sexta-feira, novembro 26, 2004

María Tereza

Lê-se: /Ma/rí Te/rê/ssa. (É espanhol).

Fazendeira, do começo do século passado. Viúva desde os 20 anos, mulher de pulso firme.
Sentava na varanda da sede e apreciava o café de média torrefação, colhido e seco naquela terra que lhe dava todo o sustento. Também se não rendesse, viveria com toda a fortuna de seu falecido marido. Não havia se casado por causa disso, mas uma vez em seu cofre, não tinha intenção de se desfazer.
Não elevava seu tom de voz, sequer batia os dedos na mesa, sinal de nervosismo em alguma disputa tensa. Nem ainda suas expressões faciais se alteravam fim a dar alguma repreensão ou veredicto sobre assunto qualquer. O que tocava e causava o respeito de outrem, era justamente a frieza de agir.
Diziam que era dessa forma por causa d'um assunto mal resolvido, muito comum naquela época [se bem que, nos dias de hoje, também o é]. E, para que continuasse a se situar no mundo dos vivos, deveria deixar de lado o que sentiu no divisor de águas.
Dito e feito.
Uns a amavam, outros nada disso.
Odiar, talvez pela imparcialidade.
Não sobrou auto-biografia ou qualquer forma escrita de próprio punho.
No fim, um retrato fantástico de superação e forma viva de encarar o mundo.


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