecimento. Fico mais com a simplicidade do que com a complicação.
Fujo tão bem, que pareço ator, fujo sem sair correndo, despedindo-me para voltar mais tarde, mas de maneira tão eficaz que nem desespero trago.
Sou ou não sou um ator?


quinta-feira, julho 04, 2002

Eis aqui um manifesto que escrevi, eram idéias e precisavam ser expressas, não o escrevi hoje, mas no mais tardar em uma semana em ponho a data correta do escrito.

Manifesto

Camaradas,

Evoco assim não por ser em prol do comunismo, mas antes que pensem do que eu sou a favor, vejam o que importa esta carta:
Cansei de ver os sábios incultos jogados pelas guias, sabendo que inteligentes são, mas esta maldita ordem o fizeram assim.
Não digo que todos formados são sábios, mas os sábios formados movem o mundo. O que vos impedem de ter educação? Os interesses da esdrúxula camada que está no poder.
Antes que digas que a burguesia fede ou coisa semelhante, saibam que generalizar pode ser um grande erro, pois a burguesia que os fazem escravos é na verdade a alta burguesia, que por cegueira e distância que mantém de vocês não sabem como está a real situação. Eles são culpados por não saber que teus filhos passam fome, e que acordam enquanto é noite, para, ao nascer do sol, operarem as máquinas; faça chuva, enchente ou sol.
E não pensem que isso irá mudar do dia para a noite, por mais que um governante queira, uma grande parcela pode não querer, e assim se faz os desejos da estúpida elite latifundiária. Por vezes sonegadora, e influenciadora -senão dizer manipuladora- do congresso, muda as leis do país para tudo continuar do mesmo jeito. Ah! se tivéssemos um pensador conosco. Por que não começamos agora mesmo a exigir os direitos?
Eles têm medo que seus filhos sejam incompetentes e percam o poder ministrado há 500 anos. Mesmo com elevado grau de educação, eles [filhos da alta sociedade] não se importam com o estudo, e os piores estudantes destas sociedade particular é ainda sim, por muitas vezes, superior aos melhores que freqüentaram os restos do ensino público. O que 500 anos fizeram: a distância entre meu ensino e o de vocês. Se o que precisam é de um alguém que ligue estas duas classes, não tem nojo, nem fala pelas costas, sequer os usam para ter votos: cá estou!
Prometo ajudar quem quiser ser ajudado, mas não pensem que sou cegamente a favor de toda a camada pobre. Não pensem que são vítimas. Por mais que o sejam, jamais usufruam disto para explicar a preguiça e/ou a falta de vontade de querer mudar a situação. Não sou a favor de invasões, nem badernas. Seres humanos pensam, e interrompem pensamentos com o grito e não com a destruição. Se querem destruir o pensamento elitizado de um governante, o faça com o grito, digno será este que abaixar a cabeça para vocês.
Sou a favor do trabalho para quem pode trabalhar, e o meu trabalho não vai sustentar o ócio de um cidadão com saúde. Nem as altas taxas que pago todos os dias dever ser usadas para manter os vagabundos.
Muitos querem a mudança, muitos arrumam desculpas. Fico com quem quer as mudanças, pois a desculpa é o maior pretexto que há para sustentar a preguiça de querer a mudança.
Se esta é a bandeira de vocês, camaradas, fico contente, um dia vamos mudar esse país, espero que os problemas cotidianos sejam como pedras em vossos sapatos, e com o tempo, impossibilitados de caminhar as joguem no pensamento político deste país. E farão isso todos juntos, a união faz a força, e assim, quem sabe, mudarão este país.

Tensiosamente
Leonardo Monteiro Mazzariol
(Poeta, idealista, louco, revoluciónario..e ainda ser humano)


quarta-feira, julho 03, 2002

Registros

Guardo todos os fatos em registros, quem sabe estes me farão um dia lembrar ou refletir sobre os meus mundos.
No começo das contas sou bem é frustrado, quero no fim chegar p'rá quem sabe assim concluir algo sobre o Hoje... Tudo errado...
Errei pelo princípio de ser um bom orador, mas um bom orador não faz seus discursos em papéis, afinal são discursos e não escritos. Sei tapear perfeitamente todas as pessoas, e mudá-las conforme quiser, não o faço pois foge à minha ética. Mas posso torná-la passiva de certas situações, mudar o mundo pra continuar tudo do jeito que está.
Vejo-me em profunda e estranha sensação, preciso de um grande registro para a humanidade, e tudo o que tenho são as controversas declarações sobre mim mesmo, o que nunca quis e nem pedi, mas mesmo assim me invadem.
Vai demorar ainda a nascer alguém que discuta comigo fim a deixar-me na sarjeta, e depois de um tempo poder eu agradecer a ela por ter feito-me sofrer coisas reais. Não preciso declarar o que fui à humanidade, mesmo porque a conclusão seria que nada fui, mas preciso mesmo é relatar este sistema que ninguém percebe.


segunda-feira, julho 01, 2002

Ascetismo

Decido, pois, alienar-me ao ascetismo. Hmmm, acho que não deveria ser escrito dessa forma. O ascetismo sem querer já faz parte da minha vida, e também não se deve alienar o próprio ser à uma doutrina e sim a doutrina ao próprio ser.
Assemelho a ascese à minha pessoa por estar negando muito dos prazeres da vida, e não vendo sacrifício algum nisso talvez seja interessante estudar as regras.
Abdicar dos desejos e superfluosidade de todos os prazeres poderia valer-se de algum crescimento espiritual. Vale lembrar que se já há crescimento espiritual sem a abstinência, creio não ser preciso seguir os monges tolos, fiz-me monge sem estar trancado em um mosteiro. Vivo na pior de todas as prisões, a qual você se submete, e não há um muro sequer.


domingo, junho 30, 2002

Anjo da Guarda

Estava a convir comigo que preciso de um anjo da guarda. Não quero um que me impeça de fazer as coisas, pois, teimoso do jeito que sou, daria um jeitinho de quebrar a cara.
Um anjo que tenha um colo bem confortável e que se assemelhe com as nuvens, afinal conforto é uma das coisas que mais preciso.
Um anjo que veja os meus erros, deixasse eu errar por completo, e quando estivesse prestes a levantar a cabeça me desse broncas, criticando-me pelos meus erros, e só depois me desse os conselhos p'rá que eu pudesse definitivamente erguer-me de novo.
Anjo, arcanjo, amigo... entende-se anjo por qualquer alguém que me faça bem. Entenda...


sábado, junho 29, 2002

Surdez

Deus, permita que eu faça uma pergunta. Não vos quero ofender de maneira alguma, mas acredito que você não tenha entendido exatamente os meus pedidos.
Eu pedi a você que as coisas fossem realmente difíceis, assim poderia eu lutar por elas e valorizar cada vitória. Mas parece-me que o senhor não entendeu direito. Ao invés de pôr barreiras em meu caminho, você colocou pedras e muralhas como a da China.
O que o senhor quer de mim? Que lute pelas coisas impossíveis, e assim ser um santo por ter vitórias em causas impossíveis? Isso eu não quero. Não peço que quebre as barreiras por mim, mas pense bem no que eu poderei encontrar depois dela, minha alma é pequena, e sei que tudo pode não valer a pena.
Espero que eu esteja errado em tudo o que eu digo. E uso meu eu profeta pra fazer disso uma verdade absoluta.


sexta-feira, junho 28, 2002

Essência

Interessa-me muito passar a observar o mundo em sua essência, a existência faz-me sofrer. Basta analisar a comparação entre essência e existência: a chegada de uma pessoa em algum lugar, é simplesmente a chegada de uma pessoa a um lugar, segundo a essência... se insistir na existência saberá que está pessoa mudou sua vida, e ida dela te fez sorrir, e bem como te fez feliz quando chegou, fará triste quando ela se for, ficará triste por saber que a existência é diferente da essência.
Pode ter certeza que não escreveria isso se não fizesse exatamente o oposto do que aqui prego.
As pessoas são as pessoas, elas vão e vem e são todas iguais, não adianta tentar colocar qualidades ou defeitos, no fim das contas são todas iguais. E de tanto pôr qualidades nas pessoas, ficará deprimido quando olhar ao lado e saber que tem uma outra pessoa com a mesma qualidade que colocaste em um outrem. É a existência, esqueça que o mundo é mundo e que pensamos, esqueça de tudo o que já pensou, não serve p'rá nada senão mais depressão. Viva!


Decisão

Decidi-me hoje amar simplesmente o amor. Afinal, depois de tantas vezes ter um fiasco de amor platônico e ficar vagando pelas ruas procurando um canto aconchegante, precisava concluir alguma coisa.
E hoje minha mente pôde achar alguma conclusão, apesar de olhar-me no espelho, ver meus olhos, e saber que estes estavam distráidos a observar a rua. Cantando e tocando violão a observar os carros correndo, e ao mesmo tempo não ouvir ruído algum. Ora que confusão é essa que pode me trazer paz?
A decisão é amar platonicamente o amor. P'rá mim ele não existe e idealizado sendo, faz-se platonismo amá-lo.
É só isso, amo o amor platonicamente. Tão simples.


quinta-feira, junho 27, 2002

Aconchego

As lágrimas que hoje caem, são diferentes das outras. Não petrificadas podem estar, fiz o que eu pude pra mudar o mundo. Egocêntrico demais, fiz do mundo a minha vida.
O choro escorreu pelo rosto, aqueceu-o, não me empenhei tanto como nessas lágrimas, não seria surpresa se fossem de ouro. Eram tantos sentimentos de euforia e carinho, que seria negligente se falasse que eram frias, e que não tinham motivo para escorrer.
Ainda vos peço desculpas por serem de ouro, poderiam ser de algo mais valioso, ou então mais belo.


quarta-feira, junho 26, 2002

Angel

Ingredientes:
- 200mL de leite
- 100mL de café (Feito né, duh!)
- 1 dose de licor de menta
- Gelo e açucar ou adoçante.

Modo de Preparo:
Misture o café com leite em coqueteleira. Adicione o licor de menta à coqueteleira, adoce a gosto. Sirva-o em copo alongado e ponha no máximo duas pedras de gelo. Orneie o copo como achar conveniente.

Comentários: Este é um drink para ser tomado quando se está sozinho, faz-se uma boa viagem e reflete-se muito bem após bebê-lo. Aprecie com moderação, o excesso pode causar depressão.



Censura

Quando havia censura na ditadura militar, os artigos censurados de jornais eram substituídos por receitas de bolo. Meu estilo é mais novo, e creio eu ser caretice demais pôr meras receitas de bolos, afinal, convenham comigo, nenhuma dona de casa lê este site, e os poucos que lêem não batem muito bem da cabeça. Assim resolvi por receitas de drinks.
Caso vejam os modos de preparo de um drink, saibam que ali está um escrito censurado por mim, afinal minha vida é particular e somente as coisas não explícitas podem ser expostas.
Grato pela consideração


Estátuas

Vênus de Milo: delicada e bela escultura, admirada no mundo inteiro pela riqueza do detalhes e expressões do rosto, eis aí uma grande musa!
Mas, acredito eu que o amor deste escultor era platônico, e de ver sua amada todos os dias, cansado de nunca poder tê-la nos braços, fez uma escultura. Uma homenagem, e ainda sim um modo de tê-la sempre perto de si.
Um dia a moça invadiu seu espaço, creio que não violentamente como as palavras disseram, pois havia sido convidada, mas seus ares tomaram o lugar. Quase descobriu o grande segredo que ele escondia. Chegou a ver suas próprias pernas reproduzidas em mármore, mas não teve confiança em acreditar no que via, e criu que aquilo fosse apenas mais uma escultura. Foi-se então quase descoberto o grande código do artista.
Ah! se tivesse ao menos acreditado na semelhança, senão dizer a perfeição dos seus traços para com os da estátua, saberia que a homenagem seria para ela. Tsc tsc..


terça-feira, junho 25, 2002

O Não

E fez-se do trauma infantil a palavra "não" uma grande arma negativa. Mãos ao alto, saiba bem que o ato de dizer "não", não implica em ser pessimista, nem querer a aprovação do gelo como estado vingente nesta sociedade tão perpicaz.
Antes que faça objeções às minhas tendências revolucionárias ou não, saiba que o "não" pode dar lugar ao talvez, e este sim faz do espírito algo contente e filósofo.
O talvez supõe a necessidade de hipóteses para explicar ou mesmo fundamentar o estado atual do ser, assim sendo, a mente voa, flui. Como um bom fiLOVEsofo, de certa forma otimista, gasto meu tempo livre para pensar.
O seu "não", tão pessimista, fez algo útil que foi parar-me para pensar, e penar por toda a eternidade. Antes que sibile exatamente meu estado, apesar da aparência terminal e face abatida pálida, saiba que estou muito bem, pois quem sabe como realmente estou sou eu. Se for desconhecido, saiba que sempre estou bem.


segunda-feira, junho 24, 2002

Hipocrisia

O desejo de sentir-me hipócrita fez-me escrever algo sobre esta falsa devoção. Antes que a ânsia torne-se real, previno meu ser de algo que não é, mas às vezes algo escapa e é neste ponto que surgem projeções de um alguém que não sou, e impelem a mim o titulo de hipócrita-mor.
Mas antes eu do que qualquer outro, pois sabe que escrevo e me exponho, tendo assim registros para não me perder nas minha virtudes e vícios. Ah, se fizesse o que eu faço... seria hipócrita também. Ora, se indaga o que fazer, siga as minhas teorias, ou como dizem os sábios: Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. Mas com uma mísera correção, faça o que o sábio faz, não invente em tentar fazer o que eu faço, sofreria muito.
Minha teorias não são tão boas, mas se segui-las será um ótimo cobaia, preciso de você para escrever meu livro.


sexta-feira, junho 21, 2002

Atemporal

Sabei vós que o que flui em minha mente hoje, não reproduz o real estado de sentimentos, mas como dever meu é estar expondo as idéias independente de como estou, cri pois, que deveria comentar sobre os excessivos agradecimento e/ou pedido de desculpas.
Talvez peço tantas desculpas por saber que um dia - caso realmente aconteça - se nós brigarmos por qualquer assunto, teria fundamento em dizer que preocupei-me muito com vós. Pois se quem escreve é um grande observador frio, e quieto, deverias saber que por detrás deste busto há grande gratidão e muitos sentimentos, por não serem expressos, torna-o o busto coberto por uma fina camada de gelo.
Agradeço muito, por valorizar cada instante, cada olhar, sequer tapar os olhos por causa do sol. Pois me lembro de cada momento em que sozinho estive, e que por mais sozinho que eu possa parecer, ao vosso lado não mais solidão sinto. Por mais fugaz que seja, em meu relógio eternidade é.



quarta-feira, junho 19, 2002

Fartos

Fartura excessiva torna-os cansados da melancolia incessante que aqui vive. Ok, tive uma idéia, se concordar façamos um pacto. Passo a escrever coisas idealizadas, as maravilhas e belezas do mundo, e ponho no site; e todas as asneiras e idiotices sentimentais e pessimistas que escrevo jogo dentro de uma gaveta, fechada às sete chaves, perco-as e não mais abro. Acredito que assim seria mais alegre, e tiraria a falsa impressão que vivo somente de tristezas, mas se é assim que quer, assim o farei.
Uma coisa mais popular, sei que perderia o caráter de pensamentos, mas se é assim que quer, assim faço.
Como todos os outros escritos, esse grato ou não à Deus, é passageiro, e sei que querendo você ou não escreverei como eu bem entender, e encare como você bem quiser, não mando em suas mentes, mas faço da minha o mais aberta possível, com o fim de tentar incluir algum ponto de vista que não existe nem nunca existirá em suas mentes se continuarem sempre felizes.
É isso mesmo, vivo das tristezas e assim vou continuar até alguém me mostrar que vale a pena ficar rindo de bobagens quando se está apaixonado, qual graça há em ser trouxa? Assim fico por um bom tempo, acho que não haverá ninguém que poderá me mostrar que este mundo pode ser feliz.
É claro que é impossível, quem eu amo não existe!


Mudez

Fiz-me mudo, assim não faria intrigas maiores que as já existentes, não diria coisas sem pensar. E p'rá que pensar se me faz mais triste, e a mesma pessoa que me fiz por pensar e agradou tantos gostos, fazem estes odiarem o meu modo de pensar e a pessoa que sou. Sou único, não há como dividir-me em duas partes, uma alegre e uma triste.
A tristeza e a felicidade coexistem, creio que não seja difícil compreender. E se um dia me imaginou sem tristezas, saiba que neste dia você cometeu o maior de todos os erros, o erro que cometo todo dia. Imaginar, idealizar as pessoas. Dedico ao meu grande amor, platônico obviamente. Você sempre me entendeu, te amo.


Ventríloquo

Conversei com todos hoje, sei que nem todos sabiam que era eu quem dizia, mas conversei sim.
E quando tu falavas tive medo. Medo de que minha displicência fizesse de teus comentários um eterno silêncio em minha mente. Ouvia-te sim, mas era tão interessante o vai-e-vem das árvores que confesso sentir desapontado com a repetição de palavras; tua voz não é irritante, de modo algum; mas o sol, a praça, o movimento, as pessoas... eram tão mais belas, que deixo o dito de te-las ouvido mais que ti. Perdão peço.


terça-feira, junho 18, 2002

O Real

Hoje, bem melhor do que ontem, não sei se por causa do crepúsculo ou se por causa da exaustão. Mais acredito naquilo do que nisso. Bom, foste um dos mais belos que já vi, não pela sua beleza em si, pois até que era meio feio, mas a realidade o fez diferente de todos os outros idealizados que já tinha antes visto. Mais real do que nunca se fizeram as feridas, impressionistas como todos escritos, mas ainda sim feridas superadas, marcadas em meu coro como forma de preservação das memórias.
Acompanhado pensa tu que eu estava, ora não cansaste de saber que vivo sempre só. Era eu e eu mesmo, somente nós a observar o céu estrelado da calma e quase pantanosa avenida paulista.
Ainda sim a comentar a beleza do crepúsculo, fiz-me distante do mundo encontrando refúgio o mais longe possível, talvez por isso o tão feio pôr-do-sol fez-me feliz. Um dia isolado basta para tomar-se o rumo de casa, se bem que sem casa, não há rumo p'rá se tomar, mas fica esta sensação.


segunda-feira, junho 17, 2002

Inércia

Quero ficar aqui, e daqui ninguém me tira. Já me forcei o suficiente a fazer coisas que não queria e é assim que hoje eu me apresento: Aqui estão minhas cinzas.
As dores sentimentais cessaram, até que enfim! Arrumei um jeito real de senti-las, cansei de não poder vê-las. Faço um corte e sei que aquilo foi ciúmes, desespero, não mais uma idiota angústia que não leva a nada. Analiso a forma com que o soro escorre pelo sulco das unhadas, e assim vejo a real importância desta em minha vida.
Foram três dias, para que voltar? Encontrar a mesma dor deixada pra trás, irritada por tê-la deixado só. Acorda, já estou acordado, não vêes que já dormi e não é sonho, e sim desejo. Claro, impossível de se realizar. Não diga que eu preciso tentar, pois saberia que não iria gostar dos meios. Maquiavel, cá estou, sua encarnação.


domingo, junho 16, 2002

A Certeza

É, ser justo não é fácil. Entristece-me muito quando cometo injustiças, culpando pessoas pelo que não são pertinentes à ela. Entristece-me mais ainda por culpar o ponto fraco da maldita corda que me liga às pessoas. Ou me culpo, ou te culpo, fico a me culpar por ter projetado os problemas como se vindos de você. Choro muito por odiar-te e saber que não tens culpa, pois tu vens de um sistema já conhecido por mim, e eu, tolo, penso que posso mudar sistemas concretos. Aff, se eu ao menos fosse inteligente, jogaria pro alto, e diria que era a minha vida, e morreria depois. Mas hoje te odeio por fazer coisas que não posso ver, odeio tudo e todos... não fugindo à uma crise existencial qualquer, eu também acabo por me odiar. Eu me odeio!!!


Mágoas

Minhas mágoas são anfíbias.


quarta-feira, junho 12, 2002

Me Agarraram

Estou pasmo até agora. Estava como de costume, acordando no meio da noite pela insônia rotineira que refresca meu rosto com as estrelas toda santa noite, eis que ao levantar pegam-me os pés e juro, quase caí.
Incrédulo da situação, cheguei a ajoelhar p'rá ver quem estava a me segurar, vi-me então em tal posição que seria mais fácil pedir ao céu a explicação do que aos meus olhos, pois estes não viram nada.
Mas acordei porque tive um sonho incrédulo, que de tão real fez-me perguntar a mim mesmo o porquê da increndice. O que me segurou aos pés e tornou-me pesado ao acordar foram meus sentimentos que de tanto ser jogados ao chão, tentavam subir pelas minhas pernas, alçando então minhas entranhas, fazendo-me perder a fome, como se perfurassem cada parte de mim. Tentei olhar pra todas as estrelas e nenhuma me olhou com a resposta entre o brilho.
Vi-me mais uma vez sem as palavras para escrever, talvez eu saiba o que eu sinta, com tal descrição só poderia crer em... deixa prá lá, talvez não seja. E por tanto camuflá-las com este maldito código, faz-me cada vez mais distante do objetivo principal: o desejo de expressar-me.


segunda-feira, junho 10, 2002

Enfim a Sós

Consegui...
Enfim eu e as lágrimas, foi tão difícil poder declarar-me, mesmo que não tenha sido para quem eu gostaria. Foi uma espécie de ensaio, senti-me tão frágil mas tão frágil por ser tão pequeno e tão singelo se comparado ao imenso enredo social opressor que me encontro nesse momento. Tá ruim pra disfarçar nos escritos o que sinto a cada dia mais e mais. Por mais que eu tente controlar meus sentidos cada vez mais retraídos, eles intimidam a minha grande expressividade e se mostram aos poucos, naum adianta instigar a mim a possibilidade de escondê-los, não vê que o faço todo dia? Hoje é apenas o rompimento dos laços de frieza que construi durante todos esses anos.
Me desculpe mais uma vez, por fazer do mundo um ombro amigo, mesmo sabendo que não me afaga o quanto eu preciso, é de qualquer forma um porto seguro.
Vocês...


Cólera

Dizem os sãos tratar-se de sentimento ruim, pecado capital dentre outras formas cretinas de tratar tão belo sentimento.
Belo pois nunca a sentiram, se soubesses como é bom poder nomear o que sente; diferencia-se do amor pois pode ser assim descrita: ódio, raiva, vontade de morte; ao passo que o amor usa de todas as sensações e sentimentos e mesmo desta maneira não é descrito.
Tão belo pois divirto-me ao descrevê-lo, não que hoje eu o sinta, mas que já senti e muito, e sinto-me na obrigação de dizê-lo pois tive as memórias de fatos que me trouxeram este pecado. E se fico com os olhos ardendo ao escrever isto, imagine que não passa de fingimento, meu peito bate acelerado a lembrar da cólera que vivo, e que se não fossem vocês leitores, estaria guardada às sete chaves e enterrado em meu jardim.
Vedes sua amada aos braços de um outro alguém, se não vês imaginaste já, ora; sabes muito bem a tristeza que é, tristeza não, cólera... é mais forte que ciúmes, mataria se não seguisse ética alguma, ficarias sem fome, chorarias ao andar na rua imaginando a sua amada, amada que jamais poderia estar em teus braços, acorda e é isso que sentes na vida real, não foi sonho algum.
Peço desculpas por fazê-los de saco de pancadas.


O Tempo

Ah tempo! Já conversei muito com você, chega de brigas, já cansei das suas tentativas de impor-me respeito.
Hoje entendo, não é você que me impõe a fugacidade do mundo, e sim eu mesmo quem crio as próprias velocidades. Meia hora pode tornar-se em eternidade, bem como um dia bom fluir na sensação de 15 minutos passados ao lado de quem se ama.
Agradeço pelas brigas e incessantes noites acordadas que duraram pouco menos que uma hora, embora fosse minha vida que estivesse correndo por ela.
Entendo então que farei dos momentos bons a eternidade, e das sinuosas e tristes brigas, alguns segundos de uma vida tão comprida e que não valerá à pena lembrar destas. Mas os conhecimentos cá sempre estarão, neste blog, nestes escritos, em qualquer tempo que puder achar em meu dia, e encontro mais que 24 horas, pois o tempo pára se eu quiser, eu posso fazê-lo. Sinto hoje que o mundo pára, capacidade de imortalidade, pelo menos por um instante, eu controlo tudo e aproveito então esse momento de crendice no meu ser.


domingo, junho 09, 2002

Código

Reclamaram de eu ter escrito em códigos, e ainda instigam a mim o conteúdo inexistente do "post".
Ah gente, por favor, todos os dias que lêem os escritos deveriam interpretá-los com o uso de códigos, não se façam de desentendidos. Todo santo dia escrevo minha vida e ninguém entende. Bom, por um lado é até bom pois livro-me da pressão de tomar decisões, e caso descobrissem esse maldito código, saberiam de tudo o que houve na minha vida.
Pergunta-se então qual código é o que uso, ora, é o código de escrita das entrelinhas, minha vida está nas entrelinhas de meus escritos, e cada escrito é uma resposta.
Divirtam-se.


sexta-feira, junho 07, 2002

O Começo

Falei do fim, que tal o começo p'rá hoje?
O começo de qualquer escrita é apenas uma aperrinhação de algo natural ou sobre-natural que despenca bem na minha frente; isso mesmo, uma folha que cai, o balanço de um ônibus, talvez até o abrir e fechar de olhos lento depois de uns goles a mais de vinho, quem sabe o frio que subiu na minha espinha semana passada. O brilho de cada pessoa, enfim, aquele mendigo que quase caiu na sua frente e te deu medo, mesmo se desculpando, ele dava medo. Ah, mais este é o começo de um escrito, um pensamento que caberia mto bem a este site, desde as folhas ásperas em vasinho de uma festa de formatura quanto o brilho das pedrinhas do asfalto que simulam um céu estrelado numa cidade poluída; quem naum tem cão, caça com gato uai!

Falo então da primeira coisa que escrevi, (deveria ter vergonha na cara e ter guardado, mas sinceramente, não sei o que fiz com aquela poesia). Não me lembro exatamente como foi o dia, mas era julho de 2000, eu era louco por uma menina, e pra variar, não correspondido; veja só, resolvi fazer como os grandes sábios, imortalizar a idéia do fracasso e fazer disso uma recordação "boa", não somente uma tristeza, tristeza de um poeta, comum não?. Aí foi que começou toda a minha brincadeira de escritor, poeta, filósofo ou qualquer coisa que você quiser me entitular.

O começo de um amor é uma simples troca de olhares sem segundas objeções, no momento obviamente. Pois verrá que depois disso não mais a terá com o puro olhar ingênuo de menino, mas com desejos de ir além. Isso não indica que será perverso; querer ir além não quer dizer desrespeitar; mas antes que queira ter alguém a seu lado, não pense em tudo o que eu escrevi aqui, serão tantas complicações que o afastará da pessoas e se encontrará como eu agora, um alguém que comenta todas suas sensações, pensamentos e planos, sabendo que grande parte destes sao inventados, imaginados e vividos no mais são platonismo.

Até pra falar o óbvio acabo por complicar as coisas, e se o meu começo não fosse complicar, o que seria do meu fim senão a coisa mais simples do mundo. Complico no começo pra simplificar no fim. Óbvio?

obs: começo a querer sair daqui, antes que eu comece a continuar os escritos... volto à Machado, este sim conta bem a estória de sua vida, inventada ou não...(chega!!!)...


terça-feira, junho 04, 2002

O Fim

O que é o fim? Senão lágrimas, desaforos, mágoas dentre outras deliciosas sensações que naum são possiveis de se extinguir da memória. Ó, mas o que se chamaria um fim que não houve conflitos, um fim pacífico, afirmo, não há fim pacífico ao passo que todo fim é conflituoso.
Ah, mas se soubesse que o fim de hoje foi um fim pacífico, duvidaria que foi um fim.
Há duas possíveis afirmações para concluir:
Primeira é que não houve fim, pois na verdade sequer houve começo, ao passo que sem começo não há fim, e tudo foi apenas inventado, para ter algo a mais para escrever.
Assim como poderia não ter acabado, simplesmente por não ter chegado ao fim, e se não tivesse acabado estaria eu a suspirar à lua todas as minhas sensacões de uma bela tarde de terça-feira. Hmmm, acho que não.
Acho que na verdade, pode acabar sem tristezas. O que seria de mim senão um alguém inovador. As coisas comigo são diferente sim, invento então o Final Sem Tristezas, e que ao contrário dos contos, pode não ser feliz para sempre. Mas quem gostaria de pensar nisso, já se contraria o fim triste, já chega de conclusões antecipadas para o dia de amanhã.


As Decisões

Antes de tudo, há um eu poeta e um real.
Ao poeta diz-se "decisão" algo misterioso e complexo, traz tristeza, e muita, mas sabe que no fundo estas decisoes foram só imaginadas, por situações imaginadas, e quanto às consequências jamais poderia se preocupar, pois elas não existem, pois a situação inteira não existe. É tudo invenção.
E ao real, de tamanha angustia de ter as soluções p'rá todos os problemas, vê se na necessidade de pensar, de se atirar de um prédio, ou mesmo não ter fome fim a pensar sobre todos os atos cometidos. Os dias, as horas passam e nada de decisões, sequer alguma solução. Eis o dia em que se toma a decisão de não ter mais decisões, dificil decisão pois não há certeza sobre o futuro. Muito supérflua esta decisão.
Se naum tomasse a decisao de não ter mais decisões, e não precisasse amanha voltar atrás, saiba que naum haveria o porquê de existir o meu poeta. Se é ele que serve pra complicar as coisas.
E se não houvesse vc, que lê as coisas que escrevo, o que seria do meu eu poeta, um mudo, calado. Mas e quanto a decisão de começar a expôr as idéias dele.... Quer saber de uma coisa, decido agora, adiar as todas as decisões...


domingo, junho 02, 2002

Delírio

Os tempos não voltam mesmo, definitivamente.
Eu, analista íntegro, de todos à toda hora, vi-me analista de mim mesmo. Perdi qualquer sentimento que satisfazia meu ego por ser o que sempre fui, analista.
Pude sempre dizer sim ou não às atitudes alheias, quanto às minhas, sequer pensei, nunca as tive.
Agora tenho de pensar no eu.. não! não! não é poeta, é real, sofrimentos ou tristezas futuras, propostas, são minha causa, e não mais posso vê-las friamente.
Não mais sou aquele júri que apenas visualiza a situação sem ver precedentes, analisa apenas os fatos. Vejo eu hoje, desde o meu nascer até agora, e sei que não seria de mim recusar qualquer convite com objetivo de conhecer os códices do conhecimento humano. Se o posso fazê-lo, e sempre o quis, que juiz seria eu para recusar a um encarcerado, o desejo merecido de liberdade?


terça-feira, maio 28, 2002

Arutaretil

Ue osicerp euq sêcov mabias euq ue ohnet amu ahnideuq rop revercse sa sasioc oa oirartnoc, he a amrof ed racifidoc sotrec sotircse, orepse euq oãn em meredisnoc otium ocol.
Sotium sorvil marof sodamieuq, e otium od otnemicehnoc ad edadinamuh odagoj on oxil, es atse rôf a amrof ed retnam uem otnemicehnoc, missa o ieraf.
Odagirbo alep oãçaredisnoc.
Éta siam.


O Profeta

E a profecia se fez como o previsto.
As pedras são belas, realmente, e olha que não esperava. Os assuntos por mim proferidos foram realidade, não no momento que os disse, mas um pouco depois, e se por um instante pensei que pensava demais, descobri que o que eu pensava se tornava realidade. Não, não fui eu que lutei para que eles acontecessem, eles tinham de acontecer.
Ora, sou ou não sou profeta, brinco com o futuro. Se eu pudesse brincar com o sorriso de todas as moças, fica a profecia de querê-los para a eternidade.
Brincar, não brinco com coisa séria, minha vida dou para tê-los, ofereceria céu e estrelas e quem sabe musica, tudo para tê-los, sem ao menos saber que não preciso oferecer nada. Pois só de pensar, o sorriso se faz presente, afinal profeta sou, o que penso é o que será real, sejam todos felizes.


domingo, maio 26, 2002

Ver

Ah! Céus , se pudesses indicar caminhos... recusaria, sabes que orgulho é tudo o que só tenho. Quanto as pedras que me puseste para transpor , receio que não sejam pedras... são tão belas. E as curvas desta estrada, não! não! não são tão perigosas e a cada há uma nova bela paisagem a ser vista. E esta chuva que simula uma tristeza, nem nos olhos do triste mendigo padece. E esse barulho infernal, das máquinas, gritos enraivecidos, jovens berros lamentando a dor, parecem músicas aos meus ouvidos. As lágrimas que puseste em meu rosto não entristecem, a tormenta de teus gélidos e assombrosos mares são tão calmas quanto as manhas ensolaradas de sábado de inverno. E esta figura que em minha frente está, a qual tao simples poderia ditar, e talvez tocar, nem perto chego. Não consigo escrever as mais simples coisas, os artifícios desta vida maravilhosa, tudo que foi ruindade não p'rá mim foi. Espero que nesse dia eu não tenha dormido.


quinta-feira, maio 23, 2002

O Certo e o Errado

O que seria uma pessoa certa senão aquela que faz coisas certas, age de forma correta, e todos admiram suas ações.
E o que seria uma pessoa errada senão aquela que foge da ética e dos bons costumes, contrariando o ideal comum, não se importando com as regras.
E o que se espera de cada uma delas?
A certa que faça o que lhe é de costume, e o mesmo se aplica à errada. Mas o que acontece quando a pessoa certa faz coisa errada? O mundo desaba, o sol dá uma trégua, tempestade cai dentre outros fenômenos de afastamento social imposto pelos amigos. E quando uma pessoa errada faz o certo, ela é indolatrada, pois não eh de costume fazer o bem, e de tão raro, tem que ser aplaudido, quem sabe esta pessoa goste de fazer o bem e o repita para todo o sempre.
Ser o errado é mais facil, pode ter certeza, o problema foi ter descoberto isso depois de muito tempo vivido como certo, e agora, o que eh certo pra mim senãom as atitudes de uma pessoa errada quando tenta fazer o bem, não me aplaudem de maneira alguma, nem peço isso, já esperam isso de mim, se tornou uma obrigação, mas para uma pessoa correta não se trata de uma "obrigação" pois é natural, ninguém pede, mas vc já é acostumado a agir dessa maneira... Salvas aos errados que de longe riem de um alguém tão correto.


terça-feira, maio 21, 2002

Inverno

A frieza do meu ser vai encontrar a frieza dos tempos.
Enfim eu similar à natureza, naum vai ser preciso ir à consolação p'ra esperar qualquer tipo de doença vinda da cerração, tenho o frio à minha porta, à minha janela, nem abrir as roupas preciso, o frio jah está dentro de mim.
E se perguntas donde vem frio este que me tem, respondo que cá sempre esteve, inibido por qualquer tipo de calor humano, distante este, procura alguma projeção feminina, ver-se-á, a felicidade, em outra pessoa.


domingo, maio 19, 2002

O dia

A canção tocou na hora errada,
Hora proibida às lagrimas,
Esfreguei tanto meus olhos,
Fim a escondê-las.

Naum, ninguem viu,
Nem eu mesmo vi,
Mas cá elas estiveram,
Insistindo em tentar cair.

Chorei-as sim,
Mas naum viram,
São soh minhas,
Jah disse isso.

A canção estava certa,
E vc na hora errada,
Decidam, duas as mesmas naum,
No mesmo lugar, me proibem.

Se é que existe algum momento certo,
Quais sabado azul, mas domingo triste,
Cinzento céu e ser, o que fizeste,
Se naum entristece a todos?


Independência

Pensei que fosse só,
E só, viveria sem dor alguma,
Me apresentaste a compania,
Junto a ela, a solidao, vees o que fizeste?

Nem mais sozinho consigo ficar,
Mente num certo alguem,
Que mesmo distante,
Em caminhadas vãs posso suspirar.

Me ofereceste tudo o que há de bom,
Quando nada tinha,
Naum digas que tirarás,
Pois naum sei mais viver sem vcs.

Por mais frio que possam parecer,
Falas e escritos meus,
Dizem mto, basta ler as entrelinhas,
Desses gélidos versos.

Naum vees o que fizeste?
Entristece a todos e a mim mesmo,
Sequer sabia opor tristeza e alegria
Viu só que restou na pena dos escritos?

Encurralado por todas as forças,
Sentimentos, lagrimas, e até olhares,
Fico sem saída, eu, que sempre fugi de tudo,
Hj, naum mais o posso fazer, deixo de viver.

Viro as costas em primeira instância,
Fujo com os amores em meus pés,
Faca entre os dentes, lagrimas pelo rosto,
E naum olho pra trás.

Se olhasse, saberia o que perdi,
Voltaria e sofreria cada vez mais,
Mas me tiraste tudo o que mostraste,
Pq devo implorar o seu perdão?


Romântico

Erroneos foram os que cedo morreram,
Perdendo entaum o néctar do coito,
Se cedo morresse, menos sofreste,
Qual graça há no fim da dor?

Morrer naum quero,
Angustia faz-me escrever,
Sofrer é entaum meio de viver,
Por que haveria eu parar de escrever?

A ansiedade da morte faz da vida,
Uma longa espera de um fim tolo,
O quão longe caminhar,
Mais triste será.

Vive eh meio de sofrer,
Morrer naum consequencia das tristezas,
A morte sempre eh feliz,
Afasta-te de mim, hei de sofrer mto ainda.


quinta-feira, maio 16, 2002

Tens Olhos

Oh Deus!
Faça com que pare,
Por mim e por ti,
Pare, naum vedes o quao a desgasta?

Deixe que veja estes lindos campos,
Estas sorridentes flores,
Azul anil deste belo céu,
Permita que veja.

Nem mais ver pode tuas obras,
Diamantes encrustados em tao único céu,
Tal lua que sorri, naum ve,
Peça que pare, por ti.

Olhos que refletem o verde,
Um dia que esteve assinado por ti,
Mas cinza hj está ,
Deixe-a ver o mundo.

Livros naum trazem o simples:
Olhar o dia e sorri,
Eh o que precisa.
Ajude-a.

(naum pude dizer, escrever entaum eh meio...
Preciso meio.
Se ao menos ouvisses o que tento todo dia dizer...)


terça-feira, maio 14, 2002

Medo

Jah tive em dias piores,
Hj tenho medo de ter medos.
Naum que hj seja ruim,
Mas que bom naum há de ser.

Oh Angustia que faz-me perder o rumo,
Encontrar-te nos rostos de outras pessoas,
Faz-me sonhar de olhos abertos,
Ao passo que choro de olhos fechados.

Se pudesses ver com meus olhos,
Saberia pq assim sou,
Mas que graça teria saber como sou,
Se naum mais guardaria segredos?

Mais misterios crio,
Mais impossivel me torno,
Espero que entendas tudo um dia,
Tal dificil luta sofrida.

Caminho com passos desapressados,
Corridos em meio à multidao,
Em busca de tao belos olhos,
Os quais afastam qualquer tristeza.



sábado, maio 11, 2002

Frio

Ao fim da guerra encontrar-se derrotado eh a tristeza-mor de qualquer soldado, soldado deserdado de sua familia por naum ter lutado eh a maior tristeza do lugar. É, frustrado sem ao menos ter adversarios pra lutar, campo de batalha pra sangue derramar, sem ao menos ter o que buscar, a tristeza vem a dominar, todo este ser que em qualquer canto derrubado está.
As gotas do orvalho substituem as lagrimas petrificadas de um alguem tao frio, tao congelado de naum dizer o que sentes, tao largado que naum saberia ao menos dizer o que eh um canto aconchegante. Largado às traças, estando pelos cantos, os restos despedaçados por alguns lugares, vulneravel a qualquer infraçao. Peço que fujas, jah que ajudar naum pode estar ao meu lado, ao menos soubesse a preocupação que tive. Sentiria frio, tomaria chuva, passaria fome, mas a vc naum tocaria sequer, se impedisses nada faria.
O que fazes tao distante quando mais preciso, se ao menos eu pudesse falar... e minha voz ecoasse em tuas paredes, e viria correndo, p´ronde eu estivesse.
O que sou? se naum mais um que esteve fronte a ti? apenas mais um, num dia, numa tarde, numa noite, que naum foste nada de sua historia.




terça-feira, maio 07, 2002

Desculpas

Desculpas a todos, por pedir desculpas demais.
Naum se desculpe pelas coisas que acontecem
E naum dependem de vc. Isso demonstra submissao demais.
Cada vez mais sentirá submisso, e um dia naum tolerará
Tamanha necessidade de perfeição, e quando retornar a si,
Verá a besteira que fizeste durante esse tempo todo,
Arrepender-se-á por querer um mundo perfeito, para um alguem
Não perfeito.


segunda-feira, maio 06, 2002

Leve Breu

De tantas sensações, meus leves suspiros tranformaram-se em pesados, a leveza se foi pois confiança naum há. Se pudesse escrever tudo em um papel, este estaria branco, naum teria palavras pra escrever, se ao menos pudesse dizer, minhas ditas palavras naum sao completas como poderiam, entaum pra que pensar, se naum posso expressar?
O ânsio de resposta inibe o novo de aparecer frente aos meus olhos, fechando-os vejo meu caminho, os tantos outros que poderia ver deixo de lado, mais facil frustrar-se em apenas um do que em todos que eu tentar.


domingo, maio 05, 2002

Dois Sóis

Isso, dois sóis, apenas para mim, observador.
Tenho dois sóis, e sexta próxima, um deles naum nasceu, embora o dia estivesse claro e azul, e o outro talvez perdido estivesse. No auge de desilusao ou escuridao, o outro nasceu, e fez com que eu esquecesse do primeiro natimorto.
E pra qm pensava que o primeiro eh sempre mais importante, engano foi a resposta, o segundo sol chegou, ofuscou o primeiro, tomando seu brilho, passivo aceitei sua luz e beleza, contágio de qualquer pessoa, transformou um dia escuro, num claro dia de sol.
Agradeço este sol agora, por naum ter percebido a diferença que fizeste. Obrigado


quinta-feira, maio 02, 2002

Tarde

Palavras demais acabam por magoar, mesmo sabendo que naum sao nada, o problema eh pensar demais, e nem ao menos saber o que está se fazendo, ou mto menos, sentindo.

Farto de saber que noites ao relento, a contar estrelas invisiveis sob as nuvens atormentadas de uma lua cheia, de nada adiantam e as tão desejadas doenças naum viriam nunca, mas parte faz a ser romantico as sensacoes de mutilacao, e tendo a certeza de naum ter tocado o seu corpo, nem sua mente, sente-se ferido. A impressao dá a ser apenas rito, e como parte do rito, imaginar a morte, mesmo sabendo que distante está.
E a graça de tudo está em escrever estas tristezas todas, até o dia em que estas serão a realidade, e assim passarei a escrever felicidades.


quarta-feira, maio 01, 2002

Uma noite

Jah poderia dizer que triste estava, e por mais sorrisos que houvesse, naum ficaria feliz, e estaria disposto a escrever todas minhas tristezas, mesmo aquelas que sao apenas invencoes, tornaram-se mto fortes, e naum se resumiam a palavras, nem a fala saberia expressar tamanha confusao de sensaçoes, mesmo a nota dos violoes naum saberiam confortar, estrelas tao qual inuteis seriam.

Mas de uma noite mal durmida vem o bem-estar em sensaçao do nascer do sol, e a melancolia guardada vai embora, dando lugar ao sorriso timido que nasce em meu rosto, mesmo naum sabendo o pq da existencia ele surge com pretensao de permanecer por longo periodo.


quarta-feira, abril 24, 2002

Fração de Segundos

Ó bela moça, se soubesses o quão foi dificil tocar-te,
Estas ásperas e frias maos, ansiosas de trêmulas,
Como pôde tocar teu rosto?
E num instante todo o receio e medo tornaram-se no mais belo sorriso,
E a rejeiçao do sonho deu lugar à conquista,
A imaginária frustração foi-se, e agora tenho sorriso, naum
Antes visto em meses, e de tão distante que esteve, estranho é.


domingo, abril 21, 2002

Felicidade-Tristeza

Minha vida eh tao feliz, mas tao feliz,
Que qualquer coisa pequena,
Pensamento ou reflexao,
Gera uma decepçao.

E de naum ter tristezas,
Invento-as, assim posso pensar,
E chorar por motivos gritantes,
Mesmo sabendo que eles naum existem.

E das minhas tristezas façam felicidades,
Pois acada tristeza saberei o que eh alegria,
O seu sorriso frente ao meu,
E nós a observar onde queremos estar, céu.


quinta-feira, abril 18, 2002

O Eu poeta

Naum eh tristeza dizer,
Espero que ler tbm naum seja,
Me entitulei poeta,
Por simplesmente pensar demais.
Ter melancolia de pensar
Na possibilidade da existencia de futuras tristezas.
E essa melancolia gera um estado de espirito
Que naum eh tristeza, naum eh felicidade,
Seria insaciedade do meu EU poeta,
Por isso, chamo de "crises de filosofo".

E hoje, a tristeza que eu sinto, naum eh tristeza,
É apenas uma crise de filosofo, embora pareça triste,
Tenho um "que" de felicidade em mim, afinal
Tristeza e felicidade coexistem em mim, bem como
O bem e o mal, embora um esteja acima do outro
Em determinados tempos da minha vida,
Sempre estarão caminhando ao meu lado,
No dia em que houver soh tristezas,
Naum serei mais eu que estarei aqui a escrever,
Uma vez que uma parte de mim se foi,
A felicidade.


sábado, abril 13, 2002

Descobrimento

Minha vida passaria a observar-te,
E assim mesmo naum escreveria,
Nem poesia, nem versos,
Que tivessem à tua altura.

São os mais transparentes olhos,
Mais sinceros jah vistos.
Vêem real-abstrato,
Raro abstrato, vivem no real.

A tristeza que um dia esteve,
Foi-se, alegre dia em que se foi,
Como um dia chuvoso se abre,
O abrir de olhos fascinado.

Naum posso tê-la todos dias,
E na tua ausencia,
Toco o ar a lembrar-te,
Triste dia q naum pude vê-la.

Olhar tal que naum se imita,
Nem se constrói,
Sabe-se que tem,
E somente teu é.

Feliz de poder te conhecer,
Sensações tantas,
Perco sentidos, confundo,
E fico sem palavras.

Luz dos olhos teus,
Peço que olhe os meus.
As palavras aqui perdidas,
De algum modo serão ouvidas.

Gosto de naum ter palavras,
Sempre ficarei mudo,
Maior que minhas escritas,
Intocável grande pessoa que és.

Mas a verdadeira poesia,
Naum está em livros,
Nem em manuscritos,
Mas sim em meus olhos.


quinta-feira, abril 11, 2002

Distorção

As lagrimas distorcem as palavras ditas,
Escrevia e elas sujavam o papel,
Sujavam até o dia em que percebi, elas sempre fizeram parte dos meus escritos, todas molhavam os papéis. Mas um dia deixei que escorressem pela caneta, e deixei que elas escrevessem a poesia, tive as mais belas desde entaum, poesias e lagrimas.
Se estou aqui a escrever, naum percebe que estas palavras sao borradas, distorcidas pelas lagrimas, mas naum pense que elas estragaram, elas buscaram dentro do papel as minhas reais sensacoes, e escreveu nele, todas tristezas e alegrias.
Peço que deixem suas lagrimas dizerem e escreverem por si sós, elas sabem mais do que vc poderia pensar, imaginar, sequer estudar para escrever, elas sao vc, mas sem restricoes.



quarta-feira, abril 10, 2002

Falta de Palavras

Há dias que eu naum sei o que pensar,
há dias que escrevo demais, e naum escrevo tudo o que eu penso...
E há dias que pedem para que eu escreva, e do mesmo jeito que tinha coisas em excesso, tenho vazio em excesso, nem sequer uma palavra pra começar, eis que resolvo escrever poesias dizendo o quanto as minhas poesias sao inferiores comparadas à pessoa homenageada, e mesmo dizendo que sou fraco, e naum tenho ideias, ficam felizes, e digo tbm que por mais que eu tentasse traduzir as coisas tudo o que eu penso, esta pessoa seria maior.
Mas desta vez eu tive as palavras, e naum escrevi, espero sentir de novo, e poder escrever, pois as palavras que poderia traduzir a minha falta de palavras foram embora, e o que me resta eh falar a realidade.
O que eh a realidade, senaum tudo o que eu naum vejo?
Preciso parar de viajar demais, tem um mundo real, lá fora, e preciso olhar pra ele com outro olhos, olhos estes que passarao as sensacoes para outras pessoas.


segunda-feira, abril 08, 2002

Sofrer

Jah chorei tantas vezes por besteira,
Outras tantas por tristezas realmente significantes.
E ao longo do tempo percebi que os que mais sofrem na vida,
São as que mais crescem, pois precisam encontrar os caminhos, por isso pensam mto sobre as coisas. Mas digo isso, naum pq eu me sinto um desses, mas acredito que isso seja um fato.
As pessoas que vivem longe dos pais, e ficam sozinhas boa parte do tempo, sem amigos, e ficam pensando sobre as pequenas coisas, que no contexto, refletem a real vida, sempre pelos cantos, pensando e pensando.
Fico triste quando falo com as pessoas que nasceram e vivem em mundo de fantasia. Eh estranho dizer, mas eu acho que as pessoas tem que sofrer, eh o unico modo de fazer elas pensarem, criarem sua propria pessoa, o que acha certo ou errado, enfim, a sua propria ética.
Assim gosto q hajam obstaculos na minha vida e na de outros, eu quero ajudar, mas nunca me pergunte a solucao, dou meu raciocinio, os meios pra chegar, se eu desse a solucao, pra que sofrer? Falasse comigo e vc estaria bem de novo.
O silencio nos faz pensar, e mto, assim como a obscuridade das coisas, e tudo o que os leigos naum gostam.
O quao mais forte vc eh, mais aprenderá com as tristezas.
Aproveite suas tristezas e alegrias, naum saberás quando poderá usufruir de um momento de reflexao, como naum sabe quando poderá usufruir de uma conquista.



terça-feira, março 26, 2002

Simplicidade

Há dias em que a chuva molha,
E o vento apenas leva a poeira.
Feliz dia em que as coisas sao simples,
Distante das tristezas de uma chuva nervosa,
Assemelhando-se às nossas.
E nos entregamos apenas a uma chuva,
Algo que apenas molha,
E insistimos em dizer que ela se assemelha,
Com um quê de tristeza nosso,
Mesmo sendo uma feliz chuva.
Triste dia em que acostumei a rir com a chuva,
Sem ao menos saber o que há de triste na agua,
Nem ao menos o q há aqui dentro.
Feliz dia em que a chuva eh triste, e eu feliz,
Comparo minhas tristezas,
À chuva nervosa que passa na frente de meus olhos.
E nem se quer molha.


quinta-feira, março 14, 2002

Sol

O sol que digo aqui, hj, naum eh o sol que disse há tempos atrás.
Neste sol, naum há metafora, eh o que vêem todo os dias.
Jah pararam pra pensar como ele eh egoista, metido e etc,
Se mostra todos os dias, e naum permite que o observem.
Jah a lua, tao timida, mostra-se com mto menos frequencia que o sol,
deixando que vejam-na por um certo periodo, sem camuflar-se sob sua propria luz.
Mas vc insiste em ver o sol,
Será que vc naum anda fazendo isso com as pessoas?
As que mais se mostram para vc, nem deixam ao menos vc conhecer mais sobre a propria, e por outro lado, aquelas que parecem mais timidas, mas permitem certo
contato devem ser as que mereçam sua atencao.
Há tempos naum escrevo apenas pensamentos, hj naum era dia de poesia, mas apenas reflexao... até a proxima!




terça-feira, março 12, 2002

Infinito

O que dizes,
Naum reflete o que és,
Se ao menos dissesses,
Saberias o que naum és.

Sabes onde estou,
Pareces me conhecer há tempos,
Se ao menos dissesses,
Peço pra conhecer-te.

Me chamas,
Me expulsas,
Estes mesmo olhos que expulsa, chama,
Apenas me chame.

Sempre quis ser convidado,
Navegaçoes seduzem,
Estes teus mares azuis,
Misteriosos.
Sou voador,
Naum um errante navegante,
Peço que me chames,
Mas peço que mostre-me o céu,
Tens tudo o que quero,
Tens o céu,
Onde quero estar,
Ao seu lado,
No céu,
Onde mais poderia estar contigo?
Somos nós, o infinito.



Excessivas Paradas

Ouça, por favor,
Naum vou estar sempre aqui,
Naum sou um céu parado,
Naum acredite que poderá observar-me,
A todo dia e toda hora, eu me movo.

E a cada lugar que ando deixo meus escritos,
Jah atrasado, ao menos leia,
Naum sou sabio,
mas naum terá ninguem como eu,
A pelo menos um milenio.
É tao difícil parar?
Mais dificil eh continuar,
Pedidos seguidos de pare,
Chega, naum paro mais.

Triste será continuar,
Sabendo que insistem em parar,
Tem medo do erro,
Lembre-se,
O imperfeito naum participa do passado.

Vos pedi que pensasse,
Recusaste o pedido,
Quero ao menos que entenda,
O que peço,
Cresça, por vc, e pra vc mesmo.


segunda-feira, fevereiro 25, 2002

Lagrimas

Seguir meu sorriso eh facil,
Gostaria de ver se segues minhas lagrimas,
Estas que naum fogem do meu rosto quando te vejo,
E sabes que naum fogirás destas lagrimas até tua morte.

Posso estar pelos cantos e naum verás,
Mesmo que tropeces, naum ver-me-ás,
Naum queres ver tristezas,
Me escondo pra naum atrapalhar tua farsa.

Se o que eh real, minha triste lagrima, incomoda,
Saia, vou chorar pela eternidade, até encontrar,
Alguem que saberá enxugá-las.

Estou nos cantos, e
Sempre estarei,
O dia que estiver no meio,

Será miragem tua,
Pare de imaginar,
Encare a realidade.


quinta-feira, fevereiro 21, 2002

Navegar eh preciso,
Naum necessário,
Nem fracasso,
Se fores inciso.

Preces ao humano,
Dizem os antigos,
Reles cegos,
Aos estudos descomprometido.

Sejas falso,
Mas nunca asno,
Escondestes no pior dos escudos,
O de sua beleza escassa.

Com vagar se vai ao longe,
Por pressa de mais,
Esquecestes de olhar pra trás,
Naum andaste nada além do livro.

Sejas rapaz estudado
Humanista diferenciado,
Util pra humanidade,
Inutil pra sociedade.

Titulo:
Suponho "História com H"