terça-feira, julho 29, 2003

Os Quadros

Como os testes de molduras que fiz em minha sala. Não havia os quadros, nem gravuras, somente as molduras e vidros.
Talvez a realidade seja assim, tenha um espaço reservado, mesmo que ela não esteja lá, ou simplesmente não exista.


segunda-feira, julho 21, 2003

Projeto

Pôr em cheque as bases de sustentação é o mesmo que checar suas próprias bases.
Temerá que as bases se enfraqueçam e, portanto, olhará pra baixo, com o medo dos náufragos em alto-mar. E o futuro? Que futuro tem os marinheiros?
O medo limita aos olhos o chão. Tem algo que lhe perturba os pés.
Com tanta preocupação, não há futuro.


quinta-feira, julho 17, 2003

V

Eu te amo

Não amo! Bem, não como você está pensando. Na verdade não sei o que você está pensando. O problema é que eu penso diferente. Aposto que ao dirigir um "eu te amo" a uma pessoa, deve pensar milhões de outras coisas senão o próprio sentimento. Fuja dessa simplificação errônea e corre para síntese original... Se tem outros sentimentos, dirige outras palavras.
Raciocine. Uma vez que pensa errado, interpreta da mesma forma, e me põe como vilão de toda estória.
Olhe no espelho, o impecilho é você.
Me abstenho de culpas se costuma resumir seus sentimentos com palavras de peso.


sábado, julho 05, 2003

"A sabedoria que a velhice traz, não advém da idade do corpo, e sim da própria mente."


As Naus

Durante 3 noites e 3 dias viram-se estacados em mesma posição, na costa africana, e a correnteza os levava pra rota que contrariava a "manobra". Se houvesse deusa que soprasse, marujos se ajoelhariam para pedi-lo. Em vão. Se existia, não conseguiram contacto algum. Uma vez que o vento não soprara e era preciso alguma decisão, tocaram os remos n'água e fizeram com que o vento fosse coadjuvante. E numa surpresa dos tempos, o vento soprou. Marujo nenhum agradeceu ou parou de remar.
Como poderia depender de algo tão instável?


quinta-feira, junho 12, 2003

A Vida em Fases

Caminhando e cantando, seguindo a canção, nem somos todos iguais, braços dados nem mãos.
Se ensinam a lição, muito mal, trazem desconforto e traição.
Pra não dizer que não falei das flores, as rosas aqui ditas não dizem nada, nem exalam perfume algum. Não são nada, nem existem. Persistem.
Não existem rosas no m-eu-undo.


quinta-feira, junho 05, 2003

O que é existir?

Não me venham com a idéia lacônica de que é viver, pois também não sei o que isso significa. Pode então dizer a mim que é sentir e tocar as coisas, isso não me satisfaz, afinal, cada um sente de um jeito, o toque é também diferente.
Não há consenso algum a respeito disso. A propósito, pode ser que o que vocês vejam seja uma ilusão de ótica de outra situação. Passada talvez, e uma vez passada deve ser esquecida.


Qualquer Coisa

3 As percepções da realidade não devem ser encaradas como fracassos. Mesmo sendo, deve-se interpretá-las como crescimento espiritual ou mesmo social.
0 Veja ao redor e não se canse de se ver ao chão, por vezes pisoteado por inúmeras situações. Se inda crer que não é você, trate de se olhar no espelho a cada manhã e perceba que muda a cada dia, portanto pode não se reconhecer num caminho pouco distante de onde agora está.
0 O mundo é muito pior do que se parece. Pois uma vez que pode se parecer coisa outra, nem melancólicos fogem da abstração da real visão de um mundo ruim. Fogem até da realidade.
5 É muito pior.


It

Os bichos passariam por debaixo da porta.



domingo, maio 25, 2003

Base Positiva

Imaginemos o sol nascendo no Oeste pondo-se no Leste.
Há uma semana atrás talvez houvesse alguém do meu lado tal qual eu gostaria.
Daqui a uma semana, talvez já existiria um alguém tal qual eu talvez hoje fosse. Não na essência, mas sim na existência.
Mas os tempos se fundiram, imaginando uma subtração temporal. No dia meu, nada aconteceu. Talvez um problema com as máquinas atemporais, a média não se transformou em uma multiplicação da situação anterior, e sim em algo tremendamente novo.
Do fim, nada se tira, posto que fim não é, e sim meio.
E meio sendo, não posso concluir pois tenho o começo não o fim.
Utilizando os dois modelos, o começo e o fim se sobreporiam.
Sendo assim, o começo, o fim, e o meio teriam de estar no mesmo dia. Acho ainda não ser possível.





quinta-feira, abril 24, 2003

Frustração

E que fujam todos a buscar grã-ajuda.
Não percebem que não existe sequer compania que desejam.
Acorde ao mundo dizendo que a realidade é melhor que o sonho, pois nesta não há frustração.
Frustração é exatamente quando se compara a tola imaginação platônica com o real.
Frustrado?
Não, mais que isso.


Vermes

Se o inferno por nossas cabeças fosse caindo, não haveria motivo algum para nos sentirmos pouco menos do que já somos. Somos nada. Somos o chão que houve de ser coberto por algo mais prestável que todos nós.
Os cemitérios grandes serião, lugares tranqüilos e calmos onde vivos nos visitam. Hoje somos mortos-vivos, nem mortos nem vivos preocupam em nos ver.
Que chame o inferno e deste ouvir-se-á a doce resposta a dizer que tome seu rumo e não perturbe o calmo lar. Os ecos não atingiriam o céu, tolice tentar.
Se na falta de tudo houver ainda voz a chamar,
Grite aos vermes para não demorarem,
Mesmo estando vivo,
É mais duro sentir que vivenciar,
Ou não.


quarta-feira, abril 09, 2003

Sentido

Continuo a não ver sentido em minha vida. Não é normal querer tantas coisas e a tantas pessoas, boas coisas. Ainda anda sendo estranha as sensações de depressão congênita.
Minha vida anda sem sentido. Mesmo.
Não me venham com as auto-ajudas, pois não consigo entender, sequer me ajudar. Se soubesse como, já o teria feito há muito, oras.
Acho que vocês não estão me entendendo.
Não sei se minha vida anda pra trás ou p'rá frente, a direção eu sei. Estou falando fisicamente. Se ela vale a pena... talvez valha, ou não.


sexta-feira, março 14, 2003

Blá, blá, blá

É uma dúzia, não doze!!
Veja bem, não procure mais o que sou. Posso ser mais um desses que perambulam por aí. Digo palavras sem sentido, escrevo, habito sem sentido algum.
Apesar de tudo ainda sou algum.
Muito me sofro ao ver as repetições, de paisagens, de seres, de mim e de você, dos números, de sons, de vida.
E se na esperança d'outro dia ter em diferente tons, ainda verei meus pés pisar as paredes do meu quarto.
Adeus.



quarta-feira, março 05, 2003

Quarta-feira

Cinza, de cinzas.
Águas de março fecham o verão, e dos foliões não resta um coração.
Daqueles que ainda esperaram o ano para sorrir, vê-se ainda a lágrima dos céus por eles a cair.
E se o cinza do céu ainda não trouxe a dor, ficará esta por conta da imparcialidade do fim do carnaval, e do amor.
A paixão de arlequim pediu seu fim, a menos que se voltasse ao início e pedisse perdão pelos ilícios.
E por uma vez o pôr confundiu-se com o alvorar, e quem já perdido estava, restou não outra senão lamentar.
O fim chegou, volta-se à natureza das coisas, daqui a um ano se encontrarão em nova desavença.


quarta-feira, fevereiro 26, 2003

Quanto às Gotas D'água

As grandes decepções não ocorrem em dias frios e chuvosos como os temerosos pessimistas anseiam. Acontece sim nos dias ensolarados. Quando se está atingindo grandes pontos estratégicos e quando a sua vida sorri.
A gota não mudará teu caminho, apesar de atrapalhá-lo, e sim os arredores do mesmo. Destruirá qualquer estabilidade que exista. Os enfoques mudarão.
Maldita lama que invade as trilhas, nem a lua consegue iluminar o breu que esta traz.
Se por acaso perguntares do que se trata, imagina o que é comum, mas nunca aconteceria contigo.


domingo, fevereiro 23, 2003

...

Éramos crianças. Brincava pelos campos floridos como outrora não existiu sorriso mais belo que o qual possuía. Senti saudade.
Teus olhos brilhavam, às pessoas dirigia teu olhar e à mim também com uma admiração difícil de se ver hoje. Parecia não entender o que eu sentia enquanto fitava teus gestos de criança. Quase moça a criança que tirou de mim qualquer noção de espaço-tempo, não era novo nem velho.
Ainda não entendi porque não estava ao meu lado.


quarta-feira, fevereiro 19, 2003

Chuva na Cidade Universitária

As vozes interiores tiveram sua forma física plena. Apenas observei. Não demorou muito em ver os cabelos arrepiando e o orgulho de estar onde estou.
Se os dreads contassem história, e as cabeças raspadas fossem além do início de uma vida universitária.
A história por ser feita em todos os cantos e pedindo para serem assim.
Tropeços em cds de Bach e Dorival Caymmi, o teatro a cantar russo e cenouras, beterrabas e afins a discutir sobre a ausência de vegetais em suas refeições subsidiadas.
Esquecem-se os cursos, os planos, em torno de todos forma-se o desejo supremo e o dom de serem únicos, uniformizados com a causa a ser abraçada por um Centro Acadêmico ou o próprio povo. Iguais em direitos e deveres, plenamente ditos. Diferenças construtivas se unem e formará a grande luta que espero encontrar pela frente.
As nuvens parece terem ido embora e os reais desejo afloreceram, pois.
A história por si só far-se-ia, apenas tenho o dever de redigí-la sem omitir detalhe qualquer.



sexta-feira, fevereiro 14, 2003

IV

Não sei. Falta-me algo.
Meu colar! Devia eu estar fora de mim e não ter percebido que na entrada desde inferno retiraram meus pertences.
Sinto falta dele, o equílíbrio do universo preenchia o vazio que sinto em meu peito. Se eu ao menos soubesse rezas ou algo do tipo...
Lembro-me vagamente de algumas coisas, vejo como hoje trechos da história francesa, joana D'arc pedia insistentemente por uma confissão. A qualquer preço a queria e faria. Mas não entendo o significado que essa teria, não tenho em mãos qualquer ensinamento que me leve a compreender a magnitude disso. Os olhos cheios de lágrimas se confundiam com a admiração por encontrar algo superior, tal qual a iluminação plena acompanhada d'uma compreensão das tarefa e caminho a serem seguidos. Acredito para ela não ter havido momento maior que essa tal de confissão.
Eu queria entender o porquê de o meu vizinho de cárcere seguir o rito de ajoelhar-se para o sol todo o dia de manhã e proferir palavras estranhas. É rito, talvez se explique por si só.
São belas sim. Mui belas. Pena ele não mais saber o que diz, palavras tão difíceis, fluidas sem o pesado tom que as deveria conter.
Se perdem o significado, o rito de nada serve. Caso ainda haja poder nas palavras que eu proferir, que eu o faça com louvor, calma, atenção e sabedoria.


quarta-feira, fevereiro 05, 2003

Sem Predizeres

O grande dia ocorreu de maneira exemplar, de certo um pouco teórica demais. Mas o fato é simples quando se vê os fatos se sobrepondo não importando os nomes ou influência, conquista essa que teve somente méritos de quem soube viver na média com orgulho de si. Não confunda orgulho com arrogância. Foi muito bom, poderia ter sido melhor se não fossem os amigos que não tiveram a mesma notícia, mas parece ter sido a minha entrada numa longa estrada que me levará ao lugar que devo estar. Esqueceram-se das burradas e quiseram apenas curtir a notícia, depois de tanto nervosismo, é razoável.
Se as palavras dissessem por si só já teria resolvido parte deste texto.