quarta-feira, dezembro 31, 2003

Os títulos se escrevem automaticamente...


Ei-la

Para esquecer os fatos, atos contidos do bem dizer esquecido.
Do amor forjado em lentes falsas de fotografias branco e preto.
Os quadros ainda estão na parede, são os murais de lembrança de ti, no dia em que partiste.
Como Picasso, Volpi ou Tarsila, uma vez posto, adapta-se ao local, gerações passam e não se move.
Mas ainda, por mais que fosse isto que veio-me à cabeça, sua ausência devia esvair-se na parede, como já ficou impresso.

Sem você eu sou tudo, e em sua ausência fiz de mim o que sou, e lhe digo inda que u'a qualquer presença sua far-me-ia o desastre que antes era.
Se no faltar-te me fiz assim, por que haveria de querer-te novamente.
Sim, dissertar-te o bem querer, longe, obrigado.

Coisas que sempre estiveram, sempre existirão, cafona ou não, jamais deveria fugir da verdadeira essência de nosso bem estar. Bem dita seja o dia da chuva na paulista.


///pequena correção, para os amantes da gramática seca, "Bem dito seja o dia da chuva na paulista", embora, bem dita seja a chuva, e não o dia.\\


terça-feira, dezembro 23, 2003

Bossa

As pessoas negam a possibilidade de um prazer a si próprias. O enfoque exacerbado em determinado assunto/situação apela para o caos interno da pessoa.
Internamente invisível, aparenta, assim, incrédulo o questionamento externo da existência inócua.
Peço desculpas pela sinceridade.
Mas a saudade permanece em tudo, por mais que não houvesse a situação para ser lembrada, fica a saudade.
Saudosismo, pois.



Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa que chora,
qualquer coisa que sente saudade,
um molejo de amor machucado,
uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
feita apenar para se amar,
para sofrer pelo seu amor e ser só perdão.

A necessidade plena de repetir sinônimos para no fim chegar a lugar nenhum, porém distante do início e mais próximo da finalidade.

E de tanto desencontro, surge a esperança de um encontro, ou permanece ainda.
E na falta de ambos, imagina-os, e assim se faz o poeta pleno, até certa idade.
Essa idade, a minha. Até quando, não sei.


segunda-feira, dezembro 15, 2003

Herói de dois mundos

Seria conveniente tratá-lo com este nome ou outro? Bom, fica este por enquanto.
Uniu dois mundos, não eram rivais mas não se bicavam de maneira alguma.
A grandeza de um herói se mostra em sua capacidade de simplesmente aniquilar as amplitudes das diferenças. Mostrando que suas diferenças podem mostrar pontos de vista incrivelmente suplementares uns aos outros. O herói é o máximo em termos de simplicidade e simpaticidade. Qualidade invisível nos dias de hoje.
O que tinha de diferente eu não sei dizer, mas posto que é herói, e meu, devo minha atenção total. Não sei mais o que posso dizer de tamanha estranheza em sua aparição.


quinta-feira, novembro 27, 2003

Sensação estranha demais. O mundo me golpeia por todos os lados, sem aparência qualquer.
É real.
Se a concentração é necessária, o telefone toca. As pessoas entram e saem só para perturbar tudo.
Por quê?
Por quê?
Por quê?
...
Não agüento mais isso. É sempre da mesma maneira, chega na época de provas e começam a aparecer meus inimigos. Que droga. Não sou obrigado a agüentar isso.
Se tivesse uma arma...



quarta-feira, novembro 26, 2003

domingo, novembro 23, 2003

Ah! Pasárgada de campos floridos, de jardim extensos. De luxo e pouco pudor. Da graciosidade à conquista em poucos passos.
Do amor a poucas palavras simples, à unificação de desejo e poder. Afinal, pasárgada.


E oreuq euq o odnum ajes odidnetne à ahnim arienam.
Queria uma catedral, vales, casas épicas, a história, a vida de outrem, os campos de trigo, pastos nuvens, água, jardins, vidraças.
Amor.


A festa é real?

E se a festa for somente aparência. Algo esteja motivando o bem-estar geral de todos, como uma reação em cadeia, a atitude de uma pessoa empolgue todas as outras e leve a uma situação de irrealidade.
Surrealidade posto que quando se está só não há tal dilatação de sensações. A vida não se perpetua quando se é necessário fugir dela.
Como no Studio 54, o fim chega uma vez que por tempos foi prolongado ilegalmente. Pode ser extendido a outras situações, pensem nisso.

escl:Passou um filme na globo sobre um tal de Studio 54, um club nova iorquino, que era sempre animado, e quanto mais droga havia, mais animado ficava. Assim pensei serem as raves, é triste. O lugar é bom, a música é boa, mas as pessoas conseguem sujar tudo isso.



terça-feira, novembro 18, 2003

Se eu fosse Jim Morrison

Adeus.
Ou melhor, não diria adeus, quem diz adeus procura uma palavra que traga conforto e que evite a atual empreitada. Iria sem dizer nada.
Pegaria absolutamente nada e cairia no mundo.
Carona. Andaria o sertão inteiro para encontrar o lugar que desejo, até duas vezes se fosse necessário.
Mas acho que não tem nada que possa trazer o que procuro, nenhum lugar.
Por isso,
.


quinta-feira, novembro 06, 2003

Já sei

Dá-me a força. Aquela que todos os reles mortais temem. Dá a mim o horizonte que só a mim pertence, devolva.
Pela falta de todos os poderes tive de ficar assim, quieto ao mundo.

Esquecestes do tempo,
Levaste a mim a dor.
Em tua cara, o horror,
Já fôra o descontentamento.

Lamento emergir com a virtú, se por tempos e tempos tentaste qualquer forma de afastar-me de meu reino, saiba que maldições não duram para sempre. E aguarda inda o dia em que ficarás pálida.
Dia este em que teus segredos serão meros contos românticos. Sem tramas nem dramas, a realidade por si só, sem muros, nem moitas.
Ajoelha a mim e curva-te a seu dono. Agradece pela vida, escrava.


terça-feira, novembro 04, 2003

A vida é qualquer coisa além do sofrimento.
Ou vice-versa.


terça-feira, outubro 28, 2003

Sonho de Morte

Que vontade que encontrar aqueles pares românticos, o qual a mão sobre a outra significa grandiosidade.
E o convite traz a certeza de um amor infinito.
As horas passam e nada. A mesa continua com a mesma forma, os casais do mesmo jeito, os quadros não mudaram de lugar.
Os ponteiros viraram.
Que vontade de esperar alguém no bar eternamente.


quinta-feira, outubro 23, 2003

Como Afogar uma Mágoa

Ingredientes:

- uma mágoa;
- entorpecente de qualquer ordem;

Escolha dos ingredientes:

Ao escolher a mágoa, prefira aquelas mais recentes, as muito antigas podem ter seu prazo de validade vencido, tornando a receita um fiasco. Mas caso seja a situação, pode utilizar uma antiga mesmo.
Quanto ao entorpecente, prefira os lícitos, pois estes não trazem remorços muito grandes. Um dos mais utilizados é a bebida. Mas veja bem, se a bebida fôr barata, o esforço é em vão, pois no dia seguinte lembra-se do porquê da dor de cabeça e remete diretamente ao problema.

Modo de preparo:

Vá a algum lugar que se sinta muito bem, os românticos iam a tavernas, os boêmios a bares/butecos. Eu vou ao fran's café ou num bar mesmo.
Pegue o cardápio e escolha uma bebida bem forte se você precisa tomar uma decisão que muda sua vida, por exemplo, partir para uma outra e precisa de um baque. Prefira as leves se você pretende chegar ao fim da noite chorando e acordar feliz no dia seguinte. Muitos utilizam das bebidas leves pois ficam um bom tempo ébrios, o que facilita muito a expressão. Grandes problemas parecem se resolver e a auto-estima melhora. (Mas tome cuidado, bebida sempre de boa qualidade, pois caso contrário a ressaca anula o bem-feito do dia anterior).

Sempre leve um amigo, que seja amigo mesmo, caso contrário você nunca mais o veria de novo. Tome cuidado com as declarações que fará ao se sentir mais leve. Amigos compreendem, e se entenderem a situação também ficarão bêbados, será, pois, uma noite de um verdadeiro aprendizado.

Mas lembre-se, existem mágoas que são anfíbias e não se consegue esquecê-las numa noite desse tipo. Mas com tantas tentativas de homicídio, chega-se à conclusão que vale a pena guardá-las, pois trouxeram tanto aprendizado que servem de amuleto e/ou símbolo de crescimento interior.

Portanto, pense se vale mesmo a pena cometer um homicídio ou tornar-se íntimo de si mesmo.




sexta-feira, outubro 17, 2003

Esse é platônico!

Nunca havia me ocorrido.
Mas aquele olhar inocente, ingênuo, antecioso... impossível não ficar impressionado.
Confesso que não tinha reparado em ninguém qualidades tão espirituosas. Gostaria de poder tocar naquele rosto tão belo. Não só belo por si, a palavra fala por si só, mas por mais, que estas não falam. É bem mais que uma singela beleza, sincera olhava todos meus trejeitos como se buscasse alguma atitude.
Olhava e olhava. Insistentemente, não sei se instigava às minhas palavras, mas pensei que fosse fatídica a insitência em manter as situações. O charme dos olhos supera o das palavras.
Não sei muito o que falar a respeito.
Mas esta foi a primeira vez que me interessei por uma menina de 15 anos.
Posso dizer que estou apaixonado, e esse amor é platônico.


quinta-feira, outubro 16, 2003

O contador está de volta.. mas eu acabei de zerá-lo... o anterior tinha mais de 1000 visitas...


sábado, outubro 11, 2003

Par de Olhos

Sobre a mesa havia um óculos, sob um óculos havia uma mesa.
O óculos estava sobre a mesa. Depois sobre o teclado. E ainda sobre a pia do banheiro.
Sob o óculos havia folhas escritas. Havia a mesa sob o óculos. Tinha o óculos sobre a mesa.
No meio do caminho tinha o óculos, o óculos sobre a mesa. Sobre a cama tinha o óculos, a cama sob o óculos.
Sobre o livro tinha o óculos. O óculos sobre a mesa e tudo o mais.


quarta-feira, outubro 01, 2003

VII

Era uma vez um garoto. Na verdade um jovem, tinha 17, quase 18 anos completos e sentia-se no direito de ter sua própria vida.
Brigara com seu pai na véspera de sua viagem a conhecer outro lugar, motivo fora a aspereza com a qual o patriarca tratava a modernidade e outros meios de vida.
Vencido certos obstáculos, juntou o que restava de si mesmo e começara a fazer o que achava que era capaz.
Escrever. Essa era a ferramenta que usaria daquele momento em diante. A música, as poesias, rimas e palavras fortes. Ele as diria e as pessoas entenderiam o teor de todas elas.
Talvez soubesse que teriam de ser muito densas, somente assim ressonariam tal qual planejara.

E ao caso descobriram todos os dotes que possuía. Como se passasse a música por um cantor e, tocando sua virtude, encantasse a alameda por unidade.
Num acaso disse palavras que veio-lhe à cabeça. Era, portanto, o mais novo escritor da vila.

Lágrimas eram rotina, bem como toda a lama que estas trazem. Porém não havia dor real que pudesse ser sentida por este rapaz. Tudo o que sentia era criado por si próprio.
A não ser as mágoas e tristezas por outrem. Quando tratavam-no bem, exageravam; sentia-se ingrato por tamanho amor e nenhuma retribuição. Era um misto de graça pelo zê-lo e mágoa por outros momentos inversos. Mas tudo isso fora quando criança.

Voltemos ao jovem que estava a descrever. Era cru como uma criança, inocente nos amores, também pudera, não teve sequer um romance real.
É justamente nessa parte que a estória muda. Um escritor precisa conhecer pessoas e lugares, inevitável ação é caminhar por ruas e vielas atrás de situações que mereçam o gracejo de um escrito.
É uma cidade. Pessoas andam por todos os cantos, moças também. Não preciso dizer o que acontece.
Eram muitas, ainda mais p'rá um alguém de fora. E como se houvesse alquimia e desejo pelo proibido, interessou-se por quem não devia. Amores amores, paixões noites sem dormir.
Agora sim podia escrever sobre o que tanto queria. Nada de Shakespeare. Era muito mais real, porquanto era real.
Antes que o tema se esvaísse e esgotasse as capacidades de ser explorarado, o fim tornou-se peça teatral de toda história. A morte. Interrompe qualquer dos amores que haja no mundo. Depois de todos impecilhos, a distância estrondosa entre o trovador e a cousa amada, a vida só e depois a vida em comum, o ser estar não ser. A vida antes de tudo. Agora, a morte.

Ao perder o grande amor de sua vida, por que viver?
Não há show para continuar.
Não há mais o que possa acontecer.
Agora que está registrado, adeus.



terça-feira, setembro 30, 2003

Parecer

Parecer é significado de não ser. Se fosse, simplesmente o seria, não se pareceria.
Assim sendo, não direi mais que a "coisa se parece mas não é", pois é o mesmo que dizer "a chuva molha" e etc. Simplesmente direi que a "coisa parece".


Eu gosto dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que cegam de desejo. Dos que ardem.
Gosto de quem deseja, quem almeja, quem sente.
Quem questiona, vive e luta.


segunda-feira, setembro 29, 2003

Apenas Situações

Ainda que as pessoas conseguissem dizer tudo o que pensavam e que sentem, faltariam sempre palavras, a serem invetadas, para dizer as reais situações.
A crise que o blog enfrenta talvez se explique pela falta dessas palavras que traz como consequência um excesso de espaços silenciosos.
Tempo com as pessoas, mas tempos ausentes de hipóteses para explicar ou supor motivos aos silêncios.
Não posso afirmar que os textos perderam a densidade, mas que o plano dos assuntos explícitos submergiu mais ainda, ficando quase um misto de escuridão com implicidade.
De certa forma é preciso um mantra. Qualquer forma de trazer a verdadeira realidade para a sã consciência, esta que, conseguiria resolver as infinitas equações que surgem a cada dia, solucionaria os problemas diários da existência.
Descobri que, como álvaro de campos a tabacaria, a mim o café. Solução de todos o problemas.


domingo, setembro 28, 2003

Cravo e Canela

Me impressiona, de fato. Sensações novas na velha sã consciência. O quarto escuro não mais soa, e uma nova janela abriu-se. Novas sensações.
O questionamento acerca do rumo que este blog vai tomar anda tomando grande parte do meu tempo. Não sei se devo expor mais as situações que estou passando e torná-lo um pouco mais acessível a todas as pessoas, inclusive àquelas que não me conhecem. Ou então continuar do jeito que está, que acredito que não anda ajudando outras pessoascom minhas experiências. Sinto-me como se tivesse montado um livro egoísta. Gostaria de mudar isso.
Enfim. Dizer ou não dizer: Eis a Questão.


segunda-feira, agosto 25, 2003

Se um dia eu não distinguir a realidade da ficção, pode ter certeza que eu não estarei triste. Viverei feliz.
Por favor, não estranhe.


My Way

Houve tempos, tenho certeza que se lembra. Eram mais escolhas do que pude fazer. E muito mais do que eu podia engolir.
Em todo momento estive com minha cabeça erguida. Mas sinto-me em grande impasse. Não foi uma grande caminhada, pois não houve tempo de sê-la.
Não me despeço pois não acredito que eu tenha direito de fazer isso.
Não sei quais grandes coisas tirei dessa caminhada. Estão aqui escritas em minhas mãos trêmulas. Não sei se são grandes coisas.
Não mesmo. Mas foi o que pude tirar de mim. Tudo.
Isso não é a ficção. A ficção deixa mal mas passa. A vontade é plena. Acabar com tudo não seria grande feito. E não resolve nada.
Jogar as coisas pro alto não resolve.
Depois de uma grande depressão vem um ápice e vice-versa.
I did it my way.


Realidade Relativa

E fechei meus olhos. Neles estavam as dores e fracassos de minha vida. Todos os problemas se esvaíram na plena necessidade de fugir da realidade.
E fora oportuna, foi bom ver que poderia existir mundo no qual eu era feliz. Por instantes. Onde o céu era mais azul e os gramados eram verdes, canteiros floridos, lagos refletiam a imensidão do céu. O corpo entrava em sintonia com a alma.
Alma esta que sorria a todo tempo mesmo com o cansaço do corpo. Estava se renovando.
Os sonhos acabam, aí a gente dorme e volta tudo como era. Por mais que haja resquício de lembrança, mostram-se frágeis as situações que esquecemos no tempo, estas que este não deu um jeito e meus esforços para tais feitos são impraticáveis.
Mostro-me fraco a cada passo.
Já errei caminhos demais, não posso dizer que será o fim dos meus passos, mas sim que se sentem mais enfraquecidos. Não me questiono quanto à direção deles, já sei que estavam errados e estou tentando encontrar outros.
Mas tenho medo de dormir de novo. E perder tudo o que conquistei em um dia longe do mundo real.
P'rá quê este mundo real? Eu quero viver nessa realidade relativa.
Pasárgada.

Se me questiono de viver nessa realidade? Aqui eu sou feliz.


terça-feira, agosto 19, 2003

Se fosse cego, ao menos não reclamaria por óculos de grau.


Mais um dia se passou. Isso significa um dia a menos de dor.
Peço que passem logo. Cada vez mais rápido. Até eu não saber donde eles começam e donde eles terminam.
Me perder de vez neste lugar de onde nunca fiz parte, e nunca farei.

Submundo dos infernos


segunda-feira, agosto 18, 2003

Sem Título

Putrefacto. Fá-me a lisura de desculpar-se de tamanhos e numerosos ataques. Estes quais não deram chance de erguer-me.
Talvez traduzia-se por uma apnéia desvairada corrente adentro. À força, claro. Hidrofobia.
Um espantalho chamaria menos atenção.
Que faço com este corpo de mau agouro, qüididade deste que amplifica as baixas sensações dos corpos dourados.
Não posso mais afirmar sobre esta ruindade, mas que, as pessoas que causam mal nunca percebem. E se percebem...hmmmm.... nunca percebem. Elas sabem somente de seus rostos e seus espelhos. E seus olhares. E seus.
Somente seus. Se olham somente pra si, dirijam-se somente as palavras. Se e somente assim, ficaria melhor.


Emprego

- Próximo candidato...
- Eu.
-Bom, curso de línguas...ok
Graduação e pós em ótimos lugares....
Intercâmbio cultural na europa e ásia...
Profissional versátil e com grande potencial...
Boa aparência...
-Sim...
-Você? Você não. Próximo!?


domingo, agosto 17, 2003

quinta-feira, agosto 14, 2003

Mais do Mesmo

Avistei-a. A mais bela dentre todas as outras, que nunca tinha visto no rosto. Não vi outro jeito de me aproximar senão esbarrando nela. Fui pleno "sem-querer" e derrubei os livros dela. Não sei o porquê de tanto livro, não parecia que iria utilizá-los efetivamente.
Ao cair, me pus a ajudar, ela parecia não querer muito, eu insisti. E foi assim que minha mão voou sobre a dela, olhares se cruzaram.
E fiquei sabendo o nome dela.
Saimos então a caminhar por todo o infinito corredor da faculdade.
Foi amor à primeira vista. O resto não sei.


domingo, agosto 10, 2003

A Evolução

Os antepassados não entendem os avanços atuais. Seria inútil discutir com eles, pois os horizontes fechados limitam suas visões para somente o que conhecem.
Como convencer que a roda era uma grande invenção? Se tentar conversar a respeito das atitudes humanas, eles tentariam remeter-nos ao passado e dizer que somos animais, e nisso, dizer-nos que agimos como qualquer macho na natureza, e caso não o faça assim, homem não é. Com estes argumentos insólitos acreditam que estão sempre certos.
Agora, como vou convencê-los que poderíamos dividir a evolução em coisas que se pensam e coisas que se fazem/constroem? Nada me garante que os cães já não tenham pensado acerca da teoria da relatividade. Agora, não vi cães questionando sobre seres humanos, nem construindo prédios, nem arrumando meios de se juntarem e destruirem a si próprios. Assim como não falamos com os cães nem somos submissos a eles, estes não falam conosco, e não conseguimos pensar como eles pensam, pois, até hoje não se formaram psiquiatras para cães. Nem tradutores simultâneos.
Pode até existir um submundo canino, mas não me venha com comparações.
Afinal, compara-se semelhantes, não diferentes.


sábado, agosto 09, 2003

Outra Realidade

Eu confesso que não tenho culpa quando vejo as ficções sendo a realidade plena. Como o errante desbravador do saara vê oásis, eu vejo os sonhos e não acredito que sejam sonhos, de tão reais que eles são.
Não me culpo de ser assim, a necessidade assim me fez.
Não pense que eu me conformo com isso, mas que, brigar com a natureza, temos de convir que, não é fácil.


Manual de Instruções

Deveríamos vir com manual de instruções. Facilitaria nossa vida, uma vez que saberíamos como agir em determinadas situações, e, mesmo naquelas em que não temos consolo, com este manual seria possível.
Mas, o revés é mais intenso e cobre totalmente a idéia inicial. Nos descobrimos com as coisas que vemos, cada visão e acontecimento e sua reação faz com que saibamos que somos. Portanto, se já soubéssemos tudo sobre nós mesmos, tudo o que veríamos já teríamos antes visto.
A vida seria o tédio-mor.


Balada

Um

-Oi, tudo bom?
-Não posso, eu tenho namorado.
-Você é a mais linda desse lugar.
-Sai daqui.

Outro

-Oi, tudo bom?
...
-smack.


quinta-feira, julho 31, 2003

VI

Lembro-me das minhas viagens. As idas geralmente demoravam muito, e as voltas eram rápidas, mesmo que houvesse congestionamentos. Havia sempre algo que me puxava tão forte que fazia com que eu pensasse mais depressa, e nessa volta os pensamentos iam voando e num piscar de olhos estava de volta, aos braços do meu amor, imagino.
Não entendo a lógica dessa volta, se é que ela existe, esteja demorando demais para acontecer. Talvez seja porque eu esteja cá, perdido do mundo, livre das coisas materiais. Também pudera, não tenho nada aqui. E se o nada fosse algo, ausente estaria.
Mas isso não resolve o problema inicial, continuo num tempo que parece infinito. O sol não muda de lugar, a lua não aparece, sinto nostalgia das coisas que eu nunca tive, ou não sei se as tive, o tédio prevalece em qualquer das situações. Se o campo está florido, o tédio são as flores que se repetem, vermelhas, azuis, amarelas, brancas. Caso sejam as árvores, de inverno, verão, outono e primavera. Na cidade, o jardim a construção a árvore o carro o ônibus a grama as pessoas, tudo é o tédio, as coisas são o tédio.
Simplesmente por serem todas elas. Se não as fossem, tédio não haveria. E se as são por que haveria sê-lo?


quarta-feira, julho 30, 2003

Beleza Americana

E se o amor não fôr tudo isso? A vida in-romance não seja muito diferente da atual.
E, ao descobrir o novo mundo, pára por instante para pensar, tempo este que fez o novo desistir de você, ou você dele.
O mundo questiona o porquê da pausa. Você não explica, mas sorri. Sente-se feliz.
Por quê?


terça-feira, julho 29, 2003

Os Quadros

Como os testes de molduras que fiz em minha sala. Não havia os quadros, nem gravuras, somente as molduras e vidros.
Talvez a realidade seja assim, tenha um espaço reservado, mesmo que ela não esteja lá, ou simplesmente não exista.


segunda-feira, julho 21, 2003

Projeto

Pôr em cheque as bases de sustentação é o mesmo que checar suas próprias bases.
Temerá que as bases se enfraqueçam e, portanto, olhará pra baixo, com o medo dos náufragos em alto-mar. E o futuro? Que futuro tem os marinheiros?
O medo limita aos olhos o chão. Tem algo que lhe perturba os pés.
Com tanta preocupação, não há futuro.


quinta-feira, julho 17, 2003

V

Eu te amo

Não amo! Bem, não como você está pensando. Na verdade não sei o que você está pensando. O problema é que eu penso diferente. Aposto que ao dirigir um "eu te amo" a uma pessoa, deve pensar milhões de outras coisas senão o próprio sentimento. Fuja dessa simplificação errônea e corre para síntese original... Se tem outros sentimentos, dirige outras palavras.
Raciocine. Uma vez que pensa errado, interpreta da mesma forma, e me põe como vilão de toda estória.
Olhe no espelho, o impecilho é você.
Me abstenho de culpas se costuma resumir seus sentimentos com palavras de peso.


sábado, julho 05, 2003

"A sabedoria que a velhice traz, não advém da idade do corpo, e sim da própria mente."


As Naus

Durante 3 noites e 3 dias viram-se estacados em mesma posição, na costa africana, e a correnteza os levava pra rota que contrariava a "manobra". Se houvesse deusa que soprasse, marujos se ajoelhariam para pedi-lo. Em vão. Se existia, não conseguiram contacto algum. Uma vez que o vento não soprara e era preciso alguma decisão, tocaram os remos n'água e fizeram com que o vento fosse coadjuvante. E numa surpresa dos tempos, o vento soprou. Marujo nenhum agradeceu ou parou de remar.
Como poderia depender de algo tão instável?


quinta-feira, junho 12, 2003

A Vida em Fases

Caminhando e cantando, seguindo a canção, nem somos todos iguais, braços dados nem mãos.
Se ensinam a lição, muito mal, trazem desconforto e traição.
Pra não dizer que não falei das flores, as rosas aqui ditas não dizem nada, nem exalam perfume algum. Não são nada, nem existem. Persistem.
Não existem rosas no m-eu-undo.


quinta-feira, junho 05, 2003

O que é existir?

Não me venham com a idéia lacônica de que é viver, pois também não sei o que isso significa. Pode então dizer a mim que é sentir e tocar as coisas, isso não me satisfaz, afinal, cada um sente de um jeito, o toque é também diferente.
Não há consenso algum a respeito disso. A propósito, pode ser que o que vocês vejam seja uma ilusão de ótica de outra situação. Passada talvez, e uma vez passada deve ser esquecida.


Qualquer Coisa

3 As percepções da realidade não devem ser encaradas como fracassos. Mesmo sendo, deve-se interpretá-las como crescimento espiritual ou mesmo social.
0 Veja ao redor e não se canse de se ver ao chão, por vezes pisoteado por inúmeras situações. Se inda crer que não é você, trate de se olhar no espelho a cada manhã e perceba que muda a cada dia, portanto pode não se reconhecer num caminho pouco distante de onde agora está.
0 O mundo é muito pior do que se parece. Pois uma vez que pode se parecer coisa outra, nem melancólicos fogem da abstração da real visão de um mundo ruim. Fogem até da realidade.
5 É muito pior.


It

Os bichos passariam por debaixo da porta.



domingo, maio 25, 2003

Base Positiva

Imaginemos o sol nascendo no Oeste pondo-se no Leste.
Há uma semana atrás talvez houvesse alguém do meu lado tal qual eu gostaria.
Daqui a uma semana, talvez já existiria um alguém tal qual eu talvez hoje fosse. Não na essência, mas sim na existência.
Mas os tempos se fundiram, imaginando uma subtração temporal. No dia meu, nada aconteceu. Talvez um problema com as máquinas atemporais, a média não se transformou em uma multiplicação da situação anterior, e sim em algo tremendamente novo.
Do fim, nada se tira, posto que fim não é, e sim meio.
E meio sendo, não posso concluir pois tenho o começo não o fim.
Utilizando os dois modelos, o começo e o fim se sobreporiam.
Sendo assim, o começo, o fim, e o meio teriam de estar no mesmo dia. Acho ainda não ser possível.





quinta-feira, abril 24, 2003

Frustração

E que fujam todos a buscar grã-ajuda.
Não percebem que não existe sequer compania que desejam.
Acorde ao mundo dizendo que a realidade é melhor que o sonho, pois nesta não há frustração.
Frustração é exatamente quando se compara a tola imaginação platônica com o real.
Frustrado?
Não, mais que isso.


Vermes

Se o inferno por nossas cabeças fosse caindo, não haveria motivo algum para nos sentirmos pouco menos do que já somos. Somos nada. Somos o chão que houve de ser coberto por algo mais prestável que todos nós.
Os cemitérios grandes serião, lugares tranqüilos e calmos onde vivos nos visitam. Hoje somos mortos-vivos, nem mortos nem vivos preocupam em nos ver.
Que chame o inferno e deste ouvir-se-á a doce resposta a dizer que tome seu rumo e não perturbe o calmo lar. Os ecos não atingiriam o céu, tolice tentar.
Se na falta de tudo houver ainda voz a chamar,
Grite aos vermes para não demorarem,
Mesmo estando vivo,
É mais duro sentir que vivenciar,
Ou não.


quarta-feira, abril 09, 2003

Sentido

Continuo a não ver sentido em minha vida. Não é normal querer tantas coisas e a tantas pessoas, boas coisas. Ainda anda sendo estranha as sensações de depressão congênita.
Minha vida anda sem sentido. Mesmo.
Não me venham com as auto-ajudas, pois não consigo entender, sequer me ajudar. Se soubesse como, já o teria feito há muito, oras.
Acho que vocês não estão me entendendo.
Não sei se minha vida anda pra trás ou p'rá frente, a direção eu sei. Estou falando fisicamente. Se ela vale a pena... talvez valha, ou não.


sexta-feira, março 14, 2003

Blá, blá, blá

É uma dúzia, não doze!!
Veja bem, não procure mais o que sou. Posso ser mais um desses que perambulam por aí. Digo palavras sem sentido, escrevo, habito sem sentido algum.
Apesar de tudo ainda sou algum.
Muito me sofro ao ver as repetições, de paisagens, de seres, de mim e de você, dos números, de sons, de vida.
E se na esperança d'outro dia ter em diferente tons, ainda verei meus pés pisar as paredes do meu quarto.
Adeus.



quarta-feira, março 05, 2003

Quarta-feira

Cinza, de cinzas.
Águas de março fecham o verão, e dos foliões não resta um coração.
Daqueles que ainda esperaram o ano para sorrir, vê-se ainda a lágrima dos céus por eles a cair.
E se o cinza do céu ainda não trouxe a dor, ficará esta por conta da imparcialidade do fim do carnaval, e do amor.
A paixão de arlequim pediu seu fim, a menos que se voltasse ao início e pedisse perdão pelos ilícios.
E por uma vez o pôr confundiu-se com o alvorar, e quem já perdido estava, restou não outra senão lamentar.
O fim chegou, volta-se à natureza das coisas, daqui a um ano se encontrarão em nova desavença.


quarta-feira, fevereiro 26, 2003

Quanto às Gotas D'água

As grandes decepções não ocorrem em dias frios e chuvosos como os temerosos pessimistas anseiam. Acontece sim nos dias ensolarados. Quando se está atingindo grandes pontos estratégicos e quando a sua vida sorri.
A gota não mudará teu caminho, apesar de atrapalhá-lo, e sim os arredores do mesmo. Destruirá qualquer estabilidade que exista. Os enfoques mudarão.
Maldita lama que invade as trilhas, nem a lua consegue iluminar o breu que esta traz.
Se por acaso perguntares do que se trata, imagina o que é comum, mas nunca aconteceria contigo.


domingo, fevereiro 23, 2003

...

Éramos crianças. Brincava pelos campos floridos como outrora não existiu sorriso mais belo que o qual possuía. Senti saudade.
Teus olhos brilhavam, às pessoas dirigia teu olhar e à mim também com uma admiração difícil de se ver hoje. Parecia não entender o que eu sentia enquanto fitava teus gestos de criança. Quase moça a criança que tirou de mim qualquer noção de espaço-tempo, não era novo nem velho.
Ainda não entendi porque não estava ao meu lado.


quarta-feira, fevereiro 19, 2003

Chuva na Cidade Universitária

As vozes interiores tiveram sua forma física plena. Apenas observei. Não demorou muito em ver os cabelos arrepiando e o orgulho de estar onde estou.
Se os dreads contassem história, e as cabeças raspadas fossem além do início de uma vida universitária.
A história por ser feita em todos os cantos e pedindo para serem assim.
Tropeços em cds de Bach e Dorival Caymmi, o teatro a cantar russo e cenouras, beterrabas e afins a discutir sobre a ausência de vegetais em suas refeições subsidiadas.
Esquecem-se os cursos, os planos, em torno de todos forma-se o desejo supremo e o dom de serem únicos, uniformizados com a causa a ser abraçada por um Centro Acadêmico ou o próprio povo. Iguais em direitos e deveres, plenamente ditos. Diferenças construtivas se unem e formará a grande luta que espero encontrar pela frente.
As nuvens parece terem ido embora e os reais desejo afloreceram, pois.
A história por si só far-se-ia, apenas tenho o dever de redigí-la sem omitir detalhe qualquer.



sexta-feira, fevereiro 14, 2003

IV

Não sei. Falta-me algo.
Meu colar! Devia eu estar fora de mim e não ter percebido que na entrada desde inferno retiraram meus pertences.
Sinto falta dele, o equílíbrio do universo preenchia o vazio que sinto em meu peito. Se eu ao menos soubesse rezas ou algo do tipo...
Lembro-me vagamente de algumas coisas, vejo como hoje trechos da história francesa, joana D'arc pedia insistentemente por uma confissão. A qualquer preço a queria e faria. Mas não entendo o significado que essa teria, não tenho em mãos qualquer ensinamento que me leve a compreender a magnitude disso. Os olhos cheios de lágrimas se confundiam com a admiração por encontrar algo superior, tal qual a iluminação plena acompanhada d'uma compreensão das tarefa e caminho a serem seguidos. Acredito para ela não ter havido momento maior que essa tal de confissão.
Eu queria entender o porquê de o meu vizinho de cárcere seguir o rito de ajoelhar-se para o sol todo o dia de manhã e proferir palavras estranhas. É rito, talvez se explique por si só.
São belas sim. Mui belas. Pena ele não mais saber o que diz, palavras tão difíceis, fluidas sem o pesado tom que as deveria conter.
Se perdem o significado, o rito de nada serve. Caso ainda haja poder nas palavras que eu proferir, que eu o faça com louvor, calma, atenção e sabedoria.


quarta-feira, fevereiro 05, 2003

Sem Predizeres

O grande dia ocorreu de maneira exemplar, de certo um pouco teórica demais. Mas o fato é simples quando se vê os fatos se sobrepondo não importando os nomes ou influência, conquista essa que teve somente méritos de quem soube viver na média com orgulho de si. Não confunda orgulho com arrogância. Foi muito bom, poderia ter sido melhor se não fossem os amigos que não tiveram a mesma notícia, mas parece ter sido a minha entrada numa longa estrada que me levará ao lugar que devo estar. Esqueceram-se das burradas e quiseram apenas curtir a notícia, depois de tanto nervosismo, é razoável.
Se as palavras dissessem por si só já teria resolvido parte deste texto.


sábado, janeiro 18, 2003

III

Isso não é vida. De que valeu estar dentro da lei, não desrespeitar regra alguma? Cá não há regras, assim como querem os malditos malandros que aqui existem. Há ainda de um dia mostrarem, na mesma moeda, os danos por eles causados nas pessoas.
Tenho a impressão de terem omitido parte do aprendizado da vida, como se tivessem piscado os olhos por um longo tempo enquanto a ética passava-os à frente. Ou então desviaram a atenção para uma cena mais agradável à vida sofrida: carros importados, mulheres e poder. A qualquer preço torna-se o sonho deles serem líder de qualquer coisa, não importando mais se pisam em ovos, ou se escoram-se em espinhos, focam-se somente ao incessante desejo de dominar.
Que vítima me tornei, se por muito tempo aqui ficar não sei como deverei sair. Esse sistema há de acabar, agradeço ao meu único amigo - este caderno - que afastou qualquer opressão de mim, eles crêem que isso seja uma denúncia aos maus tratos dos Uniformes. Bobos eles não perceberem que critico eles. O sistema é vicioso, mas não há ninguém que sinta vontade nem capacidade de querer mudar isso. Se ao menos eu soubesse por onde começar... se matasse o líder teria de substituí-lo. Não, não faria isso...


sábado, janeiro 04, 2003

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde não deveriam estar;
As plantas, que aqui custam,
Custam mais do que lá.

Nossas avenidas não são praias,
Nossas várzeas são esgotos,
Reservas são lotes,
Motes nosso desgoto.

Que São Paulo é essa?

Palmeiras são para praias, não cidade.