terça-feira, agosto 20, 2002

Maldição

Já pedi para que parassem de me olhar. Passado amaldiçoado que nada faz além de lembrar os fracassos. Mais vale lembrá-los do que qualquer vestígio de glória; comentá-las não seria grande feito, posto que idealizadas demais far-me-iam passar por farsante.
Inda estranho ver essas estátuas a observar-me, como se balançassem a cabeça afirmando todas as minhas objeções, ampliando qualquer mal-estar que essas me causam. Sem contar estes quadros rabiscados que também transmitem minhas dores. O azul do céu parece-me mostrar tudo o que eu não tenho, esta paz tão de mim distante. E quando vos procuro, estrelas minhas, nada fazem senão vos esconder atrás destas nuvens que não choram.
Que dia é esse que nada muda, o corre-corre parece mais um andar pantanoso. O nervoso que sinto mais parece frieza que qualquer outro sentido.
Quando breu está completo vejo ainda minha sombra a dizer-me que errei todos os caminhos.
Ao pensar que é o fim dos tempos, não desta vez o é.


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