terça-feira, novembro 26, 2002

Deusa do Mar e da Terra

Já foram muitas as ondas passadas. Contadas da areia pareciam finitas, tinham a esperança de que ela voltasse. Mas o que me faz pensar que ela volta?, deve estar no alto mar, a ver todas as constelações que tanto quis. Estrelas estas que não pude mostrar, e o inconsciente dizia ser por justa causa, o que sou para dizer "não" ao sábio destino?
Não teria cacife de dizer que a brisa do mar é preguiçosa e não fará força para trazê-la, seria o mesmo que tachar andarilho um alguém com família, casa, fixo.
Não faço promessas, além das já feitas. Não posso gritar seu nome a ecoar pelo espaço para quem sabe em algum lugar encontrá-la. De que adiantaria a voz e tê-la próxima como desejo se ainda sei que a distância faz certo bem.
Maldição.
Iemanjá, me abstenho de pedir misericórdia desde pobre pescador, só vos peço que interceda de maneira favorável. Devo algumas palavras a ela, não deixe que se vá sem que eu consiga proferí-las.
Que seu sopro de manhã possa trazer o perfume daquela que foi, e não mais voltou.



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