sexta-feira, março 14, 2003

Blá, blá, blá

É uma dúzia, não doze!!
Veja bem, não procure mais o que sou. Posso ser mais um desses que perambulam por aí. Digo palavras sem sentido, escrevo, habito sem sentido algum.
Apesar de tudo ainda sou algum.
Muito me sofro ao ver as repetições, de paisagens, de seres, de mim e de você, dos números, de sons, de vida.
E se na esperança d'outro dia ter em diferente tons, ainda verei meus pés pisar as paredes do meu quarto.
Adeus.



quarta-feira, março 05, 2003

Quarta-feira

Cinza, de cinzas.
Águas de março fecham o verão, e dos foliões não resta um coração.
Daqueles que ainda esperaram o ano para sorrir, vê-se ainda a lágrima dos céus por eles a cair.
E se o cinza do céu ainda não trouxe a dor, ficará esta por conta da imparcialidade do fim do carnaval, e do amor.
A paixão de arlequim pediu seu fim, a menos que se voltasse ao início e pedisse perdão pelos ilícios.
E por uma vez o pôr confundiu-se com o alvorar, e quem já perdido estava, restou não outra senão lamentar.
O fim chegou, volta-se à natureza das coisas, daqui a um ano se encontrarão em nova desavença.