domingo, dezembro 06, 2009

Copos

Não resistem a quedas. Entre o momento em que escorre da mão e o estilhaçar, há um enorme silêncio, a ser preenchido com gargalhadas, susto e indiferença.

Pois se está sujeito a isso, talvez não por vontade própria, mas pelas circunstâncias e cobranças inevitáveis e por desculpas pouco confiáveis, batidas. Caímos no ciclo vicioso, forçoso, de gostar do que pouco nos agrada, ainda que a parte secreta seja a que causa o fingimento.

Bom mesmo seria não sentir! Mas as desculpas são muito falhas. E a verdade se fala somente próximo do fim, muito longe de resolver o que era necessário, justo. Mas só parece sê-la quando possui o peso do término, da certeza de que não haverá mais oportunidade de dizê-la. No fundo, pouco importa, sempre o dano já fora feito, irreversivelmente.

Mesmo assim, as pessoas continuam andando com copos. E vão continuar, pois o copo não é o principal e sempre haverá um substituto, naturalmente.


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