quarta-feira, janeiro 19, 2005

Dos amores...

Dos amores que tive, você foi o mais fictício. Tive dúvidas quanto ser, estar, sentir, existir. Para que não tomasse decisão alguma, resolvi imaginar. Foi assim, então, que nos conhecemos.
Praticamente de pára-quedas, tomei conhecimento de sua vida. Em plena avenida paulista, ao meio-dia. Num piscar de olhos, uma lona vermelha cobriu meu pára-brisa e tudo o mais que pudesse interromper. Junto dessa parafernalha, algo parecido com um manual de instruções. Um escárnio alto e uma balística perfeita desse artefato para bem longe. Manual, onde já se viu.
Ela insistiu em se desculpar pelo transtorno, mas olhos dele brilhavam e o que mais podia fazer era assentir movimentando a cabeça lentamente, incrédulo.
Não era perfeita pois era humana. Ou, ao menos, parecia.


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