segunda-feira, abril 26, 2010

Respiro

Pela manhã percebeu que havia algo diferente. Um certo vazio no peito, contrastante com o aperto de angústia que o acompanhou por meses. O ar passava por suas vias respiratórias com dificuldade, arranhando objetivamente se o obrigasse a passar rápido, profundamente.

Haveria de respirar com calma, devagar. Cada instante de cada vez, sem marcos de novas atitudes, sem impulsos de vontade. Paz pela respiração? Somente por controle, não intensidade. Tentou sobrepor as barreiras recentemente encontradas, sendo presenteado com tosse forte o suficiente para ver estrelas, asmática, sufocante.

Não havia razão especial para esse achado, fato ou acontecimento. Por um momento estranho, seu ímpeto fora freado por questões físicas, reduzindo-o à própria e única possível limitação: ele próprio.


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