quarta-feira, setembro 29, 2004

quinta-feira, setembro 16, 2004

(cont.)

Bea,

Diga-me que isso tudo é falso. Naquela tarde você não chegou na praça central na hora que marcamos e, por tanto esperar sua presença, me desfiz em trapos de um eu que nunca tinha descoberto.
Das vezes em que pude me deliciar em uma espera infinita, essa foi a mais prazerosa. Talvez tenha sido pela expectativa de encontrar seu olhar novamente, não ter de esconder os meus ao encontrar os seus, furtivos. O tom cinza dos ceús revelou uma enigmática sensação de conforto.
Na verdade, senti sua presença ao meu lado, o tempo todo.

Novamente, minhas declarações chegaram tarde demais. Não sinto que carregue parte em reciprocidade do apego forte que tenho por você.
Não a culpo e também não faço disso minha nova dor.
Mas, poderia ter sido diferente.
E viveríamos de forma diferente.

Espero que entenda....

Não me deixe sem respostas, é a única coisa que peço.


quarta-feira, setembro 15, 2004

Viu em Bea, um de seus possíveis amores. Aquelas cartas escritas a esmo, passaram a ter destinatário definido. Um caso de amor com a irrealidade.

Procurava nos cantos de seu quarto um refúgio para seu atormentado olhar. E nessa busca incessante, viu as definições dos objetos se perderem na dificuldade de manter-se com tantas lágrimas.

Fez da pena sua voz.

(e continua)