segunda-feira, outubro 20, 2014

Urso

Ele pula nas suas costas. É fácil confundir essa sensação com aquela ao chegar ao fim de um longo lance de escadas. Você para e, em pouco tempo, respira normalmente.

Mas é como se tivesse resíduo. Você não volta a ter o mesmo fôlego. Fica tanto tempo assim que esquece o que é sentir-se leve.

E deixa de ter a mesma disposição.

Até o que o urso pesa cada vez mais. E não se sabe mais como é ficar sem ele.

E, se tropeça, não consegue mais levantar.

Cansa mesmo por saber que não pode falsear, vacilar ou cair. Tem de permanecer ereto, resiliente. E doem as pernas e as costas. Sem fôlego. E ainda tenta respirar.

Não há outra opção.