quarta-feira, junho 09, 2004

É Cíclico

Voltemos à parte boa da estória. Isso, a da impossibilidade de atingir, de alguma forma, a cousa amada. A distância que há até o verdadeiro amor, o platonismo puro e essencial.

As casas de época geralmente possuíam sacadas onde encontrava-se, tarde da noite, donzelas esperando os seus poetas românticos. Eles sempre existiram, mas serviam apenas para se saber que existia o verdadeiro amor. O rumo que as coisas tomavam era sempre contrário ao acontecimento daquelas noites típicas.

As cartas eram sempre fervorosas e pouco se preocupavam com os costumes. Estes não fazem parte do amor, nem nunca farão.
As donzelas liam romances enormes com água nos olhos. Sonhando, sim, sempre sonhando. Algumas se recusavam a acreditar que estavam sonhando, mas queriam o mesmo.

O dia clareava e o mundo voltava ao normal. Interessavam-se pelos sem graça e pelos acompanhados.


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