domingo, agosto 19, 2007

New Life

A new life is nothing but our predictable future beyond our past life(s). It's not a good option keeping in comparison past time with the probable future, because that will waste precious time for discover the taste of life.
Maquiavel would say that we prepare our future because we always develop a new person every single day and we can't runaway from our destiny, i.e., our achievements, whatever they are.
Will it be fair? Are you fair, at least to yourself? I am.

Actually, I don't mind. I took the time I needed.
I'm, definitely, rationally, for the first time, in love.


segunda-feira, julho 23, 2007

Despedida

Não havia planejado.
Nem no pesadelo mais íntimo,
Na tormenta mais voraz,
Ou no tropeço são.

A chuva corria na janela do carro,
Preocupando o taxista,
Fugia os meus olhos
Do que me lembraria.

A despedida esperava
Com esperança de volta,
A saudade dos tempos bons
Que se repetiriam depois.

Mas vi a porta em meu rosto,
Em que ambos fechávamos,
Não haveria outra vez
O afago de meu posto.

Para muito longe fui
Sem que ninguém soubesse
Que se arrependimento houvesse,
Tudo o mais ruiu.


sexta-feira, junho 01, 2007

O Pássaro e o Surdo

O egoísmo e a não-percepção do ambiente são dádivas muito bem utilizadas.
Ainda que o detentor delas não saiba disso.
A informação é para poucos.
Os avisos, menos ainda.


segunda-feira, maio 21, 2007

E a Metafísica

O sentimento de orgulho leva tempo para ser firmado, forjado. Um instante de luz faz questão de pôr em prova a realidade estúpida dos fatos.

Porque ansiar a fugacidade é a maior certeza que a reza surreal pode oferecer.

É saber justificado, com receio de reprovação e indúbito medo que nos faz engolir as próprias palavras. Sim, e daí? Porque nada disso me vale e, no momento fraco em que ser outrem é solução, essa parece ser boa saída.

Sinto-me sem borbulhar geniais, mas lembro Álvaro de Campos, contestando a metafísica. Ele tinha certeza de que não existia, e tinha pavor disso. Haverá algum meio termo entre saber que existe mas não ser visto ou ter certeza de que os dedos tocam tudo o que as idéias afastam. Será um misto disso tudo?

Porque minha voz é calma, difícil de ser escutada. Porque as coisas são assim mesmo. Porque o jardim do vizinho é mais verde e o abraço infreqüente é muito mais gostoso. Não sabemos por quanto tempo nos adaptamos a nós mesmos.

Não sei quanto tempo mais posso observar o mundo.


segunda-feira, abril 23, 2007

O Esquecível

Quanta pressão é necessária para que o ácido e amargo fique infantil e doce? Quão mal é preciso se viver para começar a se sentir feliz, seja por excesso de irrealidade ou falsa esperança?

Quanto é preciso viver para que o sabor não seja importante?

Ou ainda, quanto é preciso viver para aprender a fingir que não existe o lado negativo do mundo. Quão cansado é preciso estar para perder parte da vista?

O que é preciso para que as conquistas não sejam pedestais, que a altura não crie vertigem e que as maiorias não sejam supressoras?

Como abrir os olhos depois de fechá-los?


terça-feira, abril 03, 2007

Consumo

Sentei aqui para escrever um pouco.
Não como a obrigação do café preto já na xícara, ou o prato servido e possível desfeita aos valores sociais.
Com a sensação de que simplesmente havia de tomar o café, sem exigir muito do meu instinto ou do hábito, sem que houvesse grande questão a respeito disso. Tomei o café porque tive vontade, assim como almocei e aqui escrevo.

E o fiz talvez pra dizer que exista algum magnetismo estranho em todas as órbitas possíveis, e fica díficil de entender porque tantas coisas se atraem e tantas fazem questão de se distanciar. E isso não é novidade. Também não o é o termo "problemas familiares" e textos batidos e filosofias rasas e provérbios e ditados de infinitas conclusões, muitas opostas. Preciso citar quantas pessoas os repetem por força do hábito?

Porque de parábolas se fazem hipócritas. Pois as já prontas eximem os exemplares de exemplar ao próximo ou ao outro. Sabendo que a sabedoria infantil só atinge os idosos em filmes e séries, sinto que acabo de consumir o meu "sentar e escrever".

Sincero, sem muita responsabilidade.


terça-feira, março 27, 2007

quinta-feira, março 22, 2007

Irresistível

Não evitei o espelho. Ao menos hoje não. Usei por dias a desculpa de que não havia tempo para tal luxo, ou ainda que não enxergava muito bem de longe ou de perto logo após acordar ou antes de dormir.

Saudoso, cumprimentou-me com fervor:

- E aí, tudo bom?

Entre as paredes de azulejo, nada poderia mais ecoar do que a voz do espelho. Reparei como tudo estava arrumado, subterfúgio necessário quando se quer outro assunto. Voltamos sempre a nós mesmos ao perder o controle do que estamos fugindo, isto é, não conseguimos por muito tempo.... Nem tudo ia bem, mas o que ia bem ia bem demais, o que não ia bem não ia de jeito nenhum.
Pelo balanço as coisas iam bem. Se bem que não havia bem ou mal, já que era tudo muito novo e expectativas são apenas os pesos necessários para rotular os acontecidos . O dia estava nublado, os pesos estariam errados.

Um tanto impaciente, o espelho insistiu:

- Quanto tempo, hein?

Pensei um pouco. Brasileiros são otimistas. Eu deveria ser otimista.

Logo em seguida, sem suspiro algum, disse:

-Pois é, faz tempo mesmo. Mais ou menos o tempo em que não vejo todos vocês. Tudo vai bem, caminhando para o que terá de ser...

Ares enigmáticos e uma breve respiração presa. Sobrancelhas levemente erguidas. Olhei para o lado direito e sabia que não havia mentido.

Estava satisfeito comigo mesmo. Apaguei a luz e saí.


sexta-feira, março 02, 2007

Dos Pontos

Determinado assunto está plenamente resolvido ao se definir os pontos que o caracterizam e, a partir disso, entendê-los a fundo.

Em geral a dificuldade está em determinar as características e peculiaridades do assunto, o que impossibilita a reflexão sobre os papéis dessas no todo.

Depois de definidos os pontos, a franqueza talvez seja o maior empecilho à resolução do problema há pouco criado. É difícil criar situações onde se encontre somente a resposta de um ponto a partir de um determinado estímulo, i.e., isolar as sensações e, posteriormente, descobrir a influência delas, tanto no contexto geral, como com as outras sensações. Antes fosse apenas multiplicar sensações por padrões de comportamento, como se faria com sistemas de coordenadas e matrizes de sensações. Felizmente os sistemas pessoais são mais interessantes...

Voltando à franqueza... Ainda acho que seja a chave para que o procedimento dê certo. Basta esquecer do problema completo, imaginando que para verdades menores bastam fatos esquecíveis. E, por o serem, custa pouco pensar na influência de muitos desses menores fatos num mar de muitos pontos.

O que preocupa, em geral, não é o que impede. No fim das contas, não importa o peso da cada ponto. O que acontece é que a resolução parcial de pouco adianta. Se adianta ao processo de decisões futuras, mas pouco sacia a dissecação moral necessária para muitos de nós.

Cada ponto com sua função. Sem invenções, talvez descobertas tardias.
Franqueza.



sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Hoje acordei bege.
Antes azul estava,
Um rei ainda reinava.
Agora não mais rege.


quinta-feira, janeiro 18, 2007

Do desconcerto, só mais um pouco...

De tudo largo mão a planejar.
Assim será a vida apenas plano,
Longe de terminar em engano.
Capaz assim de todos os males curar.

Que pequeno fosse o mundo,
Sem paisagens a descobrir,
Ou sonhos por perseguir,
Quereria vivê-lo a fundo?

Do desconcerto há certeza,
Aceito de cabeça baixa,
Não importa o que acha,
Pois em desistir não há beleza.

Terá grand finale inusitado,
Ainda que, no fundo, crente.
Como explicar a toda gente,
Que o sonho está terminado?


quarta-feira, janeiro 10, 2007

Do Conjunto das Pessoas Complexas/Imaginárias

Certamente algo que fascina na matemática é a oportunidade de encontrar correspondentes no cotidiano para entidades próprias.

Abstração por ela mesma, por que não tamborilar os dedos e gravar alguns trechos de voz?

Pessoas são compostas por uma parte real e outra imaginária. Devemos tratar a imaginária como sendo perpendicular àquela real, i.e., caso imagine alguma característica que seja, de fato, real, esta é, por definição, real e não imaginária, portanto. Em outras palavras, não existirá idealismo que corresponda à realidade das pessoas.

De outra forma, cada pessoa, que uma primeira conheça, pode ser pano de fundo para uma projeção de idealismos. Ainda, podem existir as pessoas que são inteiras idealismos, inteiras reais ou uma combinação das duas coisas.

Interessantes são aquelas com a parte imaginária nula. Seja pelo método de acabar encontrando quem corresponda aos idealismos ou à simples ausência destes. Pessoas sem a parte imaginária não são encontradas se pensando no assunto, já que pela lógica, elas seriam imaginárias.

Por fim, no caso da vida, não misture o conceito complexo/imaginário... possuem significados diferentes e certamente qualquer forma de defini-los ocasionaria má interpretação. Barroco à parte, termino por aqui. Sem a definição da complexo/imaginário.


sexta-feira, dezembro 22, 2006

Ao desconcerto do Mundo

Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.

Luís Vaz de Camões


quarta-feira, dezembro 20, 2006

Pan

Depois de viajar perto de doze horas pude relaxar. Os efeitos da mudança do índice de refração do conjunto ar/asfalto já havia me entorpecido.

Fora um rally e tanto, mas enfim chegamos à fazenda.
Bela sede, enorme varanda. Magnífica vista.
Sentei-me em uma poltrona bem confortável e passei a ler Dom Casmurro.

O vento resolveu soprar e chamar a minha atenção. Levava bolotas de capim e criava vórtices, certamente para que eu admirasse. Chacoalhava a vegetação baixa de capim braquiária. Van Gogh ficaria enciumado com essa idéia que tiveram... e era só pra mim. A intensidade do sol certamente causou desequilíbrio e houve um aumento de temperatura, talvez tenha motivado os ventos.

Mas depois dessa leve distração, só conseguia lembrar do que me ecoava sobre o desconcerto do mundo. Mudando "bons" para alguma característica minha, que ainda não consegui resumir, e "maus" para a parte trivial do mundo. Se encaixa por resultados, talvez não pelos métodos, mas pela forma egoísta e necessária de encontrar respostas plausíveis - não necessariamente dignas - para os acontecimentos próximos.

Alguns chamariam essa busca por respostas de "dissecação moral". Esta serve para nos angustiar até que haja amargor suficiente para não nos enganarmos mais. Nesse ponto, estaríamos prontos para chorarmos feito criancinhas pelo tempo perdido e os sonhos [ridículos] cultivados em vão. Porque, apesar de terem valido como motivação naquela época, serviram de alavanca para as conquistas das quais, hoje, não se quer mais vangloriar ou mesmo possuir.

Crie um modelo com as premissas e as verdades absolutas. Mas ainda que fossem verdades, e esse modelo fosse, de fato, validado, quereria eu, mesmo, obter as respostas?


terça-feira, dezembro 19, 2006

Jealous

Lots of water flowed beneath the old bridge, and only by this time sky felt jealous about the tree green, it's comprehensible.

It has desired to be green.

When everybody was in hurry because on raindrops, sky painted itself green, just for 2 minutes.

I saw it.

And it was just beautiful.


sábado, dezembro 16, 2006

Das Informações

A grande ironia do Pôquer é a confiança. É sempre ela que define o ganhador da jogada. A ironia fica por parte dos espectadores que contém todas informações necessárias e sabem julgar - como ninguém - quando alguém acredita saber mais do que o outro.

É o jogo de se sentir superior e possuidor de algum conhecimento maior da situação.
Quando não, se impor como se soubesse é o segredo para obter bons resultados.

Por que isso não é regra? Afinal nem sempre funciona...

Pois se pode imaginar sobre o jogo, sobre as cartas e sobre como interpretar as caras....
Mas se não possui informações privelegiadas, tudo poderá ser um grande engano...


sexta-feira, dezembro 15, 2006

Rascunho de 24 de dezembro de 2004 - 1h31 da manhã (sem alterações Inédito)

"Guirlandas natalinas com velas. Sim, exato. Três velas longas, de modo que não ficarei sozinho enquanto escrevo. Acendo uma a uma, elas tremulam pela passagem do vento, mas se sustentam. Elas confiam em meu propósito."


Corriam as luzes da cidade sobre as gotas de chuva que insistiam em cair.

Temperamento diferente dos dias próximos ao natal. Estranha as pessoas que costumam sentir-se mais quentes, mais unidas, mesmo que distantes. As memórias dos dias sempre correm de forma que jamais se possa esquecer d'algum momento. Uma saudade tão boa de se sentir. Nos olhos das pessoas que pela noite insistem em passear vê-se tal sensação.

Por sobre as xícaras de chá das pessoas, uma conversa sem pé nem cabeça. Sorriem merecidamente as inúmeras conquistas. Sejam estas boas ou ruins. O que é ruim disso tudo? Diriam elas que nada.

Santa Claus talvez apareça com sua barba bem vivida, seu sorriso boníssimo. Adultos com olhos cheios de brilho observam crianças a se admirarem com o bom velhinho. Não se entra em questão quem possui o semblante mais feliz. A nossa [e a deles] felicidade está no que vêem. Costumam chamar de espírito natalino.


sexta-feira, novembro 24, 2006

Nº 400

Neste post de número 400, homenagem ao mestre... Resume tudo.

"Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas."


Qual pretende ser?


quinta-feira, novembro 16, 2006

A Brisa e a Cortina

Estava deitado no sofá.
A brisa fresca dessas noites incomodava a cortina, que cedia aos movimentos e tentava segui-los. Sabia que contrariá-los era esforço inútil e tempo perdido por tempo perdido, preferia usar a experiência de seus antepassados e agiria da forma mais conveniente.

Para ambos, claro. O vento não queria adversários e, mais cedo ou mais tarde, ele voltaria e tentaria a mesma coisa. Não era a primeira vez e a história ajudou a amiga cortina a evitar atritos desnecessários. A questão fundamental cortinesca era o quanto precisaria fingir não ser incomodada pela brisa, mesmo sabendo em seu íntimo que essa não era a intenção dela, embora continuasse fazendo mesmo assim.

Fazia parte da essência da brisa. Historicamente era isso o que seus antepassados faziam e nunca houve acordo ou estudo que mostrasse o quão pertinentes eram os sentimentos da cortina. Certamente pouco importava.

A cortina poderia começar a gostar dos estímulos e até se tornar dependente dessa situação. A intermitência é a qualidade mais interessante de fatos desagradáveis, lembrando-nos freqüentemente das verdades que gostaríamos que não existissem. Mas a cortina pensava em outra coisa... quando aquilo iria parar?

O impasse poderia ser resolvido fechando a janela?

A brisa cedeu aos meus pensamentos. Dormi.


terça-feira, novembro 07, 2006

Vi

Hoje eu vi estrelas. Não que eu quisesse, embora eu agora queira, mas sim porque elas estavam lá.

Apareceram depois de um fenômeno mágico, causado por uma sucessão de desgraças de beleza ímpar. Um desfecho tosco para um reinado de campos de verdess férteis e de uma senzala bárbara.

Ainda sobre o reino, deveria comentar sobre a sala de tortura que sempre teve as portas abertas e que, mesmo fechadas, deixava seu conteúdo iluminar a mente sombria de humildes servos, uma brisa de 'risos' ecoados, mais hábil e culta que o conteúdo da caixa de bombons de marca "Pandora"... mas acho que falar disso seria um enorme desperdício.

Veneno por veneno, direto ou não, prefiro os de longa duração, que acorrenta sem ter antídoto ou salvação que valha. Dos remédios destrutivos, é refém de si mesmo, com o julgo próximo por encargo do tempo.

E continuei a ver estrelas, não sabendo se queria ou não, mesmo de olhos fechados.