domingo, fevereiro 15, 2004

O despertar da chuva

Foi por ela que acordei neste dia tão insignificante. Respingava em meus dormentes olhos a água insípida. O pulo fez derrubar o óculos que estava sobre a mesa, e as fotos pelo chão ficaram. Não mudou muita coisa.
A casa ficou alagada e peguei meu carro.
Na paulista, a chuva. A chuva da paulista. A chuva. Somente ela. Sobre os carros, sobre a gente, querendo fazer parte de cada um de nós, mesmo que assim a realidade não fosse.
O café não fez sentido, deixei o carro onde estava e fui caminhando para o lugar dos sonhos.
Tudo o que eu mais queria era chegar em casa, e guardar esse dilúvio no varal de roupas.


quarta-feira, fevereiro 11, 2004

A Despedida



Uma despedida poderia ser feita através de cartas. Mas quem leria? A pessoa já partiu para um outro mundo e não podemos dizer nada que possa ser respondido.
Sim, uma grande pessoa se foi, há 7 dias atrás.
Acredito que tenha ficado a grande lição de ter na vida a alegria do sempre viver, o sorriso e bom-humor mesmo em dias desfavoráveis.
Parece paradoxo, mas não derramei até agora uma lágrima, não que tenha ficado feliz com tudo isso, mas que acredito que ela não ficaria contente com lágrimas, nunca vi seus olhos úmidos, não teria porque oferecê-los.
Continuará para todo sempre, imortalizado em nossas mentes a grande pessoa que é. Pois ainda existe. O espírito permanece em nossas mentes, não há motivo para dizer o consumado "Adeus".
Me contrariando e sendo difícil de continuar, agradeço a estada neste curto tempo, mas muito proveitoso, que não há nada que faça terminar. A Deus.



quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Grandes Reinos

Grandes príncipes perderam seus reinos por evitarem a realidade.
Eram luxuosos castelos e palácios, mesas fartas. O sol batia no rosto deles e ainda não estavam acordados. A chuva caía molhando seus pés, e mesmo assim não se retiravam do terraço ao observar o horizonte que ali tinham pela frente. Eram donos das terras, das vidas das pessoas.
Foram derrubados, pois não conheciam suas tropas, nem o que se passava por debaixo de seus narizes. Julgavam-se em posição superior, não conheciam o que ditavam ser inferior.
Houve aprendizado, não foi de tudo perdido, mas foi uma atitude irremediável.


A Pedra

E uma pedra caiu sobre isso. E lá ficou.


A Sinceridade, acima de tudo.

Nego. Ou melhor, não nego.
Disse, porém tenho a certeza que posso afirmar que não sou dono da verdade. Este não cometeria tamanho delito.
Talvez em algum anseio oculto, tal qual gótico, desejar algo diferente, tal qual antes tivesse quisto.
Não, a embriaguez não justifica. Não mesmo.

Deve fazer parte da minha evolução, nenhuma sensação tão ruim faça rever tão bem conceitos. Evitar preconceitos inconscientes. Minimizar a falta de consideração com as coisas que desconhecemos. Isso mesmo, coisas que desconhecemos.

Nenhum esforço pode ser desprezado.

A parte racional entende. A expressionista, não.
Lamento.




terça-feira, fevereiro 03, 2004

A Embriaguez

Estado em que os olhos atingem foco díspare. Sentimo-nos deveras alegre pela situação boa ou talvez conveniente. Alegria alheia nos toma a ponto de partirmos para o bar e assim bebemos.
Bebemos e atingimos o estado divino, a alegria do papo e das conquistas.
Dane-se o que vão pensar.
Eu sinto vontade e faço.


quinta-feira, janeiro 29, 2004

quarta-feira, janeiro 28, 2004

Eu adoro objetos cortantes.


Dilema da existência Blogueira

Existem momentos na nossa vida que surgem dilemas. Mas dilemas internos são facilmente contornados, mesmo que se engane a si próprio para resolvê-los sem que faça parte do conhecer público. Mas em outras situações percebe-se que é clara a presença do público.
Espectadores ou não, segue os opostos de o público ser o primeiro lugar de minhas atenções blogísticas, ou, ao contrário, passaria ser somente um diário, porém não secreto. Mesmo sabendo que um diário não seria dúbio nem codificado muito menos exposto. Ao menos o meu não seria, a totalidade talvez não.

O ano é novo e as idéias não muito.

A propaganda deveria ser feita por si só ou deveria ser pentelhada a todos os indivíduos?

Deveria continuar a escrever para mim mesmo, ou escrever para você, leitor fugaz?

Continuo sem resposta p'rá isso.

Meu eu diria que não gostaria de curvar-me ao mundo, mas por outro lado, vejo a necessidade de explanar as idéias, talvez sirva para alguma coisa, ou alguém.

Sim, permaneço em cima do muro. Ou seja, sou o muro, como arranha céu balanço para um lado em determinada estação, e depois de estafar-me vou ao outro lado. E nesse vai-e-vem eu nunca soube as minhas reais intenções com tudo isso.

Como diria Renato Russo: "Eu adoro ser idolatrado... Me amem".
É mais ou menos isso.
Se vier, tudo bem, mas não sei se devo mudar-me totalmente para chegar a tal feito, o propósito poderia perder-se. Não. Será que não?


Se existe entitulação de algo que possa ser inútil. Já sabe


Pois bem. Confesso. Sou a maldita mariposa preta. Sim.
Se no auge do verão puder existir doença grave, não penses em gripe, sou eu o ponto.
Alvo porém não claro, escarra na boca que queres beijar.

Três noites são passadas da vontade de sair daqui, vontade. Sem desejo. Maldição.
Fazem dias que não consigo olhar pra fora da janela, e prefiro ficar quieto a falar qualquer coisa.
Depressão, sem saudosismo.

O saudosismo ainda traz esperança. Que herança tenho eu neste mundo fétido. Desprezível.

Por que não me leva pros braços do criador de uma vez por todas. São 3 dias de iguarias. Se quer um sinal da existência de um dia pós o outro.
Se for pra ser assim...


Seis por meia dúzia.
A honra da palavra antiga, mesmo que proferida tempos depois, vale mais que a real palavra, não rebuscada e dita pausadamente.
É postulado. Assim você não precisa perder tempo pensando.



terça-feira, janeiro 20, 2004



O café, esquecido na mesa.
Já estava frio quando precisava dele.


segunda-feira, janeiro 19, 2004

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Tenho saudade.
É o saudosismo, de novo.


Quando te vi

O amor pelo amor. Dentre todas aquelas, uma apenas. Com um sorriso confuso, escondido pelos cabelos, estes que não lembro como eram. Mas vê-la era algo especial, como se estivéssemos nos encontrado por causa dos mapas da vida.
O tempo era curto, não pudemos sequer trocar palavras, fica somente, só, ela e eu.
Num túnel de flores brancas e avermelhadas, uma névoa branca, suave, névoa. E lá me vi, as flores imitavam a tatuagem que tinha nas costas.
Se o tempo pudesse ser distinto. Longo seria, e poderia dilatar-se ainda mais, poderíamos nos conhecer.
Sim, você teria voltado quando fui olhar seu rastro por aquele camplo vasto. E pareceu mais romântico p'rá você continuar andando, quem sabe poderia escrever mais coisas num lugar qualquer. Talvez um blog, talvez não.
Diário.


quarta-feira, dezembro 31, 2003

Os títulos se escrevem automaticamente...


Ei-la

Para esquecer os fatos, atos contidos do bem dizer esquecido.
Do amor forjado em lentes falsas de fotografias branco e preto.
Os quadros ainda estão na parede, são os murais de lembrança de ti, no dia em que partiste.
Como Picasso, Volpi ou Tarsila, uma vez posto, adapta-se ao local, gerações passam e não se move.
Mas ainda, por mais que fosse isto que veio-me à cabeça, sua ausência devia esvair-se na parede, como já ficou impresso.

Sem você eu sou tudo, e em sua ausência fiz de mim o que sou, e lhe digo inda que u'a qualquer presença sua far-me-ia o desastre que antes era.
Se no faltar-te me fiz assim, por que haveria de querer-te novamente.
Sim, dissertar-te o bem querer, longe, obrigado.

Coisas que sempre estiveram, sempre existirão, cafona ou não, jamais deveria fugir da verdadeira essência de nosso bem estar. Bem dita seja o dia da chuva na paulista.


///pequena correção, para os amantes da gramática seca, "Bem dito seja o dia da chuva na paulista", embora, bem dita seja a chuva, e não o dia.\\


terça-feira, dezembro 23, 2003

Bossa

As pessoas negam a possibilidade de um prazer a si próprias. O enfoque exacerbado em determinado assunto/situação apela para o caos interno da pessoa.
Internamente invisível, aparenta, assim, incrédulo o questionamento externo da existência inócua.
Peço desculpas pela sinceridade.
Mas a saudade permanece em tudo, por mais que não houvesse a situação para ser lembrada, fica a saudade.
Saudosismo, pois.



Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza,
qualquer coisa de triste,
qualquer coisa que chora,
qualquer coisa que sente saudade,
um molejo de amor machucado,
uma beleza que vem da tristeza de se saber mulher,
feita apenar para se amar,
para sofrer pelo seu amor e ser só perdão.

A necessidade plena de repetir sinônimos para no fim chegar a lugar nenhum, porém distante do início e mais próximo da finalidade.

E de tanto desencontro, surge a esperança de um encontro, ou permanece ainda.
E na falta de ambos, imagina-os, e assim se faz o poeta pleno, até certa idade.
Essa idade, a minha. Até quando, não sei.


segunda-feira, dezembro 15, 2003

Herói de dois mundos

Seria conveniente tratá-lo com este nome ou outro? Bom, fica este por enquanto.
Uniu dois mundos, não eram rivais mas não se bicavam de maneira alguma.
A grandeza de um herói se mostra em sua capacidade de simplesmente aniquilar as amplitudes das diferenças. Mostrando que suas diferenças podem mostrar pontos de vista incrivelmente suplementares uns aos outros. O herói é o máximo em termos de simplicidade e simpaticidade. Qualidade invisível nos dias de hoje.
O que tinha de diferente eu não sei dizer, mas posto que é herói, e meu, devo minha atenção total. Não sei mais o que posso dizer de tamanha estranheza em sua aparição.