domingo, agosto 08, 2010

Da Face Rubra

Uma caminhada simples. Através da densa inesperada neblina, de gotículas que cadenciavam a luz pública em cortinas de brisas. Cortantes, varrendo as pessoas e o rosto e os cabelos. Os olhos.

Vento frio, esclarecedor, insistente, golpeando as maçãs até que toda a face se envergonhasse. E olharia o chão, os passos rápidos e fugidios, o borrão que seria o caminho percorrido ainda por instantes. Por repetidas e velozes vezes longos cílios se agitariam. Congelaria as lágrimas que por ventura quisessem percorrer as formosas curvas de um belo rosto. Guardando a muito poucos as claras reais sensações.

Ao médio destino, isento da mudança pelo vento, restou ainda o vermelho da face. Que agora escondia o que observadores imaginariam ser algum ato ou feito, atitudes plenamente justificáveis. De um andar por vias, esquivando dos caminhos sem saída das noites pouco amigáveis, com quem antes já há muito se teve intimidade.

Moderada e cuidadosa.
Íntegra e amável.
Amável.


Um comentário:

Natalia disse...

adorei esse!
eu sempre leio, só não sou boa de comentários. mas esse é um dos meus favoritos até agora, então merece mesmo.
aliás, o frio tb me deixa rosinha. hehe =)