quarta-feira, março 03, 2010

A volta

Era uma vez um nefelibata que pôde descer das nuvens. As razões não são necessárias para o causo, embora fossem para a história do indivíduo. Como jovens às descobertas, observava maravilhado os novos acontecimentos. Via os cinzas e meios-tons com atenção, para se certificar de que aquilo era real. Percebeu que deveria agir com moderação, visto que poderia ser inquirido a respeito de tentar "tocar" o ar e outras belas coisas que via.

Mas o período passou, as breves férias chegaram ao fim e era hora de voltar. No meio do caminho de volta, continuou a olhar para tudo o que tinha feito parte de seu cotidiano pelo tempo que quase o fez mudar por completo. Chegando às nuvens, deixou de ter traços corretos das vistas que já conhecia.

Sequer havia completado o percurso e ficava difícil de distinguir os traços do que via. Se o tempo todo esteve muito acima daquele ponto, sobre nuvens mais espessas, o que era capaz de enxergar e, enxergava? Haveria ponto exato de controlar os traços para mais suaves de tudo o que conheceu? Ou, ainda que tudo muito parecesse, provável seria pela habilidade de nossas faculdades mentais em criar o que precisamos, inconscientemente?

De qualquer forma ou sorte, nada existe mesmo. E isso independe de onde estamos.


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