segunda-feira, junho 20, 2011

Busca

Guardava o rosto para alguma outra ocasião. Sorria, apenas. Pois intrigava menos do que o peso de tantas lembranças, escondia o reflexo disso nas profundas marcas de expressão.

Sorria com os olhos também, contagiaria o mundo de tal sorte que se esqueceria das cartas e escritos contrários, enfim daquilo tudo. Do desejo simples. Da confusão e papeis atribuídos, da incerteza do prazer de sê-los.

Fascínio era um pouco longe demais. E assim mantinha o redor à vista hipermétrope, aliada à segurança da ilha-fortaleza. Estável, como o indesejado e confortável estado. Como o vício de recair em loops de lembranças, dos nomes distintos da última década! Falsos! Do prazer de esquecer desse vício e se permitir o regozijo das limitações impostas e aceitas sem contragosto, mas contraproposta. É estar certo novamente, ainda que haja significado algum em tal afirmação.

O equilíbrio dinâmico difere muito. São passagens medidas, transições estreitas que sufocam menos, mas ainda prendem. A felicidade alheia inebria os que prendem a visão a outra coisa. Qualquer coisa. Fato é que a vista começa a borrar quando se anda rápido e molda tudo, como o vento, aparando arestas apenas com o capricho fluido.

Há pontos ótimos que não serão encontrados jamais.
A menos que se mude a forma de busca.


Um comentário:

Anônimo disse...

Talvez tenhamos que parar de pensar em procurar... o famoso let it be.

Ah,que texto lindo!!
Beijos