Torcido. Como quem com muita prática sabe eliminar a última gota de um pano resistente. Que manuseia de um lado para outro, de ponta-à-cabeça, vira e gira, com a melhor pega, sem sequer prestar atenção.
Torce novamente. Lá está a última gota. E mais outra. Estaria sossegada quando se eliminar tudo. Sem destruir o pano.
Nesse ponto, chegamos a um problema. Tenta-se extrair o máximo, pela ideia de a coisa ser danosa. Nisso, com o tempo, vai se desfazendo a estrutura e o torna imprestável. Antes fosse a extração de algo bom. Não! O extraído vai pelo ralo, com a certeza de dever cumprido.
Pano de chão é assim, oras. Descartável, que fará sacrifícios em prol de uma limpeza que ele próprio nunca verá. Quando de tudo pronto, ausentar-se-á.
O mundo pronto torna-se "de ninguém". Um anseio pelo etéreo, intocado e, por que não, inútil. De acontecimentos porvir e, claro, da sujeira toda.
Se ao menos do torcer saísse algo bom!
Sim. Um filtro de café.