segunda-feira, dezembro 19, 2011

Registro

Começava sempre com uma sensação de tempo perdido. Diferente daquela de 'arrepender-se e querer voltar atrás', corria como uma busca incessante por justificativa que satisfizesse o dia. Não queria reescrever pois não possuía ideia nova, não tinha criatividade para tal. Queria passar a régua, poder começar novidades, algo que se justificasse por si só, sem precisar de lógica, explicação. Algo suficiente, dogma, sabe?

Caía sempre na discussão do que seria registro e controle. Se o relógio transcrevia fielmente as horas e os dias, era registro. Se se mirava os dizeres do relógio, era controle. E vinha carregado de vontade, u'a mentalização que o fizesse girar mais rápido ou devagar, parar, até. Mas, imbuído com a ideia de que era registro, passou a assinar acontecimentos com o tempo, o horário mesmo, tal que pudesse ser fiel à todas as mudanças, o que seu próprio nome nunca foi, ao menos ao se apresentar com frequência.

Ao observar todo esse registro, constante-mutável, achava que tinha o controle.

Mas, era apenas registro. Mesmo!


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