quarta-feira, março 05, 2003

Quarta-feira

Cinza, de cinzas.
Águas de março fecham o verão, e dos foliões não resta um coração.
Daqueles que ainda esperaram o ano para sorrir, vê-se ainda a lágrima dos céus por eles a cair.
E se o cinza do céu ainda não trouxe a dor, ficará esta por conta da imparcialidade do fim do carnaval, e do amor.
A paixão de arlequim pediu seu fim, a menos que se voltasse ao início e pedisse perdão pelos ilícios.
E por uma vez o pôr confundiu-se com o alvorar, e quem já perdido estava, restou não outra senão lamentar.
O fim chegou, volta-se à natureza das coisas, daqui a um ano se encontrarão em nova desavença.


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