- Ei... olha só...!
O mar enevoado. Das ondas que vem e vão, em espumas de uma neblina etérea, surreal, banhando como praia o belo e extenso vale do Paraopeba, serra da Moeda.
- Olha! Juro... é incrível...
Donde estrelas e lua brincavam de cintilar tal a testar a veracidade do que era visto.
A cada abrir e fechar de olhos, pôr em cheque a crença de que os tais caminhos de outrora eram capazes de convergir em harmonia e cumplicidade infinitas. Sem razão e cômicos. Voluntariamente comparar olhos fechados e a visão à frente, tão próximos! Esse sonhos... tão pouco detalhados!
Havia de concluir após longo descanso, de mãos dadas e repousadas em seu colo.
Há a volta, oras. De volta ao medo de que se perdesse em tamanha cidade a grande mágica que enlaça os nossos dias. O cotidiano que intoxicaria os olhos e prenderia a respiração. Asmático, ofegante, trôpego! Não. Se tal receio de se perder em caminhos conhecidos for forte o bastante, encontrem-se juntos, onde nunca estiveram.
Caminhando...
De mãos dadas.