terça-feira, setembro 13, 2005

Do movimento Sindical e Socialista

Antiquado. Não digo a idéia, mas a atitude, pois não existem idéias velhas ou novas, o que existe é a busca por soluções para os problemas e as idéias são parte dos meios para tal atividade.

Digo destes pois presencio - com os olhares e rumores dos que de fora estão - as ações de grupos sindicais (o Sintusp) no caso. Antes que eu seja alvejado com calúnias típicas [apolítico, direita, dentre outras] é preciso e conveniente dizer que compartilho das mesmos idéias, mas não da forma e do meio.

Em primeiro lugar, acredito que não sejam necessários piquetes, o megafone a importunação para adquirir adeptos. Isso mais se parece com um golpe ao governo do que a busca de difusão dos ideais compartilhados. Por esse meio, mais fácil é encontrar pessoas que fiquem contra, do que pessoas dispostas a conversar e compartilhar idéias. O movimento grevista pode ser tratado com um movimento iluminista (por causa da troca de idéias) e a busca pelos meios de atingir um bem comum e, portanto, deveria ser menos ditatorial e muito, mas muito mais democrático.

Discordo também com a atitude extremamente simpática à necessidade de parecer frágil ou vítima de opressão da "aristocracia". Em momento algum digo que isso não exista, apenas discordo dos meios com os quais se luta. Um exemplo polêmico é que a melhor forma de combater o preconceito não é ficar trancado dentro de casa ou sair gritando na rua que tem valores, confinar-se em grupos de pessoas de mesma situação e criar um mundo à parte... mas sim criar valores e demonstrar a importância e o papel dessas partes no todo [sociedade]. Isso posto, não acredito que a melhor forma de combater a desigualdade social, a dívida externa, a saúde ineficiente, a educação para poucos...seja a mesma que se utilizava durante o regime militar. Pois parece inflamado demais um discurso que pede liberdade de expressão, um tanto fora de contexto.

Por fim, caso o movimento grevista queira que as pessoas de fato participem em suas empreitadas, é necessário um bem comum, não de uma minoria:

- No caso de greve para melhores condições na educação, aumento de verba e número de vagas, não deverá ser inclusas as exigências de aumento de salário ou benefícios para os funcionários. Pois isso com certeza tira o foco dos grevistas. Não é possível agradar a grego e a troianos: não acho que a filosofia de igualdade e melhoria na educação se encaixe nas exigências do sindicato que certamente dará por encerrada a greve assim que houver o famigerado aumento de salário.

- Não misturar filosofias durante pautas de greve. Se quiser aumentar o número de adeptos, tenha um filosofia forte - não AMPLA - e tente convencer que seus valores são dignos de uma paralisação. Um exemplo estapafúrdio: Traficantes do morro fazendo campanha contra o uso de drogas. Um tanto estranho.

- Estudantes e Professores tem uma filosofia. Trabalhadores e seus sindicatos são outros. Se não for para lutarem por um bem comum, esqueçam movimento grevista. ex: Diretas-já, Anistia...

- É necessário evoluir, o discurso repetitivo condena a essência das palavras pela sonoridade exaustiva.

Por fim, devo dizer que estou aberto para discussões pois essa dissertação não é estática. Como ser em formação, vejo importante o debate para amadurecimento de idéias e soluções. Espero que inflamados concordem no ponto seguinte: eu também quero mudanças, mas podemos evoluir um pouco.


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