sábado, maio 07, 2011

Duas Margens

De um rio pequeno. Riacho-córrego, arroio donde a liberdade fora decretada um bom tempo atrás.
Vejo, além do jardim do meu quintal, cujo verde da grama é comparável ao do lado de lá. As suntuosas formas das construções, da esplêndida vegetação cuidada, das roupas bem vestidas em mulheres de salto alto, cabelos brilhantes ao vento. A respiração ofegante e olhar centrado.

Não me recordo de observar o meu redor quando estive do outro lado. Mas, devo ter feito. Afinal, o olhar ficava perdido evitando a margem oposta, restando um borrão das cores das quais se esvaem, hoje. Se estive desse lado antes? Sim.

É certo que existem mais significados do que naquela época. A crença de que há um rio separando ambos estados é forçada; ainda que haja água, há pontes. Como os filmes retratam as distorções poéticas da vida cotidiana com maestria, julgo a vida ausentar os devaneios por causa deles almejado.

Não se engane. Fora dito diversas vezes para se tornar a nova realidade, um fracasso - ato falho. Existe a possibilidade de estórias reais. Como a já vivida e relatada de forma poética, quase surreal.
Existirá em qualquer das margens.

Cedo ou tarde, serão uma coisa só.


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