terça-feira, dezembro 23, 2003

Bossa

As pessoas negam a possibilidade de um prazer a si próprias. O enfoque exacerbado em determinado assunto/situação apela para o caos interno da pessoa.
Internamente invisível, aparenta, assim, incrédulo o questionamento externo da existência inócua.
Peço desculpas pela sinceridade.
Mas a saudade permanece em tudo, por mais que não houvesse a situação para ser lembrada, fica a saudade.
Saudosismo, pois.



Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa que chora,
qualquer coisa que sente saudade,
um molejo de amor machucado,
uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
feita apenar para se amar,
para sofrer pelo seu amor e ser só perdão.

A necessidade plena de repetir sinônimos para no fim chegar a lugar nenhum, porém distante do início e mais próximo da finalidade.

E de tanto desencontro, surge a esperança de um encontro, ou permanece ainda.
E na falta de ambos, imagina-os, e assim se faz o poeta pleno, até certa idade.
Essa idade, a minha. Até quando, não sei.


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