segunda-feira, julho 29, 2013

O que se quer ser

Não me lembro. Talvez tenha sido alguma coisa diferente do que hoje. Realmente importa?

"Sim".

Seria, antigamente, uma lembrança anterior a este plano, indicando-me o caminho que eu deveria trilhar? Ou seria apenas uma interpretação errônea de alguma figura vistosa?

Vi a branca de neve em manto escuro, muito recentemente. Não sei qual seria a metáfora adequada para a maçã, mas ela estava bem imóvel. Não sei dizer se haveria príncipe para resgatá-la de alguma profundeza. Não me lembro de querer ser príncipe. Nem protagonista de conto de fadas.

A realidade é dura, mas ainda guarda um pouco de razão. Os sonhos são agora projeções, que faria eu sem a realidade?

Na realidade, não me lembro o que eu queria ser quando era criança. Hoje, se fosse criança, diria "mais velho". Pois naquela época, talvez fosse essa a interpretação simplista que eu teria feito de alguém com algum tipo de sabedoria. Uma caixa de ferramentas precisas para solução para o sofrimento cotidiano. Talvez houvesse paciência.

Melhor seria ter entendido que eu queria ser o que fizesse sentido em cada época. A cada sentido novo, uma nova pessoa. Durante o tempo que for necessário, até precisar de um outro código de conduta.

Mais ainda tem o papel de príncipe e outros que se precisa desempenhar, não? Para quando fica a minha vontade?

"Você é quem sabe".