quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Ontem, 1 Tipo

Minha dor cabeça começa ao abrir os olhos. Não há ninguém ao meu lado. Se não fosse bastante a ausência de fotos de cabeceira, as paredes ainda murmuram lembranças pouco fluidas e insistem nas tristezas próximas.
Plenamente intoxicada pela enchente de fumaça do carteado da noite anterior, minha cabeça lateja com a intensidade de um cogumelo nuclear e com a mesma reversibilidade.
Há quem pense ser exagero e pouca resistência. Resistência de 19 anos à tamanha desgraça não poderia escaldar-se impunemente, escoar como as águas de março ou finalizar-se na quarta de cinzas.
Parece ser muito mais terreno do que as péssimas existências passadas. O emplasto ainda seria de bom grado. Mas que esperança pode existir para resolver a má eficiência das soluções desses erros cíclicos e não forçados? Os conselhos nefastos e ajudas inócuas, métodos repetidos para problemas já conhecidos, nada funciona, caso contrário haveria somente uma e não a infinidade.
De olhos fechados é que me encontro, e tenho o melhor dos refúgios, o quarto escuro e os sonhos na mente, isso é tudo que consigo nos últimos meses, infelizmente.
Crescemos ainda para ver cada vez mais longe o fim do abismo, na beira deste, o fim não parece muito distante.
Cada vez mais próximo vejo o merecido emplasto.



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