quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Afinidade

Voltava à casa pela belíssima, a avenida de minha terra. Donde muitos maquiados comemoravam um grande feito, iluminados de nova forma e cor especial. É de se prezar a falta de estima posta na maquiagem mas, aparentemente, não parecia relevante. Afinal, pode ser feito o que se quiser de alguém que conquista os objetivos, com a conivência plena. Talvez fosse esse o mote.

Mas não era essa a atração principal. Encolhida entre os prédios, num dos poucos momentos em estava farta, cheia de toda a existência reprimida. (Deveria ser dito que a periodicidade desse estado é bastante característica, mas não gosta de ser lembrada disso). Oras, era a Lua.

A representante confidente, tão compreensiva! Sabe que vez ou outra precisa observar alguns aflitos, ser solidária, ouvir, admirar e deixar ser admirada. Pois o que é visto é reflexo interno. Se amores, será ela a razão perfeita para escrever o brilho radiante de olhos tão formosos e seu destaque e proximidade dentre tantos outros astros. Poderia ser solitária também, como se vê.

Hoje possui afinidade, simplesmente. Sendo essa a característica mais importante. Posto que é compreensiva, caminha no deleite de todas as lindas manifestações antagônicas e explosivas, lado-a-lado.

Sentindo-se parte e todo.
Afim.


segunda-feira, fevereiro 14, 2011

De Sabores

Haveria de ser moderado. Sabores pronunciados e intensos poderiam apenas ocorrer com a anuência do suave paladar receptivo que, inicialmente, divide águas, embora tenda quase sempre ao mesmo lado.
O que deveria ocorrer para que se permitisse? Que passado carrega tão pesado fardo que não possa ser compreendido, estudado, relevado ou superado! Ainda que houvesse alguma razão que contornasse tais enormes dissabores, que se permitisse alguma outra forma não usual, alguma regra maior que torne claro e necessário. Todo um simples processo!

Talvez não queria entender. Que seja apenas um grande erro atribuir tais possibilidades a algo que não possui lógica para existir, que mais impressiona pela incredulidade que com a natureza dos fatos e das sensações tão perplexas e surreais.

Na distância ou silêncio.
Ater-se ao que é permitido. E se permitir a isso, somente.


sábado, fevereiro 05, 2011

The Moon

Partly cloudy skies may cause blue on average people. Unless a fuzzy light from a Moon can be seen. In fact, when the Moon appears, nothing else matters. Her light makes everything so 'ordinary'...

We may feel comfortable and sometimes pleased with all other stars, when a clear night is gifted. Within, deep inside, we know that millions stars' small light dance is a preamble. From time to time, what we really need, want and wait for is the Moonlight.

Sincerely.


domingo, janeiro 30, 2011

O que há, afinal?

Se em todas oscilações, de maré e ventos, resta sempre o líquido de toda aquela bagunça de não se saber onde se fica, ou se está? E demora até instaurar a razão, para saber o que realmente aconteceu em tanto tempo. Enfim, o que é fato, dentre tantos pesos exagerados.

É concentrar-se em tudo o que foi déficit, ausente à vida inteira. De uma forma leve e cega de fugir de tudo o que já fizera com habilidade. Hoje, com nenhuma razão para acreditar, quando se engana em prol de novas faculdades e tudo o que é moderno. Insistir é aumentar o peso inconsciente e destruir a certeza do que antes era o correto, seguro.

E se perde, perde. Num papel que faz pouco sentido. A meio caminho do que já se quis, a muitos passos do que se julga necessário.

A ausência de relógio ajuda. Menos difícil não ter ideia do que era consumido quando o tempo corria, enquanto sentado em qualquer daqueles lugares.


domingo, janeiro 16, 2011

Da Vida

Cujos personagens não muito conhecem o roteiro, embora seus papéis sejam facilmente compreendidos pelos espectadores. Nessas inúmeras cenas montadas, os atores são os que mais demoram a perceber suas limitações, visto que os críticos se estreitam à ocasião e não vêem produtiva correção à novos espetáculos.

Pois, aqui, nada se repete. Não?

Não há improviso que não esteja escrito! Se fogem ao roteiro e respeitam o espetáculo mas não os papéis, deixam o silêncio d'uma conversa unidirecional, desconfortável, suplicante... Haveria de ser coletivo, recíproco, e sem ensaio!

Seria expor-se ao julgo de estranhos, íntima e profundamente. Ao papel de que se quer fazer parte, do sentir do dever, não o da exigência. Ao que pouco importa o redor e o mundo, mas se deseja não ser dissonante, agradar naturalmente, para fazer parte de algo além de monólogos.

Respeito de críticos? Nunca!


sábado, dezembro 25, 2010

Luz

São tempos de luz. Onde a sombra dos objetos não são mais imaginadas.

Ruas inteiras eram criadas e recriadas por cada um dos passantes. Ao nosso lado, permaneciam pessoas completas, da forma em que as víssemos. E elas até chegavam a fazer parte desses arquétipos, mas era tão difícil saber o momento exato dessa existência! Ah! E quem queria reconhecer tal momento e duvidar de tantos outros bons!

E se foi um lapso de tempo e estava a falar sozinho.

In his mind a voice kept telling a story. Part fictional, part real.
Just too good to be true. So impossible to distinguish whether those moments could be repeated. Lived again and again.


Someone switched the lights on. And those desired shadows weren't capable of being imagined or developed anymore.

Although a silence filled everyone's life and made everyone not as happy as before, that's how things should be from now on.

They are still trying to move on...


segunda-feira, dezembro 20, 2010

Espaço

Conseguiria controlar-se se a visse em manto de estrelas? Ah! Se o rosto mudasse à imagem desejada, sem que os instantes lembrem e evitem o erro de enganar-se. Mas o piscar de olhos é um amanhecer confiante, certo de que não é mais tempo de projeções e que as pessoas originais são autênticas e admiráveis.

Naqueles assuntos quaisquer que irrompem, sempre, um brilho intenso nos belos olhos naturais, onde manter controle é condição a admirá-la eternamente. Na mudança dos temas com o propósito de estender e tapear os ponteiros afoitos, em incansáveis dias e tardes em lugares diversos.

Um pouco mais de qualquer coisa, em todas as mídias, em todos os personagens, em seres vivos ou não, na abstração de declarações que beirem o nonsense. Manter contato, de alguma forma, para diminuir a barreira etérea, que impede o mais aproximar.

Não estaria bom assim?


segunda-feira, dezembro 13, 2010

9

Muitas foram as chuvas que fecharam os olhos, para que permitisse que se abrissem novamente, mais nítidos. Do caos na imprevisibilidade de toda a torrente à paz de ser compreendido, ressonante, ao despencar só e se encontrar acompanhado.

Reflexões que aguardam por horas até mirá-las, compreendê-las e publicá-las - se assim possível for. De muitas personagens que povoaram esses textos, como projeções de íntimos desejos em pessoas do convívio. Muitas mereciam [e merecem] mais, embora a tônica deste espaço tenha sido sempre abstraí-las, nas muitas vezes em que o espelho transfigurava em demasia.

E se houvesse razão para continuar a fluir? Deveria ser a mesma imprevisilibidade dos dias em São Paulo. Da certeza de que o dia seguinte mostra novos caminhos, em diferentes tons, cruzando pessoas de sol e chuva, harmoniosa e humildemente.

Sem acaso.


sábado, novembro 20, 2010

Muda

A verdade muda com o chegar da noite. Da realidade, as últimas razões também se vão. E tudo se esvazia, na velocidade em que se esquece o que pensava. O que em algum ponto do caminho foi referência e marco, inspiração escrita como migalhas de João e Maria, foge com a incerteza da declaração silenciosa e imprecisa.

Que não é compreendida, nem fere a criatura. Não oferece a mão ou sorriso. Não altera o equilíbrio nem age como geniosa-genial. Evita.

Muda.


sexta-feira, novembro 05, 2010

Do Encantar

A única forma de ser interessante é ser, coerentemente, nunca o mesmo. Confundem-se aqueles que reconhecem, por atitudes características, antigos contatos e vivências e julgam "continua o mesmo". Justifico o fato pela existência de um núcleo de código de conduta intrínseco à pessoa, muito embora alguns outros princípios sejam anexados ao longo do tempo, ainda que isso possa parecer um contra-senso.

Seria enfadonho ater-se a um código nato, excluindo toda e qualquer experiência advinda das vivências e ocorridos próximos. Tornar-nos-ia previsíveis e descartáveis, visto que não impressionaria mais.

O segredo está na mudança, do que é visto e de quem vê. De que outra forma poderíamos continuar interessantes às pessoas com as quais convivemos? Ser fonte inesgotável de encantamento... Até para nós mesmos...


Inspirado em Encantamento


quinta-feira, novembro 04, 2010

Dos dias e café

O bom dia vem em goles de café. E companhia. A qualquer hora, afinal nunca é tarde para começarmos um bom dia.

Nem de nos rendermos à verdade de admirar a imprevisibilidade da vida alheia e toda a beleza inerente das conclusões solo. Mais incrível que qualquer criação, ainda que tenha sofrido muito e a influência de próximos se fez necessária e justa.

Afinal, não há iluminação solitária, visto que espalha rapidamente, contagiando os olhos que cerram sorrindo e escancaram a boca em felicidade. Depois a vista acostuma, mas o encanto permanece.

É sentir-se parte do todo, novamente. E saber que todo não fora todo antes disso.


domingo, outubro 03, 2010

...

Não há como pertencer a esse mundo hoje. Se a chuva cai e com ela caminha toda a negativa de todos os argumentos úteis a motivar uma proximidade. A distância, que os passos contam, não se justifica.
Antes fosse um simples sofrimento de choro e soluços presos, que o amanhecer traz esquecimento como doce à criança de olhos e rosto molhados e vermelhos. Mais, um não saber donde está, que mal se interroga e espera estático a solução convencional. Já almejada há tempos, que por muito se pensou e se concluiu inviável. E desejada.

Surge, novamente, o anseio de portas e janelas, de mergulhar no rio até a outra margem. Para se saber, de uma vez por todas se há erro que não se perdoe ou levante que não atinja aqueles olhos abertos. Que justifique, se justifique.


quinta-feira, setembro 30, 2010

Em outros olhos

O que me levou à confusão foi o medo de arrepender-se. De não ter ido, claro, visto que aventuras -ao menos nos dias de hoje- são muito escassas. Digo das reais aventuras, aquelas que carecem de terapia posterior ou profunda reflexão, visto que proibições legais não fazem meu estilo nem repercutem bem, assim. Em tempos atuais de falso regime, contraventores merecem reclusão e acabam conseguindo tal façanha. Não entendem exatamente o motivo, mas há quem acabe seguindo alguma interpretação do livro e assim procede.

Um conjunto de reflexões sobre os tipos psíquicos e os locais à primeira visita, onde aquela química do ambiente num misto de desconforto, compete com as inúmeras e sustentáveis incertezas que, subitamente, passaram ao rol de ferramentas utilizáveis. O lugar influencia menos do que o imaginado, posto que o peso de cada um dos sentidos ainda pode ser parcialmente controlado. Embora haja a revelação de muitos segredos inimagináveis, parecem apenas processo, e não fim. Assim, não choca.


terça-feira, agosto 17, 2010

Just a little misadjustment.
Minor.
Prior to what should really matter.
Part of an eye-struggling headache.
Assuring that the only and inner reality can be seen.

Under a spotlight.
Yourself, a pen and the painful task of telling the truth.

Perhaps.
Not today.


segunda-feira, agosto 16, 2010

Antigos Novos

Estaria bem até se somente vestida de um lençol. E justamente assim seria vista, no mínimo, ou no máximo, onde muito depende o ponto de vista.

Ainda que os sabores suprissem o respeito a essas vontades. Muito embora os novos prazeres não justificassem a insistência a esses preceitos, mas sendo intrínseco ao desejo de ser inteiro, tal aspiração continuou irresoluta.

Parcialmente há muito. Que toda a intimidade inimaginável conseguiu permanecer intocada aos olhos, que com a extrema proximidade, borrou e permitiu assim conservar eterna a imaginação.

Que deveria fazer algum outro sentido agora. Além da não compreensão ou timidez, incerteza de possuir o que se mostra. Apenas enraizar a negativa e postergar a outra o deleitar-se de contemplar ao ser admirada.


segunda-feira, agosto 09, 2010

Upgrade

Um conjunto de novos tipos. Cujo modelo englobaria mais arquétipos e uma não-linearidade de raciocínio e ações, compatíveis com a atual crença de mudança de atitude.
Se impelida, desejada ou necessária? Pouco importa: fato.

Onde a história continuasse a interessar, mais pela indulgência de não tão desvirtuosos ocorridos e as inerentes justificativas, que pela admiração de somente belos feitos. Pois não se pode, nem deve, atribuir os pesos às experiências, quando se evita percorrer a linha que conecta tais mundos, de bases diferentes.

O aplicar do conceito antigo incorre numa incompreensão e fechamento desmedido. Acalentado pela necessidade e profundos descabidos respeito e compaixão que outrem demonstra. Que explica, em qual língua for, a necessidade de aprimoramento do Modelo, já que, o usado até então, não mais consegue prever as respostas aos mais variados e novos estímulos.

Naturalmente.


domingo, agosto 08, 2010

Da Face Rubra

Uma caminhada simples. Através da densa inesperada neblina, de gotículas que cadenciavam a luz pública em cortinas de brisas. Cortantes, varrendo as pessoas e o rosto e os cabelos. Os olhos.

Vento frio, esclarecedor, insistente, golpeando as maçãs até que toda a face se envergonhasse. E olharia o chão, os passos rápidos e fugidios, o borrão que seria o caminho percorrido ainda por instantes. Por repetidas e velozes vezes longos cílios se agitariam. Congelaria as lágrimas que por ventura quisessem percorrer as formosas curvas de um belo rosto. Guardando a muito poucos as claras reais sensações.

Ao médio destino, isento da mudança pelo vento, restou ainda o vermelho da face. Que agora escondia o que observadores imaginariam ser algum ato ou feito, atitudes plenamente justificáveis. De um andar por vias, esquivando dos caminhos sem saída das noites pouco amigáveis, com quem antes já há muito se teve intimidade.

Moderada e cuidadosa.
Íntegra e amável.
Amável.


terça-feira, agosto 03, 2010

Confusion

Suddenly it happens. Periodically.
Your calm and steady home become a hell. You start to not be part of yourself anymore.
What before was called good judgement became a classic case of two weights and two measures.

The real problem is that everything is reasonable. Rationally, it's all damm fine. I don't think I'd act any differently!

Somehow it affects judgement and you're the weak part, the one that must take a deep breath and move on.

Noch einmal.

Vielleicht nicht das Letzte.



sábado, julho 31, 2010

Coeteris Paribus

Eram duas xícaras.
Ambas foram preenchidas com volumes praticamente iguais.

"Administrem!"

Conforme o tempo, consumo, o líquido seria reposto.

Em apenas uma delas.

Contrariando o que se fazia supor, inicialmente.


quinta-feira, julho 29, 2010

Time Elapsed

Não importa quanto o tempo passe.

Em várias e algumas piscadas, os ponteiros se movem, as janelas abrem e fecham, acompanhadas das cortinas. Luzes acesas, sol, chuva, lua, nuvem, vento.

A folha na parede é limpa, riscada, comentada, apontada, rasgada. Periodicamente, páginas viradas. Novas imagens aparecem, paisagens de calor, folhas e frio. Além das propagandas, sempre inúteis. De vez em quando, nem substituído, apenas reposto. E ficam os registros vãos de tempos idos.

Ao canto, na verdade, centro do recinto. Permanece atônito calado, silencioso enquanto o mundo corre rapidamente. Vinte e quatro dias em um segundo. Imóvel continua. A ouvir o que aquele telefone dizia.

Sentou-se. E ecoava aquilo, enquanto o mundo voava.

E não importa quanto o tempo passe. Ecoava ecoa.

Repeating all over again. And again.
And again,
again, fiercely.