terça-feira, março 30, 2004

Retrato do Espelho

Fico a olhar as coisas e tentando voar alto, pensando não existir o ponto final das linhas, das estradas.. do céu.
Horizonte fica tão perto dos sonhos que é difícil sentir-se fraco. Mas ainda existe um quê de estranheza e leveza esdrúxula.
A moça jogou seu lenço ao vento e este não quis cair, e agradeci, pois aquele dia não previa gentilezas. Ela não percebeu, e quem perceberia? Era apenas um lenço, talvez o Senhor dos Lenços, não era previsível.

A barba está feita, o cabelo em ordem, o olhar profundo pede mudanças de agitação e perseverança, por outro lado pede descanso. Não sei no que acreditar...
O espelho, retrato dos nossos "eus", se confunde demais para ser levado a sério. A dois passos do abismo o fim parece distante, é fato querer algum motivo para estar deste ou do outro lado.
Na dúvida, sem dúvida fica onde se está. Nada de mudanças por ora.

Nada.
...
Ou tudo.
...
Ou não, ainda.


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