segunda-feira, setembro 09, 2002

O Vento

Soprou por noites e dias não levando uma partícula sequer. Conhecido por suas tempestades de areia, fez-se por fraco, embora tivesse dado todas as suas forças.
Deixou-me com toda a melancolia bem-vinda, não levando o perfume dela que insistia em cercar-me. Ela?, imóvel também estava.
Faça sua escolha: traga-a até mim ou jogue-me no tempo e me perca pro resto da vida. Essa sua indecisão leva-me calmamente a descansar por toda a eternidade.
Não entendo como pode complicar tanto, ó vento! Sempre serviu para trazer bons ares e levar o mal, ou vice-versa, mas acredito que esteja descansando, mesmo não tendo feito absolutamente nada.
O que anda fazendo é levar certos ciscos em meus olhos que, absolutamente, não consigo tirá-los.



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