Na maioria dos dias não há cores. O mundo é apenas um paraíso de contrastes, de céus difusos e luzes perdidas. O trabalho é separar a mesmice dos cinzas das belas formas, brilhos e leveza dos sorrisos e olhos e cabelos. Ah! As formas femininas!
Noutros me rendo ao que a tintura reflete nas outras pessoas. Como extensão d'um esforço de compreender, fatigado e fascinado pelo despertar da confusão de uma paleta extensa, transformando o mesmo contraste n'algo distinto.
Me quedo a achar cores na interação grandiosa entre cidade e humanidade, no que foi escondido ou passou despercebido, largado pela pressa e descuido. Na proteção de uma sombra cotidiana, a vergonha escondida de permanecer embora não pertença mais ao lugar.
E são mudanças. Como as cores interferem no contraste de um preto-e-branco, afetam a percepção do mundo cinza, trivial. A sensação de frio e calor são apenas temperaturas ajustáveis, controláveis.
Assim, o caminhar pelas mesmas ruas fica diferente.
Um mundo paralelo de cores na escala de contraste.
E as lentes enxergam um mundo novo, sob controle.
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