Os dias terminam sempre muito tarde. No tempo em que a fuga era reclusiva, chegavam ao fim logo depois de não ter luz alguma. O suficiente para abrir os olhos com luz natural.
Talvez fosse medo do escuro. Mas não é bem verdade. A imensa vontade era de que os dias passassem rápido, para que os contatos não cansassem da mesma voz sem assunto algum, novamente.
O dilema era simples, se interferir ou observar. Observar dava um prazer diferente, de conseguir concluir de maneira lógica que fatos e ações culminariam em algo, previsto somente por uma pessoa. Interferir era impossível.
Impedir o tropeço necessário, as lágrimas e até os olhos de raiva. Mau, o suficiente para desejar um pouco de realidade aos que fogem da invariabilidade da clara sequência dos futuros acontecimentos.
Pontos de vista não fazem questão de mudar o que se vê, ainda que névoas sempre omitam detalhes, parcimoniosamente. Anseio sutil de convergir ideais, projetar as vontades divinas no filme sujo que corre aos olhos.
Sem a primeira observação, não há questão de fazer parte das imagens. O segredo é estar atrás das lentes, como quem controla o registro. O mais distante possível.
Um comentário:
"Pontos de vista não fazem questão de mudar o que se vê, ainda que névoas sempre omitam detalhes, parsimoniosamente."
Sou sua fã! De carteirinha.
Beijos
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