segunda-feira, abril 23, 2007

O Esquecível

Quanta pressão é necessária para que o ácido e amargo fique infantil e doce? Quão mal é preciso se viver para começar a se sentir feliz, seja por excesso de irrealidade ou falsa esperança?

Quanto é preciso viver para que o sabor não seja importante?

Ou ainda, quanto é preciso viver para aprender a fingir que não existe o lado negativo do mundo. Quão cansado é preciso estar para perder parte da vista?

O que é preciso para que as conquistas não sejam pedestais, que a altura não crie vertigem e que as maiorias não sejam supressoras?

Como abrir os olhos depois de fechá-los?


terça-feira, abril 03, 2007

Consumo

Sentei aqui para escrever um pouco.
Não como a obrigação do café preto já na xícara, ou o prato servido e possível desfeita aos valores sociais.
Com a sensação de que simplesmente havia de tomar o café, sem exigir muito do meu instinto ou do hábito, sem que houvesse grande questão a respeito disso. Tomei o café porque tive vontade, assim como almocei e aqui escrevo.

E o fiz talvez pra dizer que exista algum magnetismo estranho em todas as órbitas possíveis, e fica díficil de entender porque tantas coisas se atraem e tantas fazem questão de se distanciar. E isso não é novidade. Também não o é o termo "problemas familiares" e textos batidos e filosofias rasas e provérbios e ditados de infinitas conclusões, muitas opostas. Preciso citar quantas pessoas os repetem por força do hábito?

Porque de parábolas se fazem hipócritas. Pois as já prontas eximem os exemplares de exemplar ao próximo ou ao outro. Sabendo que a sabedoria infantil só atinge os idosos em filmes e séries, sinto que acabo de consumir o meu "sentar e escrever".

Sincero, sem muita responsabilidade.