terça-feira, março 30, 2010

A preguiça do Segundo Sol

A vontade própria do Segundo Sol (SS) está bastante em baixa. Preguiça. Iluminar a vida alheia sem nunca ser observado de perto, nem por muito tempo, deprime qualquer pessoa. Não poderia ser diferente para o astro.

O nome sugeriria coadjuvação, embora isso possa não ser verdade. A intermitência e o tom de surpresa fazem do segundo sol, sempre, o espetáculo mais esperado. Ainda, possui maior mobilidade também, mas isso não é fácil de explicar ou citar.

Virou de costas há pouco. Entristecido com o que sua luz permitia ver, o que noutro momento de penumbra julgava serem assim mais belas, todas aquelas coisas. Longe dos detalhes, das características e do comportamento tão imprevisível, embora decepcionante.

Justo não é exigir sua volta, pois pouco se contribui para o bem-estar de tal. Mas, tampouco é possível consolá-lo em definitivo, visto que pouco se sabe a seu respeito. Até hoje não se conseguiu observar com clareza a superfície e suas irregularidades, sendo a imagem representativa oriunda apenas de algumas formas interpretadas de sua luz. Seria necessário fechar o olho por alguns momentos, na medida certa, mas convencê-lo a não virar de costas. Seria possível tocá-lo, assim, fisicamente? Não sei.

Talvez apenas precise dar uma volta pela noite, numa órbita diferente, apagado, a observar as formas por outra claridade. Separar as primeiras das últimas imagens. Somente assim seria capaz de ponderar o quanto de sua luz própria interfere no que é visto.


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