terça-feira, setembro 06, 2005

Existe

- A chuva.
- Não é muito boa quando nos molha.
- Depende, se estiver indo pra casa, convenhamos, é prazerosa.
- Sim, mas só quando se volta para casa.

[Olhares...]

- Vê as pessoas, parecem mais calmas que o habitual. Eu as observo...
- O que acha delas?
- Serenas. Tranqüilas, pouco cansadas.
- É verdade.

[Sorrisos]

- Elas parecem mais calmas do que quando passamos observando-as.
- Nunca tinha pensado nisso.

[Tranqüilidade, olhares voltados levemente pra cima]

- Eu adoro esse lugar, esses jardins, traz uma paz...
- Eu também gosto do jardim, tanto verde... Viu que tem um pé de café?
- Jura?
- É, fica a esquerda.
- Eu amo café, todos os tipos, parece que o tempo pára, como agora...
- Gosto de capuccino... mas o melhor café, mesmo, que eu tomo é minha mãe que faz, quando vou pra minha casa.

[suspiros]

- Bem que poderia ter bancos nesse jardim, poderíamos ficar a conversar debaixo dessas árvores...
- Imagina se fossem redes, mais confortáveis que os bancos... não daria certo, ninguém assistiria aula. [risos]
- Seria preciso mais de um, assim a gente falaria sobre o outro banco, que teria um sol avermelhado e o balanço das sombras das árvores.
- Casais de namorados...
- Namorados, não. Eles não existem. Eu não os vejo.
- ...
- ...
- Está na hora de ir pra aula...

[Sorriso quase infinito, retido na expressão limitada de felicidade]

Esboçado em 18/maio/2004, revisado hoje.


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