sexta-feira, julho 22, 2011

Ecos Recentes

Cidades não nos respondem a essa hora.

O necessário automóvel, veloz no dever de chegar a algum outro lugar, cria caminhos próprios, violando as linhas e regras que a luz do dia impede! Ah!! O bom-senso...

Isto também não rege as vivências da madrugada, onde o sentido é mais abstrato e os desejos, mais intensos - ainda que mais justificáveis sob olhares diurnos. Sabido é que a noite mal-dormida influencia mais o exterior do que o oposto. São todas essas projeções, das luzes que refletem inúmeros úmidos planos antes de desaparecer em algum rosto desconhecido.

Isso faz esquecer a insistente dúvida e desconsolo. Temporariamente.

O iluminado semblante quase infantil de adrenalina, selvagem. Em paz. Há um novo molhado cinzento dia, onde há média em tudo. Apaziguados ânimos.

Sossega.

Que pausa de silêncio é boa quando se pode curtir os ecos de sons recentes.


quarta-feira, julho 20, 2011

A Música

Ou as músicas. Em verdade, toda vez que a ouvia percebia outras gravações se sobrepondo, criando uma versão única, só dele. Como diferentes vivências ocorridas em um mesmo conhecido lugar.

Camadas e camadas de inúmeros acontecimentos no estático plano de fundo.

Um êxtase.

Enquanto numa corriam os instrumentos a seguir a batuta, noutra se admirava o eco e o valor do silêncio. Camadas. E alternavam, entre uma e outra, as vozes que contemplavam tais distintas formas e paixões. Ditavam os passos inesperados e a imprevisibilidade, um improviso planejado na cadência de cada um dos ritmos intercalados, harmoniosos, intermitentes.

Era musicada, composição do dia-a-dia.


domingo, julho 17, 2011



Ponto

Entre as confusões de ideias da nossa cabeça, o mundo.

Inteiro, a ser observado, retratado, admirado.

Pois há o que é preciso enxergar fora para somente depois entender e justificar o que há dentro.

A vida interna é um reflexo do que somos capazes de assumir que gostamos e que queremos... os conflitos, fruto da instabilidade de mover-se mais rápido do que se conseguiria, senão estivesse impulsionado pelo anseios dos prazeres dos novos estados. A ideia de um novo retrato que nos represente melhor do que antes.

Isso, o novo ponto de partida.


quinta-feira, julho 07, 2011

Eu

Silencio.
Para ouvir as vozes ressonantes e
Os ecos
Insistentes, dissonantes.
De preocupações e razão.
Todos corretos,
Sinceros,
Exagerados.

Dramáticos.

Preces que rezam o futuro.
Nada mais.
Desdobramentos da rivalidade de ser,
Dia após dia,
Diferente.


segunda-feira, julho 04, 2011

Recorre

Nas minúcias do imaginar preenchidas lacunas. Costura de retalhos, excertos e pequenas estórias na sequência fictícia, de personagens projetados e torcida para a convergência esperada! Conspiração a favor! Belas cenas, meticulosamente previstas!

Mas, planejar é viver.

Vivas cada lembrança dos toques e aromas, tímidos. Do vento e das pálpebras envergonhadas inclinadas ao chão, os fios de cabelos ajuntados, sempre oscilantes. Planejar é como recordar. Da mesma forma que os planos se confundem na hora de contar os ocorridos, com a correção das intensidades únicas e certos exageros. O tempo se dilata! Cabe muito mais coisa!! A narrativa se comprime na intenção de passar por diversas marcas e assegurar a completude!

De fora, é a mesma coisa - planejar, lembrar.

O mesmo narrar.

E planejar é viver...
Não insista em repetir, pois.