O sol castigava,
Em seu rosto avistava
A poeira do vento e
Um breve esquecimento.
Abre e fecha os olhos,
Num devaneio profundo
Esquece-se do mundo,
Música em seus ouvidos.
Uma sombra newtoniana,
Sem leis nem frutos,
Apenas um tocar abrupto
De uma pessoa estranha.
Mas é carnaval e não,
Não me diga quem és.
Ou ainda diz e explica
O porquê do empurrão.
O pé esquerdo serviu,
Embora difícil posto.
Tinha um diferente gosto,
Um verde-feio quase vil.
Sugerira a cor por razão.
Dentre todas, feia-mor.
Não quis tirar nem pôr,
Vestiu-os e chutou sua mão.
Levantou-se do descanso
Atônito e perplexo.
Atitude muito complexa,
Inesperada e intrigante.
Havia outros ao lado,
Boquiabertos e sarcásticos.
Parecia um ato mágico,
Efeito psicótico, enebriado.
Muito mais do chá,
Ficou pleno sem reação,
Balançava as mãos,
e dizia 'O que há?'.
Foi se embora a moça,
Calçando o sério chinelo,
Que embora não fosse amarelo,
Era de tremendo malgosto.
Balançava a cabeça pasmo.
O que diria se perguntassem?
Coçava a cabeça e repetia incrédulo:
"É isso, roubaram meu chinelo".
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